CAPÍTULO 5

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A conversa com Lilian acabou sendo tensa apesar de tudo. Sei que minha amiga não ficou bem depois de descobrir minha mentira e, ainda por cima, ter que esconder que conhece a nova princesa.

Voltei para a editora após o almoço e passei a tarde observando os passos da seção onde trabalharia e, por várias vezes, me peguei pensando quanto tempo ainda poderia manter aquele estágio, ou melhor, quanto deveria manter.

A resposta que tive de mim mesma, não me agradou.

Cheguei em casa no fim da tarde decidida a conversar com meus pais sobre meu futuro como membro da realeza

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Cheguei em casa no fim da tarde decidida a conversar com meus pais sobre meu futuro como membro da realeza. Eu precisaria deles para a minha transição de vida.

Entrei na sala e deixei minha bolsa sobre o sofá, seguindo depois, em direção a cozinha enquanto ouvia vozes diferentes por ali.

Pelo jeito, tínhamos visita.

Caminhei pelo corredor até o cômodo e travei à porta quando percebi quem estava ali, sentado em uma das cadeiras, com a xícara agora parada no meio do caminho até a boca.

Meu coração deu uma batida errada. Minha garganta secou.

- Artur! - Falei em sussurro.

Os olhos do príncipe me analisavam, mas ele não sorria. Artur estava sério e olhava para mim como se estivesse com medo.

- Filha, já chegou. - Meu pai levantava de seu lugar e vinha em minha direção, cortando a cena. - Não seja mal educada e cumprimente vossa alteza. - Ele me dava um breve beijo na testa e falava baixinho.

- Claro pai. - Sorri em resposta e me desvencilhei dele, seguindo até minha mãe e dando um beijo em seu rosto. - Oi mãe.

Minha mãe sorria em resposta e me olhava aguardando que eu cumprimentasse a outra pessoa ali.

Virei para o príncipe e engoli em seco. Eu não deveria me curvar a ele, os herdeiros do trono somente se curvam para o rei e rainha, nunca para um ao outro. No Colégio explicaram que era uma forma de dizer que um parceiro não era melhor que outro. Estavam em pé de igualdade.

Respirei fundo sopesando o que fazer e, acabei optando por manter a tradição, aquela estrela em meu pulso me dava essa liberdade e, ainda não ter assumido a coroa, não tirava o fato de que éramos parceiros. Príncipe e princesa.

- Serena, por favor, cumprimente o príncipe. - Meu pai me olhava um pouco nervoso agora. Devia estar pensando que aquilo era algum tipo de afronta, rebeldia.

- Será que... - Falei, tentando ficar calma. - Será que podemos conversar? - Fitei meus pais que se entreolharam antes de minha mãe prosseguir.

- Filha, não podemos conversar mais tarde? Seria rude deixar o príncipe desacompanhado aqui enquanto temos uma discussão familiar. - Ela me olhava e depois para Artur, claramente sem jeito. - Nos desculpe pelo jeito dela. Ela não quis desrespeita-lo.

Destinados (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora