Alucard: O Fim - Vol 2 - Uma História Renegados do Inferno

Everything Is Dead

  Quantas vezes paramos para pensar no quão injusto é o mundo? 

  Infelizmente o sonho de vingança de Rachel teria de esperar mais um pouco. Aparentemente tentar lutar contra um dos sete príncipes do inferno enquanto Deus claramente havia alertado ter acabado de acordar não era uma boa ideia.

  Antes mesmo que Rachel tentasse algo contra Belzebu a própria havia desmaiado. Ela havia abusado de um poder que ainda não estava adaptada a usar. Havia abusado de sua forma final de um demônio, naquela forma, todos os sete sentidos de Rachel que já eram bastante amplos, haviam sido maximizados. Sua força havia ganhado ainda mais resistência, e sua aparência ainda mais assustadora. 

  Rachel havia vendido a alma dela para as trevas naquele momento.

  Perdeu Rowan. O amor de sua vida... Mais uma vez e isso a fez abusar dos limites.

  Ela abriu os olhos vagamente. Era de noite quando acordou. E já não se encontrava mais em Blair. Estava na Pensilvânia, na casa onde ficavam depois de Salem...

  Três toque lentos foram ouvidos da porta, porém Rachel não respondeu, estava sozinha e calada em seus pensamentos.

— Rachel? Sou eu, Carmilla... Já acordastes? — Não houveram respostas a pergunta a condessa Karnstein. — Estou entrando... — Respondeu abrindo a porta e vendo que ela havia sim acordado, mas que parecia vazia, triste e sem saber o que realmente aconteceu. — Ei... — Disse Carmilla se aproximando. — Eu imagino que queira ficar um pouco sozinha hoje... Só vim avisar que as bruxas estão desacordadas graças a magia de Aurora, Clarke e Laura... Elas estão mantendo-as dormindo por enquanto... Temos um plano para nos livrar de uma vez por todas de Elizabeth e sua gangue viu?  — Rachel fez que sim com a cabeça, porém não encarando o rosto da condessa de Karnstein. — Sinto muito pelo Rowan... Sei que amava ele... — Disse Carmilla acariciando os cabelos da vampira. — Pode contar comigo para qualquer coisa. — Respondeu por fim deixando-a sozinha no quarto acreditando que tudo que Rachel precisava era de um tempo com sua mente.

  Mal sabendo ela que a mente de Rachel era perigosa...

— Seu coração está gritando. — Disse uma voz. Rachel virou o rosto para ver quem era e se deparou com a única pessoa que realmente sempre esteve com ela, reconhecendo sua dor, e todos os pontos fracos dela. 

— Oi Johanne... — Disse por fim.

— Oi Rachel. — Respondeu de volta com um sorriso fraco. — Consigo sentir seu pedido de socorro até do outro lado. 

— Não é hora, para humores negros, Johanne...

— Eu sei, minha condessa. Eu sei. — Respondeu ela se deitando lado a lado de Rachel. — Quer desabafar comigo?

— Não tenho o que desabafar. Perdi Rowan, assim como Erick, John, e entre outros. — Ela sorriu tristonha. — Esse é meu destino. Sofrer pela eternidade. — Disse ela virando-se para encarar Johanne que virou também para encarar Rachel. — As vezes me pego imaginando-me no futuro. Onde o verdadeiro apocalipse acontecerá, sabe?  O que vai acontecer comigo? Irei para o inferno? Irei sobreviver ao próprio apocalipse? 

— Acho que poderia perguntar isso ao autor do apocalipse.

— Deus está morto Johanne. Ao menos para mim. 

— Não diga isto. Palavras tem poderes Rachel.

— Quando mais precisei dele, ele me deixou... Me deixou abandonada e sem respostas... Sozinha no desespero da noite... Me sinto tão vazia...

— O que vai fazer agora?

— Eu não sei... Só queria parar a dor... Queria que houvesse um jeito da qual me fizesse parar de sofrer e de sentir essa agonia...