Capítulo 12: Chegada.

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Fazem exatas 137 horas e 35 minutos que Ketonn disse as benditas palavras e as malditas borboletas surgiram. Após nossa noite na pista de corrida adormeci em seu colo e quase perdi o horário de aula, Brandon quase me matou quando cheguei atrasada para buscá-lo, aquela era minha semana de levar a peste.

Hoje é sexta e são exatamente 17:45, Lu chega hoje às 19:00 e não estou me aguentando, contei a ela exatamente tudo sobre minha semana. Todos os dias Ketonn me levou a lugares diferentes e eu amei cada um, acho que essa foi a melhor semana da minha vida.

Kettonn entrou de "férias" mais cedo por se meter em uma briga na faculdade, percebi que quando ele me contou ficou tenso então resolvi não tocar muito no assunto, nem comentei que Nick estuda na faculdade de Denver também, seria muita coincidência.

- Olá irmã. - Brandon diz da porta do meu quarto e percebo que ele está ofegante, aí tem.

- O que você fez dessa vez ? - Pergunto, soltando o celular. Estou igual a uma trouxa esperando Kettonn me responder, já tem horas que ele sumiu, ele disse que iria comigo buscar Lu e isso é estranho.

- Caso a Sra. Benson pergunte estive a tarde com você certo ? - Ele diz e sorri fazendo uma cara angelical.

- O que você fez.... - Nem termino de perguntar e escuto o grito de Cherry.

- BRANDON ANDERS COLINS, DESÇA AQUI AGORA. - Pelo tom de voz de Cherry coisa boa essa cria do demônio não fez.

- Vai pro banheiro Brandon, você fica me devendo duas. - Digo e ele sorri correndo em direção ao banheiro.

Desço as escadas e Sra. Benson está na porta segurando o pobre Martin que está sem pelo ? Oh Deus o que aquele pestinha fez.

- Oh, olá queria você viu Brandon ? - Cherry pergunta sorrindo pra mim.

Observo a Sra. Benson que não está com uma expressão nada boa e o pobre Martin que tenta se arranhar para sair do seu colo, prendo os lábios para não cair na gargalhada.

- Boa tarde sra. Benson. O que aconteceu Cherry ? - Pergunto com falsa inocência.

- O que aconteceu ? Olhe para o pobre Martin Corina, a peste do seu irmão depelou o coitadinho. - Sra. Benson diz alisando o coitado do gato despelado e tenho que segurar para não rir.

- Bem filha, a Sra. Benson diz que foi Brandon que fez isso ao pobre gato e quero pergunta a ele se foi mesmo. - Cherry diz e percebo a raiva em sua voz. Todas sabemos que foi ele, aquele garoto é o demônio em forma de criança, mas sem prova não podem fazer nada.

- Mas não pode ter sido ele Sra. Benson, Brandon e eu passamos a tarde juntos. Ele esteve o tempo todo comigo. - Digo olhando para ela e faço minha melhor cara de menina inocente. Acho que mereço um Oscar por isso.

- Oh querida que bom, Brandon não seria capaz de fazer mal a uma formiga. Acho que já esclarecemos as coisas então sra. Benson tenha um bom dia. - Cherry diz e a senhora sai pisando firma em direção a sua casa do outro lado da rua com ódio no olhar.

Brandon não seria capaz de fazer mal a uma formiga ? Me poupe, ele tem uma espécie de colônia de formigas, umas três espécies diferentes, ele as separa e as deixa isoladas, quando estão com tanta fome que não aguentam mais ele as coloca juntas para que a mais forte sobreviva como diz o mesmo. Esse menino precisa de terapia já isso sim.

Quando a porta se fecha não consigo mais segurar a risada e gargalho alto, Brandon é uma peste mesmo. Meus olhos enchem de lágrimas e minha barriga dói.

- Querida não ria, Sra. Benson fez uma falsa acusação ao seu irmão, deveria ter mais respeito. - Cherry diz com um tom de raiva na voz.

- Por Deus Cherry, claro que foi aquela peste, apenas o acobertei, sabe que detesto os Benson. Eles são insuportáveis. - Digo limpando uma lágrima que escorreu.

O velho Benson já reclamou com Cherry umas 15 vezes sobre o horário que chego, diz ele que o jipe faz um barulho muito alto o acordando do seu sono. Tenha dó daquele velho.

- Ei, eu ouvi isso. - Brandon diz do topo da escada.

- Sério Brandon você tem que contar da onde tira essas idéias macabras, preciso de algumas. Coitado do pobre Martin. - Digo subindo enquanto Cherry suspira e vai em direção a cozinha.

- O jantar estara pronto as 19:30 por causa de Luana. - Ela diz e vai embora.

Meu Deus Luana, por causa dessa peste quase esqueço minha amiga. Subo correndo as escadas para pegar as chaves do jipe.

- Quando eu disse para ir pro banheiro era para tomar banho Brandon, você está fedendo e tem pelo de gato em toda sua blusa. - Digo e volto a rir.

Chego na rodovia as 18:45, só Lu para me fazer ser pontual. Em menos de 10 minutos seu ônibus chega. Me levanto de um dos bancos e tento observar pela janela.

- Aí meu Deus. - Escuto a voz estridente de Luana e corro em sua direção a louca larga sua bagagem e se joga em cima de mim fazendo nós duas rolarmos no chão, com certeza acham que somos loucas, e talvez sejamos mesmo.

- Pqp, que me matar antes da hora ? Tira essa bunda gorda de cima de mim vagabunda. - Digo e a empurro.

- Isso lá é jeito de tratar o amor da sua vida ? - Ela diz e rimos, percebo o quanto estava com saudades quando uma lágrima escapa.

Falta apenas 6 meses para voltar pro Brasil. Em 3 faço 18 e em 6 termino o colégio. Tudo seguirá de acordo com os planos, somente eu e Lu e... ... Ketonn. Droga, pensar nele agora não é bom, imaginar que daqui 6 meses estaremos em países diferentes com vidas diferentes faz meu coração se apertar e meu estômago embrulhar. Mas imaginar ficar sem ele até mesmo agora me deixa zonza, a única coisa que consigo pensar é : Em que merda eu me meti?

Entre eu e você Onde histórias criam vida. Descubra agora