Casamento Vermelho

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Sim, o título é uma referência a Game of Thrones huehuehue

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Era o dia do casamento. A elite estava entusiasmada com o acontecimento - ainda que bastante receosa. Muitos seguiram a lógica e chegaram à conclusão de que Viktor bolara tudo para executar o Rei e assumir o trono. O que não sabiam é o que aconteceria depois que ele conseguisse... A Rainha permitiria que o Rei voltasse a ter algum poder político? Ela parecia bem apaixonada... Será que, por o acaso, logo após a cerimônia, Victoria morreria de causas misteriosas?

Quem sairia ganhando, quem sairia perdendo? Impossível de se dizer. Mas fascinante de se assistir...

E o povo também aguardava os resultados, temeroso. Ninguém tinha lá muita esperança de que Viktor fosse um Rei benevolente.

O caminho para o palácio estava radiante. Os jardins estavam mais bem tratados do que nunca. Sedas impecáveis enfeitavam a entrada e centenas de músicos animavam a recepção.

A Duquesa queria que Ghunter e seus amigos pudessem assistir, ao menos, a fachada. Mas como estavam escondidos dentro de armários, não conseguiam enxergar nada que não fosse a cara uns dos outros.

Antes que a carruagem de Denise entrasse na fila dos convidados, passou pelos fundos do palácio. Esperou que os criados soltassem a carga e a guiassem para o porão antes de murmurar um silencioso "boa sorte".

Entretanto, a Duquesa não podia se dar ao luxo de ser uma dama supersticiosa. Sabia que a própria sorte era a que se fazia. Assim que concordou em ajudar o Gato e sua trupe, tratou de logo de entrar em contato com um servo do Palácio - amigo seu de muitos anos - que ajudasse o Gato e seus amigos a entrarem sem grandes surpresas.

Ela sabia que, se fossem descobertos, sua própria cabeça também não seria poupada.

De dentro da carga, todos aguardavam silenciosamente o momento ideal para sair.

Quando os passos dos criados se afastaram, julgaram já estar na hora de começarem a se mover. Lana materializou todos para fora.

O porão tinha o tamanho de quatro ginásios juntos. E estava escuro, o que facilitava a locomoção do grupo sem chamar muita atenção. Como plumas, caminharam em direção do corredor.

Esconderam-se dos criados, atrás da parede.

"Lana, por que não usa um feitiço de invisibilidade em todos nós?" Sussurrou o Arganaz. "Sabe? O mesmo que o Gato usa!"

A Lagarta respondeu-lhe: "É muito arriscado cobrir mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Já vou ocupar meus esforços distraindo os sensores, então..."

Ghunter bufou. "Arriscado? Só se for pra você, Lagarta. Aprendi os meus truques enquanto viajava." Se vangloriou o rapaz, girando os dedos com sua magia.

Lana agarrou seu pulso. "Não ouse. Se quer usar magia bárbara no próprio corpo, o problema é seu. Não vai enfiar outras pessoas nisto."

"Conservadora como sempre." Murmurou o Gato, de irritação. "Só chama a magia que vem de fora da Floresta de 'bárbara' porque não a conhece!"

Todos calaram-se quando um Carta se aproximou, desconfiado de ter ouvido sussurros.

"Mostrem-se!" Ordenou o Carta, com uma voz grave.

Ninguém se mexeu, ou sequer respirou.

"Não vão me obrigar a-" Ouviram o som de algo quebrando na cabeça do guarda. Logo em seguida o som de seu corpo caindo no chão.

A LagartaOnde histórias criam vida. Descubra agora