Bruce chegou à residência das irmãs Prince por volta de 20h15. Não era de seu feitio atrasar-se, mas ele precisou fechar um inquérito sobre tráfico de entorpecentes mais cedo e terminar de ler alguns relatórios recém-obtidos sobre o caso de Diana. Se ele poderia deixar isso para o dia seguinte? Certamente. Mas o zelo do detetive por sua profissão era inquestionável, sem contar que tinha planos melhores para o fim de semana, se a noite corresse dentro do que ele previa.
Previsibilidade era, sem dúvida, algo que não combinava com Diana Prince. Ela era uma avalanche de reações fortes e inesperadas, e somente se Bruce fosse um homem-máquina poderia se isentar de ser arrebatado por ela. Ele estava decidido a manter a mesma postura dos últimos dias: reativa. Mas era praticamente impossível não sustentar uma expectativa mínima em relação à Diana, depois de um convite para acompanha-la em um evento que os exporia abertamente para amigos, sociedade e imprensa. Ela devia saber o que estava fazendo, ao menos era o que Bruce esperava.
Diana também esperava estar fazendo a coisa certa, sua insegurança não podia afetar sua maturidade, ela decidiu, depois de ter convidado Bruce para acompanha-la. Com um esmero além do habitual, ela se arrumou externamente e internamente para o evento, sendo incapaz de dominar sua inquietação durante os quinze minutos que Bruce se atrasara. Ela repetiu ao menos cinco vezes que ele não viria mais, que tê-la deixado esperando seria sua retribuição por toda insolência e resistência com a qual o tratou. Donna, ciente de que Bruce chegaria a qualquer instante e cúmplice do detetive, apenas se divertiu com a insegurança da irmã, satisfeita em vê-la reagindo pra vida, esperançosa de ver que Diana poderia ser feliz como merecia.
O som do motor do carro silenciando ao estacionar em frente a residência das irmãs Prince foi o estopim para o coração de Diana acelerar e as palmas das mãos suarem. Entretanto, ela assumiu uma postura impassível, não queria parecer uma adolescente, especialmente diante do olhar divertido da irmã.
Ela desceu as escadas com graciosidade e lentidão, disfarçando sua satisfação ao ver o olhar devotado de Bruce. Não que ela não estivesse olhando da mesma forma para ele, perfeitamente alinhado em um smoking de alfaiataria italiana, assinado por Enzo D'orsi, e exalando virilidade com aquele maxilar enrijecido e os lábios alinhados em um meio sorriso presunçoso.
"Deus, ele é lindo!" Ela pensou, sentindo o coração alterar o ritmo quando ele beijou sua mão, como um perfeito cavalheiro.
Donna despediu-se do casal e os desejou sorte com o olhar. Esperava que nenhum dos dois estragasse a noite. Fez até promessa para que tudo corresse bem.
Diana teve tempo de desconfiar de um aceno de cabeça trocado entre Bruce e a irmã, mas estava preocupada demais em não ser implicante para questionar qualquer um dos dois. Apegou-se ao fato de que a irmã a amava e que aquilo era apenas uma recomendação a Bruce, longe de ser uma tramoia ou algo que estivessem ocultando dela. Estava indo para uma festa, em clima de encontro com o homem que revirara completamente seus sentimentos, seu objetivo, no mínimo, depois de dias tão difíceis, era se divertir. Ela lembrou-se, percebendo que Bruce esperava um mínimo de retribuição dela esta noite.
― Você vai bater o carro, Bruce! – Diana alertou, na décima vez em que o detetive distraiu-se da direção, para admira-la no banco do carona do Aston Martin.
Como ele não iria se distrair? Pensou, observando aquela pintura de mulher ao seu lado, exalando graça ao corar diante de seus olhares e perigo ao fita-lo com aqueles olhos azuis flamejantes. O look, um blazer da label Cinq a Sept estilizado em mini vestido, deixando as pernas longilíneas e torneadas à vista, e um decote generoso em destaque no colo perfeito, também não ajudava muito para que ele se concentrasse no trânsito.
Ele fingiu não ter ouvido a repreensão, voltando sua atenção para o trânsito. Antes, porém, teve tempo de vê-la abrir um sorriso gracioso, emoldurando o belo rosto destacado por uma maquiagem suave e os cabelos semi presos.
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Backstage
FanfictionBela, carismática, bem sucedida e no auge da carreira. Essa é a apresentadora Diana Prince, no fim dos anos 90. O contrato milionário com a Planet TV e a nova vida em Gotham City parecia um tempo de paz e prosperidade para a celebridade, entretanto...