Heartbreaker

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  E mais uma vez, Rachel havia encontrado o seu pecado.

  Havia saído para tomar um ar fresco devido ao tumulto de mais cedo. 

  Já estava escurecendo quando ela o viu no lugar de sempre. Limpando suas armas de caçador. Aparentemente ele estava com raiva das bruxas a ponto de caçá-las mais uma vez. Ela não o culpava. Até mesmo ela queria mata-las. 

— Oi... — Disse ela e ele a encarou surpreso.

— E-Ei! Você... Você está ótima. — Ele respondeu notando que ela não estava mais tão anêmica quanto da ultima vez que se viram. Ela arregalou os olhos surpresa com aquelas palavras. — Q-Quero dizer... Não que não estivesse linda antes, é que, você parecia doente. — Ele sorriu, mas logo notou que fora ainda mais tolo ao dizer tais palavras rudes para uma dama. — Digo...

— Eu já entendi, Rowan. — Disse Rachel sorrindo com todo aquele desastre de Rowan. Ele acabou sorrindo de volta.

  Ainda bem que ela não levou sua vergonha a sério.

— Como está seu pai? — Perguntou ela. 

— Bem... Está feliz por termos conseguido prender algumas das bruxas.

— Vocês o que? Rowan isso é perigoso! Elas são perigosas! — Alertou Rachel e ele se aproximou dela. 

— É tão lindo vê-la brava comigo desse jeito. Preocupada... O que me faz duvidar ainda mais desse teu... Noivo. 

— Não comece... Só vim ver se estava tudo bem contigo e aparentemente está, então se me der licença... — Disse se virando, porém como já se era de esperar, Rowan a puxou pelo braço forçando-a encará-lo.

— E você? — Perguntou ele. — Como você está, minha dama?

— B-Bem...

— Parece nervosa. — Ele respondeu sorridente e Rachel não conseguiu responder. 

— Me solta Rowan...

— Olhe no meu olho e diga que não me ama. — Ele pediu encarando ela e dessa vez... Dessa vez ela não conseguiu negar.

— Por favor Rowan... — Pediu já com as lágrimas expostas e ele entendeu a resposta. Ela o amava.

  Foi então que em um ato imprudente surpreendeu a condessa Alucard.

  Rowan a beijou. Ali mesmo no meio da vila, entregou a Rachel um beijo repleto de vontade, selvagem e completamente intenso.

  Céus! Ele era louco?

  Rachel afastou o rosto lhe entregando um tapa em seu rosto, porém logo em seguida sorriu com aquela ousadia e o beijou em resposta sendo levada as pressas para dentro da casa do seu caçador.

  Rachel empurrou Rowan para a parede desabotoando sua camisa branca e larga enquanto o beijava com intensidade.

— Espera, espera... — Disse ele arregalando os olhos. — Tem certeza disso? Digo.. V-você sabe... É sua primeira vez... — Ele sorriu.

  Rachel comprimiu uma risada irônica do fundo de seus ossos. Aquela literalmente não era de longe sua primeira vez. Mas não custa fingir né?

— Vou sobreviver. — Ela sorriu o puxando para perto e o beijando novamente enquanto tiravam as roupas uns dos outros.

  Ao ficarem nus, as trocas de beijos se tornaram ainda mais intensas. As mãos de Rowan acariciavam e apertavam a pele exposta de Rachel que em retorno o arranhava as costas e dava-lhe mordidinhas em seu pescoço com cuidado para não exagerar.

    Os gemidos abafados da penetração surgiam cada vez mais e mais intensos, o suor do calor daquele quarto ficava ainda mais exposto, e a cama se movia com clareza para lá e para cá, fazendo barulhos e ruídos da madeira.

  Bom, aparentemente Rachel também era louca.

***

Laura abriu os olhos ao sentir um copo de vidro cair no chão e se partir em pedaços. Estava de volta à 1456. Sentada em sua poltrona como se nada houvesse acontecido. Até que então.. Ela se levantou em direção ao barulho do vidro se partindo.

— Lafontaine? — Sussurrou para si mesma ao ver que sua governanta havia deixado as porcelanas do prato caírem no chão ao elevar as mãos a boca.

— Não! Não pode ser verdade! — Gritou Perry correndo aos braços de Laf em um abraço longo e forte para comprimir a dor.

— E-Eu sinto muito... — Disse um homem vestindo roupas simples de um camponês. 

— Minha... Minha Laura... — Sussurrou Sherman, Pai de Laura elevando a mão direito em seu peito esquerdo como se tentasse acalmar o coração.

— Meu pai... — Disse Laura se aproximando. — Eu estou bem meu pai! E-Eu estou bem! — Chamou ao ver se pai se destruindo em lágrimas sem escutá-la.

  De repente o cenário mudou.

  Tudo ficou escuro...

  O gato preto. O símbolo de Carmilla. O gato que sempre esteve com Laura desde antes conhecer Carmilla.

  Ela o seguiu. curvou em um beco da rua 13, em direção a praça observando as carruagens belas das damas. O gato se afundou na multidão obrigando Laura a correr em sua direção.

  Ela o perdeu de vista.

  Porém o barulho das vozes que antes eram diversos, agora estava silencioso. O barulho havia se cessado. Ainda com medo do que pudesse vir, Laura se virou lentamente para trás.

  Lá estava parada, de costas para a milady, uma figura vestindo um longo vestido dourado de gala da época, porém, um detalhe lhe chamou a atenção. O sangue.

  A mulher era afrodescendente e também se virou lentamente revelando o sangue escorrendo também por seu pescoço. Como se houvesse sido degolada até a morte. Pelo menos ainda tinha sua cabeça no lugar.

  Laura elevou as mãos a boca no exato momento com as lágrimas escorrendo de seu rosto.

— Diga a ela... Que eu sinto muito... E que fiz o meu melhor. — Respondeu a mulher, e então no momento em que Laura avançou com o pé para tocá-la, o inevitável acontece.

  Em um pulo da cama, Laura havia acordado.

***

  Sua respiração estava ofegante ao mesmo tempo em que acordou com gritos e o susto. Aquele pesadelo fora um dos mais horríveis a serem passados na cabeça de Laura. 

  Ainda tentava buscar ar quando se levantou vagamente da cama. Talvez sua pressão tenha caído um pouco. Ou o contrário. Ao abrir os olhos Laura viu algo que fez com que tivesse vontade de chorar novamente.

  Não era possível, era?

— Laura! Tudo bem com você?! — Perguntou Carmilla entrando sem bater com a preocupação exposta em seus olhos, sem contar de sua camisola gigantescas e negra que usava para dormir, já toda suada devida ao susto. — Te ouvi gritar e fiquei preocupada! — Respondeu ao notar que Laura havia se agachado para pegar algo. — Laura?

  Ela se virou e em suas mãos carregava nada mais e nada menos que... Um filhote de gato preto com um colar de cetim preso em seu pescoço.

— Carm... Eu...

— Oh não... — Sussurrou já entendendo o recado.

  Matska fora assassinada por Elizabeth.



Alucard: O Fim - Vol 2 - Uma História Renegados do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora