Capítulo XXVIII (Epílogo)

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Cinco anos mais tarde...

Diana conferiu a hora no rolex deixado sobre a bancada do banheiro e correu para o quarto, a fim de terminar de se arrumar. Estava atrasada, muito atrasada, mas não havia como evitar, suas prioridades eram mais que justificáveis.

O vestido de gala estava estendido caprichosamente sobre a cama. Um presente enviado pela grife italiana Prada, todo bordado em paetês metalizados e com um decote profundo. Uma verdadeira obra de arte, ela admitiu, embora não fosse dada a excessos de vaidade. Rapidamente se vestiu, esperando que não houvesse mais imprevistos.

Quando terminou de calçar as sandálias, notou um olhar de contemplação vindo da porta do quarto, levando um leve rubor às suas bochechas. Ela sorriu para o marido, trajando smoking e muito charme, satisfeita por ele ainda lhe roubar o fôlego e perceber que obtinha o mesmo efeito sobre ele.

― Está linda! – Ele se aproximou, puxando-a pela cintura. ― Especialmente linda!

― Você também! – Ela ajeitou a gravata borboleta do marido, antes de beija-lo.

― Precisamos mesmo sair? – Ele aprofundou o beijo, massageando a cintura da esposa. Ele ainda a enfraquecia quando a tomava em seus braços e Diana era grata a Deus por isso.

― Estamos atrasados. – Ela murmurou, enquanto sentia-se reivindicada nos braços de Bruce, porém não foi capaz de separar-se dele.

Os corpos pareciam um só, as línguas estavam em perfeita sincronia, o sangue em suas veias pulsava em ebulição. Era sempre tão novo quando se beijavam, que perdiam a noção de tudo ao redor. Eles não se importavam se a roupa poderia amassar ou se o batom de Diana ficaria borrado. Também não teriam se importado com o atraso, até sentirem uma pequena força lhes ser aplicada à altura das pernas, tentando separá-los.

― Mamãe, eu fiz um desenho de presente pra você. – A garotinha de quatro anos clamou por atenção, percebendo que seu esforço físico não surtira muito efeito nos pais. O casal separou-se, voltando a atenção para os grandes olhos azuis que os encarava com expectativa. ― É para comemorar o prêmio que você vai receber.

A pequena estendeu o desenho recém terminado para Diana, retratando a família e Diana com uma estatueta em mãos.

― Obrigada, meu solzinho. – Diana abaixou-se para beijar a bochecha da filha. ― É lindo. – Os olhos de Diana marejaram e a menina sorriu, contente com a reação. ― Eu não sei se vou ganhar o prêmio, mas o desenho e você valem mais do que qualquer estatueta.

― E eu não ganho nada? – Bruce fingiu ciúmes, estendendo os braços para pegar a filha no colo.

― Prometo fazer um pra você, papai. – A pequena beijou o rosto do pai, se remexendo de euforia em seu colo quando ouviu a campainha tocar. ― Acho que a tia Donna chegou. – Os olhinhos de Alícia brilharam.

― Vamos atender a porta com o papai, enquanto sua mãe termina de se arrumar. – Bruce propôs, recebendo a concordância da filha, e despediu-se da esposa com um selinho.

Diana contemplou a imagem de pai e filha se retirando, entretidos um com o outro, saboreando a sensação maravilhosa de se ter um lar. Havia se atrasado dando atenção às crianças, mas as atividades como mãe, sem dúvida, eram o melhor investimento de seu tempo.

(...)

― Tia Donna, Tio Wally! – Alicia saltou do colo do pai para o colo da tia, assim que Bruce abriu a porta.

― Oi, Áli! – Donna beijou a sobrinha. ― Acho que você cresceu mais um pouco esses dias. – A garota sorriu com a constatação da tia.

― Obrigada por ficarem com as crianças. – Bruce abriu espaço para eles entrarem.

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