Cores e símbolos

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Lá estava eu a me rastejar pelo chão indo em direção aquele poderoso ser envolto a trevas, eu estava diante de Lúcifer, com as forças que ainda tinha eu puxo mais um cigarro, coloco em minha boca e o acendo. Sinto a fumaça adentrar meu corpo enquanto aproveito aquela boa tragada até soltar aquela fumaça por minhas narinas e então pronunciar tudo aquilo que eu sentia que deveria dizer:

- Eu fiz boas ações, ajudei a quem mais precisava, vi muitas pessoas boas morrerem sem necessidade e hoje no dia da morte de minha família, eu também irei morrer... Isso chega ser cômico!- Cômico. -Tanto que começo a rir desesperadamente por conta de tanta ironia, após me recompor eu balanço a cabeça e prossigo com meu diálogo. - Sabe... Eu tentei ser a melhor pessoa possível para todos! E o que eu recebi em troca? Pelo visto a mesma coisa que tu recebeste de teu pai Lúcifer. - Fito o imperador do inferno com os olhos vermelhos de lágrimas. - Nada! Embora eu nunca tenha pedido também, eu sempre esperava mais das pessoas ao meu redor, porém só recebia desgraças e desaprovações dessas pessoas. -Fecho meus olhos para aproveitar novamente aquela fumaça que traria um pouco de relaxamento naquele momento tão tenso, após mais uma tragada eu seguro o cigarro da forma mais firme e forte o possível e então eu o lanço para longe enquanto ainda mantinha a fumaça em meu corpo, eu a liberto de meu corpo e a fumaça sai de minha boca, assim como palavras pareciam estar prestes a sair da boca de Lúcifer:
- Tu és muito sentimental Hide, tenderá de parar com isso o mais breve possível! Pois se tu não o fizer, apenas sofrerá cada vez mais, e será pior do que a chama que não apaga, ou a dor fantasma do garfo quente que não se cura... Mas não há motivos para despertares qualquer preocupação já que não morrerás ainda, tu ainda tens que realizar mais um serviço para minha glória e então... Se conseguir completar sua missão eu lhe concederei o poder de escolher o destino de tua vida, se ela acaba ou permanece... Se descansa ou adoece...

Após ter dito aquilo ele recua com olhar fixo para meus olhos e levanta vôo, desaparecendo em uma velocidade incrível a distância naquela vermelhidão escura acima do teto quebrado. Lá estava eu sozinho novamente... No túnel escuro e com uma luz diabólica que vinha do buraco deixado pelo próprio rei do inferno. E era aquela luz que iria buscar para sair dali, aquela passagem. Os destroços facilitaram a escalada, mas a cada metro acima e quanto mais próximo eu estava próximo de alcançar o lado de fora e me expor a luz interior, meu corpo acabava por se tornar gradativamente mais vazio e fraco.
Eu finalmente alcanço a luz mas em troca recebo a escuridão, tudo se vai e o silencio que veio a tona logo foi substituido por vozes que preenchiam aquele vazio, eram sussurros e por conta disto não era possível distinguir o que era dito, porém uma daquelas coisas que estavam sendo ditas começa a ganhar mais força que as outras, cada vez mais alto e alto, mas ainda não conseguia entender com perfeição, aquilo foi ficando cada vez mais forte e toda a agonia começava a aumentar mais e mais enquanto eu passava a sentir uma dor fantasma acompanhada de um formigamento inquietante até que o silencio volta novamente e eu acordo. Eu acordo? Mais que merda... Eu consigo sentir... É real, estou acordado em minha cama. Minha visão começa a escurecer enquanto uma dor insuportável em minha cabeça surge por um momento, desaparecendo deixando apenas uma leve tontura, após criar forças, me apoio com os braços e sento na cama com um cobertor de cor roxa e preto sobre minhas pernas, eu o removo e me direciono a beirada enquanto começo a sentir uma secura acompanhada de mau alito em minha boca e garganta, abro a boca para deixar entrar um pouco de ar enquanto respiro, percebendo uma pequena dor no processo, sem ligar começo a alisar meus longos cabelos aos poucos, mecha por mecha, brinco com meus dedos entre eles até que algo atrai meus olhos para o canto do quarto e percebo que não estou sozinho, há um garoto de cabelo de corte militar me observando, começo a observar e analisar cada detalhe de seu rosto até perceber que ele era familiar para mim, o quarto que eu estava não era o meu? Agora a cabeça um pouco menos confusa havia percebido isso. Mas também, ainda sim era extremamente familiar.
Ouço um barulho vindo da direita e paro de encarar aquele garoto em minha frente, logo percebo que ali há uma porta de cores verde e branca se abrindo aos poucos, a cada centímetro um ruído, assim ela seguia sendo aberta até revelar a silhueta de uma mulher, como sempre eu analiso, percebo que a mesma tem aproximadamente um metro e sesseta e cinco de altura, isso me soa extremamente familiar, mas não consigo ver seu rosto e nem mesmo lembrar.
"Tudo é familiar... Familiar?".
Meus pensamentos e dúvidas fogem de minha cabeça quando a mesma direciona seu olhar ao garoto e diz:

Batalha entre o céu e o infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora