Estou indo e voltando o feed do instagram diversas vezes, até que uma batida leve na porta faz com que eu me levante.
Levo alguns bons segundos para assimilar a pessoa que está ali em minha frente.
— Não vai me dar as boas vindas?Eu gesticulo para que ele entre.
Ele ainda está com sua enorme mala vermelha de arrastar.
— Achei que ainda estivesse em Taipei.
— Eu cheguei hoje pela manhã, comecei a ficar entediado.Vou até a cozinha e me encosto na bancada e Max senta tranquilamente em meu sofá, com os dedos longos apoiados em suas coxas.
— Achei que só te veria no fim da semana.
Max esfrega os cabelos, sempre faz isso quando está nervoso.
— Eu fui para o meu apartamento e... estava tudo revirado, tentaram arrombar a porta mas não conseguiram. Entraram pela janela.
Eu me aproximei de Max e sentei ao seu lado no sofá.
— Eu não... não sabia.
Max suspira.
— Por isso vim direto para cá.
Eu pego meu celular.
— Temos que avisar a polícia.
Max afasta o celular de minhas mãos, dando um sorriso fraco.
— Eu já fiz isso, a polícia passou a tarde me fazendo perguntas e revistando meu apartamento. Estou exausto. — Ele suspira. — Posso ficar aqui por enquanto? Só até... resolverem essa bagunça.
Max olha pra mim e mesmo que não demonstre, eu sei que ele está assustado.
— Claro.
— Obrigada. — Ele diz simplesmente. — Eu só preciso de uma boa noite de sono e um banho.
— Tudo bem. — Me levanto indo até a cozinha. — Está com fome?
Ele nega com a cabeça.
— Quando foi sua última refeição?
Max fecha o olho esquerdo e faz um bico, fingindo pensar.
Eu reviro os olhos.
— Vá tomar um banho, vou preparar algo para você comer.Sem discutir, ele faz o que eu mandei.
Vasculho meu armário e preparo noodles de arroz e gaeng kiew wan.*Max sai do banheiro com uma calça cinza e uma camiseta preta regata. Ele está enxugando cabelo, enquanto vem caminhando em minha direção.
— O cheiro está bom. — Ele diz, umedecendo os lábios com a língua.
Dou um pigarro e me afasto, dando passagem para ele se sentar e comer.Ele se senta e eu fico ali o encarando.
A toalha enrolada no pescoço, os hashis delicadamente apoiado nos dedos, o cabelo escuro e bagunçando.
Sinto algo revirar em meu estômago, e por instinto ou algo que eu não sei o que é, toco em alguns fios de seus cabelos ajeitando-os.
Max se vira para mim, e sorri. Eu paro de mexer em seus cabelos e fico ali, apenas olhando para ele.
Acordo de algum tipo de transe quando meu celular toca no sofá.
Me afasto e pego o celular.
— Sim, Maeng? Sim, ele está comigo. Tudo bem, eu aviso. Tchau.Desligo o celular e o balanço, em direção á Max.
— Era a Maeng, queria saber se você estava comigo. Pediu pra avisar pra você se cuidar.Max assente e coloca os pratos vazios na pia.
— Vou tomar um banho.
Com a toalha em mãos, vou até o banheiro e tomo um banho quente. A água salpica minha pele bronzeada, relaxando todo o meu corpo.
Quando eu chego no quarto, Max já está deitado. Os olhos fechados, seu peito subindo e descendo tranquilamente mas sei que ele não está dormindo.
Sempre dormimos na mesma cama, mas hoje eu estou curiosamente eufórico por dormir ao lado dele.
Eu me ajeito do outro lado da cama, e fico encarando o teto.
— Max?
— Hum? — Ele responde, um pouco sonolento.
— Você imagina quem foi que invadiu seu apartamento?
— Não mas, seja lá quem for, a polícia vai achar. E não levaram muita coisa.
— Acha que foi mais de uma pessoa?
— A polícia acha que sim.
Ficamos em silêncio por alguns minutos até que eu volte a falar.
— Por que não me ligou quando chegou no seu apartamento? Eu poderia ter... ajudado, ou ficado com você.
Ele abre os olhos e se vira, me encarando e eu me viro e o encaro de volta.
— A pessoa que invadiu, ainda podia estar no local. Não queria que estivesse lá caso algo acontecesse.
— Mas podia ter acontecido com você.
Ele sorri abafado.
— Não se preocupe, já está tudo bem.
Volto a encarar o teto e suspiro.
— Eu sempre vou me preocupar com você.
Volto a olhá-lo e ele está com os olhos fechados, ressonando baixo, o cabelo negro sob os olhos.
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Contos que devem ser contados • MaxTul
FanficCada conto uma história. Fanfic de contos do casal-não-casal Max Nattapol e Tul Pakorn das séries tailandesas Bad Romance e Together with me. Todos os direitos reservados. Essa obra é totalmente fictícia e sem fins lucrativos. Tudo aqui descrito é o...