Capítulo 08

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   Eu precisava sair daqui. Nathan me odiava, ele seria capaz até de me envenenar.
   O sol já estava a nascer e eu não tinha fechado os meus olhos nem por um instante, o cheiro da fumaça ainda pairava no ar. Pelo visto não fui a única que não consegui dormir pois eu escutava passos vindo lá de baixo. Me levanto da cama, arrumo meus cabelos e visto as roupas que Ashley me deu.
   Ela estava preparando o café da manhã, ela parecia um pouco desajeitada como se nunca tivesse pego em uma frigideira.

   -- Bom dia.

   -- Bom dia. Precisa de ajuda Ashley?

  -- Não, está tudo sobre controle. -- Ela dá um falso sorriso confiante mas logo em seguida o óleo que estava na frigideira espirra em cima de todo o fogão. -- Não se preocupe.

   -- Ok. Eu... vou caminhar um pouco. -- Digo provavelmente fazendo uma careta ao ver que havia muito óleo ali a ponto de mim deixar com náuseas.

   Ao ver minha casa toda queimada me dar uma enorme vontade de chorar. Eu mim aproximo das cinzas e começo a mim recordar da noite anterior, aquele fogo cobrindo toda minha casa...

   -- Se você der mais alguns passos vai acabar se queimando. -- Uma voz feminina me tira dos meus pensamentos.

   -- Não se preocupe. Não vou me queimar. -- Falo sem mim virar.

   -- Eu sinto muito pelo que aconteceu... com você... digo com sua casa.

   -- Quem é você? -- Digo me virando por fim.

   -- Eu sou Verônica.

   Ela não era daqui, eu nunca á olhei por aqui. Seus cabelos eram ondulado e tinha uma cor caramelada que no sol ficava um pouco vermelho, sua pele era morena e seus olhos eram negros assim como a escuridão.

   -- Você não é daqui, ou é?

   -- Não, eu não moro nesse bairro. Só estava passeando por aqui. -- Ela sorri.

   -- Você não é nenhuma jornalista é? -- Pergunto receiosa.

   -- Não se preocupe, eu não sou uma jornalista.

   -- Então o que faz por aqui? -- Pergunto.

   -- Eu já disse, vim apenas caminhar um pouco. Quer me acompanhar?

   -- Tudo bem. -- Digo lhe acompanhado. -- Então, onde você mora?

   -- Eu moro no centro da cidade. Estou a procura de um trabalho.

   -- Eu bem que estou precisando de um trabalho também. -- Confesso.

   -- Se eu encontrar algum eu prometo que irei lhe indicar. -- Ela sorri.

   Nesse momento passamos em frente a uma padaria e o cheiro de pães invade nossas narinas.

   -- Hmmm, que cheiro delicioso! -- Ela fecha os olhos para sentir mais aquela aroma. -- Já tomou café? Venha eu pago para você.

   Verônica sai mim puxando pelo meu braço, quando percebo já estou dentro da padaria.

   -- Bom dia senhoritas. -- Um velho branco e barrigudo com um bigode muito engraçado nos cumprimenta.

   -- Bom dia. -- Ela diz olhando para os bolos que estavam postos no balcão.

   -- Bom dia. -- Dou um sorriso.

   -- Eu vou querer esse bolo mais esse salgado e um café, por favor. -- Verônica faz o pedido com um largo sorriso no rosto como o de uma criança que acabou de ganhar um doce.

   -- E senhorita o que vai querer? -- O velho senhor pergunta para mim.

   -- Eu não....

   -- O mesmo para ela. -- Verônica me interrompi.

   -- Vocês querem para agora ou para viagem?

   -- Para agora...

   Verônica comia rapidamente e saboreava o seu "café da manhã" com os olhos fechados. Parece que fazia um bom tempo que ela não se alimentava.

   -- Ah, me desculpe. Estou lhe assustando. -- Ela sorri e ao abrir seus olhos percebo uma grande diferença, eles não estavam escuros mais sim dourados. Aquilo... aquilo era assustador, aqueles olhos era como se o predador tivesse pegado a sua presa.
   Não pensei duas vezes, eu saí correndo sem rumo. Eu corria rapidamente mais eu sentia algo ou alguém atrás de mim, eu podia sentir a respiração desse ser, sem eu pensar eu tinha entrando em um beco. Eu olhava a todo momento para trás até que eu me esbarro em alguém.

   -- Cuidado belezinha! -- Um garoto com um cigarro na boca diz.

   Atrás dele havia vários outros garotos, uns com uma enorme garrafa de uísque e outros com um baseado.

   -- O que uma princesinha como você faz por esses becos? -- Um dos outros garotos se aproxima de mim e pega na minha cintura.

   -- Me larga! -- Eu mim solto do seu aperto e tento sair daquele estranho beco onde fedia urina.

   -- Está muito cedo para você ir embora. -- Eles conseguem me cercar. E agora? O que eu iria fazer?

A prometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora