Novos na vizinhança - 3º Capítulo

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Quando chega-mos a casa, pude avistar um camião branco parado em frente a uma casa que estava a leilão mesma á frente da nossa... pelo menos estava. Parece que alguém a decidiu comprar.

"Parece que vamos ter vizinhos novos!" Exclamou a minha mãe enquanto fechava o carro com o alarme.

Entra-mos em casa e eu subi para o quarto. Já é habitual eu logo que chego a casa subir até ao meu quarto mas hoje eu tinha um objectivo de quando lá chega-se: ver quem eram os novos na vizinhança.

Peguei nos meus binóculos e meia que escondida por de trás das cortinas, pus-me a espreitar. Pelo que conseguia ver, acho que eles tinham um filho ou uma filha. De repente, vi alguém sair de dentro da casa. Era uma senhora muito bem vestida. Esperei que saisse também de dentro da casa um possivel filho ou filha mas nada. Cansei-me de estar ali a espreitar  e só ver móveis a sair do camião e a entar dentro da casa.

"É feio espiar as pessoas." Tomei um susto quando olhei para trás e vi a minha mãe ali, encostada a porta do meu quarto, de braços cruzados e meia que a sorrir.

"Eu não estava a espiar. Estava apenas a... a ver a paisagem!"

"Claro que sim! Logo a noite podes ver de mais perto. Estou a fazer um bolo para ir-mos dar as boas vindas por isso, arranja-te para depois de jantar lá irmos."

***

A hora de jantar chegou e a minha mãe chamou-nos aos três para ir-mos para a sala de jantar comer. Depois de jantar-mos, a minha mãe pegou no bolo e lá sai-mos de casa e atravessa-mos até o outro lado da rua até a entrada da casa dos novos vozinhos. A minha mãe deu-nos um último retoque e logo tocou a campainha.

"Não façam asneiras e portem-se bem." Ela falou para os meus irmãos.

De repente, a porta abriu-se e por de trás dela apareceu a mulher que eu tinha visto de tarde.

"Boa noite. Posso ajudá-los?"

"Boa noite. Desculpe estar-mos a incomodar mas nos vive-mos aqui mesmo em frente e como vimos que tinha-mos novos vizinhos viemos-lhes dar as boas vindas e claro, entregar-lhe um bolo de boas vindas." A minha mãe sempre teve tendência a ser simpática com toda a gente.

"Oh, muito obrigada! Não era preciso terem-se incomodado! Eu até vos convido a entrarem mas não liguem á confusão, como chega-mos hoje ainda temos muito para arrumar."

"Não se precisa incomodar com isso! Não tem problema!"

"Mas eu insisto a que entrem para provar-mos o bolo todos juntos!"

"Já que insiste."

Lá entra-mos todos. Realmente, nunca tinha visto tal confusão numa casa. Parecia que um furacão havia entrado naquela casa e deixado tudo fora do sitio.

"Como eu disse, não liguem a confusão. Mas vinde por aqui."

A senhora levou-nos até há cozinha, pousou o bolo em cima da mesa e foi buscar uns seis copos e colocou-os em cima da mesa junto com uma garrafa de sumo.

"Eu vou chamar só o meu filho e já venho."

Afinal sempre tinha um filho. Eu sabia! Ouvi a senhora gritar pelo filho mas não consegui entender qual o seu nome.

"Ele já vem aí. Ele é um pouco calado mas não é mau rapaz."

Quando olhei para a porta, vi-o a entrar. Ele vinha a olhar para o chão, acho que talvez por estarem estranhos dentro da casa dele, mas quando ele se sentou a mesa, olhou em volta e pode percebeu que o seu olhar congelou em mim pois ele permaneceu parado a olhar para mim.

"Este é o meu filho Zayn."

"Boa noite Zayn. Mas... aí que tolice! Até me esqueci de nos apresentar. Eu chamo-me Brenda, estes são os meus filhos mais novos, Jonh e Philippe e a minha vilha mais velha, Christine.

"Muito prazer. Como eu já disse, este é o meu filho Zayn e eu chamo-me Trisha."

O resto da noite foi mais ou menos passada toda entre conversa de mães, os meus irmãos sempre na brincadeira e eu ali, a olhar o tecto. Admito que meia que me senti observada da parte do Zayn. Ele passou o resto da noite a olhar para mim. Aquilo era meio perturbador. Algo que também me estava a perturbar era o simples facto de eu sentir mais presenças dentro daquela casa. Podia ser impressão minha, mas aquilo estava a intrigar-me.

"Desculpem interromper, mas habita mais alguém nesta casa? Tipo animais ou assim?" Tive que perguntar. Ela disse que só vivia ali ela e o filho mas em sentia que havia mais lá alguém a morar.

"Não, nós não temos animais ou assim. Mas porque perguntas?" Ela olhou-me um pouco surpresa e preocupada. Porque estará ela preocupada? Com o quê?

"Por nada não. Apenas curiosidade." Sorri para ver se a sossegava.

A senhora sorriu-me mas percebi que foi um sorriso meio que esforçado e continuava ali um pouco de preocupação. Passei os meus olhos em volta da sala outra e vez e parei a olhar o Zayn. Ele estava super admirado a olhar para mim. Pode notar um certo brilho em seus olhos. Mas o quê que se está a passar?

"Bem, já se está a fazer um pouco tarde. É melhor ir-mos que ainda tenho que ir deitar estes dois. Foi um prazer conhece-la. Quando quiser aparecer lá por casa está á vontade. Eu trabalho em casa visto que praticamente o meu trabalho é feito todo online por isso..."

"Obrigada o prazer foi todo meu e obrigada pelo bolo, estava delicioso. Ire-mos lá fazer-lhe uma visita, não se preocupe. Eu levo-os até á porta."

Levantamo-nos todos e fomos até á porta.

"Então tenham um resto de boa noite." Despediu-se a senhora de nós.

"Boa noite a todos." Pode ouvir pela primeira vez naquela noite a voz do seu filho. 

"Boa noite e mais uma vez obrigada." 

Foi então para casa mas antes que a senhora fecha-se a porta, olhei uma última vez para trás e lá estava ele, de novo a olhar para mim. Aquilo me deixou um pouco chateada. Ele meio que "tirou a minha privacidade" ao passar praticamente todo aquele tempo a olhar para mim mas o que me indignou mais foi aquela sensação de que estava mais alguém dentro daquela casa.

Quando cheguei a nossa casa, foi para cima, vesti o meu pijama e deitei-me na cama a olhar o tecto.

"O que se passa contigo? Desde que chegas-te que estás meia estranha..."

"É que eu foi a casa dos novos vizinhos e lá só vive duas pessoas mas em estava com a estranha sensação que estava mais alguém lá dentro."

"Tens a certeza? Pode ter sido só impressão tua!"

"Não! Eu tenho a sensação que mais alguém habita aquela casa e eu vou descobrir quem é!"

"Sim, mas agora vais é dormir que tu bem precisas. Vá, toca a dormir!"

"És pior que a minha mãe!"

"Ainda bem! Boa noite!"

"Boa noite!" E acabei por ser coberta pela Julie e adormecer enquanto os via em minha volta.

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