Tompkins Square Park espantou-me mais do que grado de admitir; a luz solar a refletir na minha visão, criando na relva massivamente luzente as sombras mais curiosas de árvores grandemente bonitas, com ramos inúmeros e formas criativas. Por mais quantidade de gargalhadas que pairavam no ar, senti-me tão serenamente calma, que a criança em mim despertou-se.
Notei incontáveis atividades pelas almas lá presentes, variando de piqueniques entre família, amor durante as conversas de idosos, e brincadeiras durante descidas de escorregas.
Com o seu olhar posto em mim, fiquei reduzida a comunicar com Harry através das nossas poderosas órbitas, o seu verde a rimar com a relva infinita por detrás dele, e um ligeiro sorriso presente nas nossas faces. Senti-me tentada a falar, mas para não prejudicar a magia do momento, continuei com os meus passos observadores.
Harry tocou-me levemente com o seu cotovelo e indicou-me, oficialmente, a árvore mais grandiosamente bonita que já contemplei, vindo dela ténues encantos de miúdos pássaros diversos.
- Esta chama-se Angel Oak, Carvalho Anjo. O seu maior ramo chega aos vinte metros, e calcula-se que a sua idade esteja por entre os 1400-1500 anos. – Harry informa-me como um especialista de plantas, fazendo-me espantar novamente num período de tempo tão curto.
- Também és amante da natureza? – ri, negando-me de retirar a minha visão obcecada da beldade de uma invulgar mas bela árvore.
- Apenas gosto de investigar. – uma gargalhada espraiou-se no ar que, talvez apenas na minha mente, seria o mais puro que alguma vez respirei. Dirigi-me ao enorme tronco, sentindo-me realizada com apenas a visão deste magnífico carvalho, e sentei-me encostada a este, com Harry ao meu lado.
- Obrigada… por, me trazeres aqui. – agradeci ainda a meio da batalha de colocar o orgulho de parte.
- Não tens de agradecer. Para ser sincero, há um abundante número de lugares plenamente dissemelhantes e superiores. Isto balançando entre vida noturna, lazer, entretenimento… - perdi-me nos próprios pensamentos enquanto escutava a serena voz do rapaz tranquilo, com os seus olhos cerrados e as mãos pousadas atrás da sua cabeça, como se conetado ao carvalho.
Por mais que tente, não me vejo capaz de negar a minha opinião, renegada aos meus pensamentos; Greenwood sendo literalmente adornado de plantas, de uma maneira rural, é o que me faz venerar a vila. Nova Iorque, sendo inteiramente o urbano contrário, é o que me faz acabar por não gostar desta cidade. Porém, um ‘’simples’’ parque com a companhia de um jovem demasiadamente atraente, fez-me diminuir a intensidade de desgosto.
- Então, quero ver mais! – gritei num salto, após injetada com adrenalina de curiosidade. Agarrei na sua mão e sujeitei-o a levantar-se, apenas para depois corrermos como meras crianças.
Ao observar o cimento escondido por pétalas, e, estranhamente muito pouco lixo, raros círculos cor-de-rosa captaram a minha atenção, a sua quantidade a aumentar a cada passo finalizado.
Ao erguer a minha cabeça, deparo-me com uma árvore, sinto-me arriscada a dizer, ainda mais bonita do que o carvalho. Isso é possível? Questiono-me, derrotada pela beleza deste local, semelhante a um conto de fadas. Mas ao contrário da anterior, o que me surpreendeu não foi a sua forma, mas sim a sua cor predominadora de tons cor-de-rosa pérola. Corri até esta, sentindo-me abduzida pela magia que este local inexplicavelmente me oferece, como se o mundo fosse até um local agradável sem incalculáveis contrariedades e enigmas.
- Harry! – corri de volta para ele, demasiado ocupado para notar os meus movimentos pois se ria descontroladamente. – Nem parece real! – pausei enquanto ocupava o lugar à sua frente – qual é esta?
- Chama-se Wisteria, Glicínias. – respondeu-me com a sua cabeça ligeiramente baixa para me olhar corretamente, enquanto nos encontramos no canto mais escuso do parque.
Num impulso desconhecido, saltei para os seus braços, deixando-o sem reação neste aperto pessoal – obrigada! – saltitei até ao tronco da planta como se o meu último ato não ocorresse: eu e Harry encontrávamo-nos agora numa corrida entre lutas ingénuas.
Harry e eu consistíamos agora presentes no silêncio, enquanto caminhávamos lado a lado pela cidade. Ao oposto de mim, ele permanece calmo, com as mãos no bolso como se o mundo lhe pertencesse; já eu, ainda afetada pela magia da natureza, dava saltos ocultos enquanto um grandioso sorriso suportava-se na minha face.
- Ainda tenho mais um local para te mostrar – pausou – hoje.
Antes de lhe ceder uma convalidação, procuro o meu iPhone, antecipada para ter uma consciência das horas. 19:26.
- Infelizmente, caro Harry, sobrevém que a noite começa a abeirar – digo, apesar do sol ainda luzidio sobre nós – e os meus absurdos pais provavelmente esperam-me para jantar. – digo cerimoniosamente, apenas para esconder a convincente vergonha em mim.
- Certinha! – Harry insulta-me, possivelmente com um dos defeitos que eu inteiramente odeio serem apontados em mim.
- Não não sou! – riposto enervada, reduzida à negação, como uma criança magoada com os braços sobre o seu peito, a sua expressão facial contendo um pouco de irritação.
- Tens perfeita noção disso. – ganha verbalmente, pois interiormente sei que, o moreno que tanto me animou o dia, está infelizmente correto.
Resolvo o silêncio – que local é esse, afinal? – viro-me para ele, que parece pasmado pelas minhas palavras.
- Não tens de ir para casa? – ele questiona, como se fosse algo óbvio.
- Eu não. – respondi com um sorriso, não me preocupando minimamente com as perseveras palavras que irei receber, sem dúvida, ao chegar a casa, pois sinto-me demasiado hipnotizada pela adrenalina a fazer-se sentir no meu corpo, escapando mais uma rara vez ao horário duramente aperfeiçoado pelo meu pai. – onde vamos?
- Gostas de ler, correto? – confirmo as suas suposições – então, New York Public Library é o nosso destino! – ele eleva o seu punho ao ar como vitorioso, levando-nos a um trilho de gargalhadas demasiado intensas.
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OLÁ!
Sei que os meus capítulos continuam relativamente pequenos, mas como é apenas o ínicio não há muito a abordar, mas isso vai mudar lfkvnelkn
Em caso estejam a questionar as amadas árvores, a montagem das duas encontra-se ao lado, ou caso estejam a ler no telemovel está no inicio do capítulo
that's it, behave y'all!
love you dumb alaska
- Canadiana xx
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Floral ➸ h.s.
FanfictionNo intuito de fugir, surgiu uma razão para permanecer. [ © Copyright - All Rights Reserved]