Marco Reus
Minha cabeça estava explodindo. Inferno de ressaca.
Depois da bomba que Melissa jogou em mim ontem, bebi até apagar. Inferno de mulher que fode comigo e depois com a minha vida. Estava tudo indo tão bem entre a gente, estávamos saindo sem compromisso algum e curtindo um a companhia do outro, então ela me vem essa história de que está esperando um filho meu.
A pior parte de tudo isso é que estou arrependido. Arrependido de ter agido com ela daquela forma, sido um grande filho da puta, eu não tinha esse direito, apesar de tudo ela ainda é a Melissa, a minha doce e amável Lissa. Puxo meus cabelos com o intuito de amenizar a raiva que estou sentindo. Merda!
Não devia ter a ofendido daquela maneira ontem, isso foi totalmente errado. Fui um ogro com as palavras e, principalmente, com os gestos.
Não sei como lidar com o fato de ela estar grávida, não era pra isso ter acontecido, não agora. Mas não quero perdê-la. Lissa me faz bem, quando estou com ela os problemas desaparecem, tudo fica leve. Seu sorriso, seu jeito doce, mas ao mesmo tempo decidida me deixam enfeitiçado. É como se tivéssemos nosso próprio mundo, apenas nós dois.
Chego a conclusão de que estou apaixonado por Lissa, e por isso não vou deixá-la ir embora da minha vida. Decido que ir até seu apartamento é o mínimo que devo fazer, e me desculpar por ter sido mais do que um grande babaca.
Quando tento levantar da cama vejo que essa ideia na prática é mais complicada do que parece. Minha cabeça lateja e meu corpo dói.
Nunca mais bebo!
Abro os olhos lentamente até se acostumar com a claridade do dia, sento na cama e fico pensando no quanto eu fui, talvez ainda seja, um grande idiota. Afasto o lençol do meu corpo, levanto da cama e vou direto para o banheiro. Preciso de um banho urgente pra tirar esse cheiro de bebida do meu corpo.
Entro no box e ligo o chuveiro deixando a água gelada lavar a minha alma. Penso em como Lissa deve estar péssima, considerando o quanto fui um tremendo cuzão ontem, o quanto a ofendi.
Droga!
Fecho os olhos e lamento, lamento de verdade por tudo. Eu a quero, mais do que já quis qualquer uma, mas não consigo aceitar essa ideia de que está esperando um filho meu. Isso não é possível, não era pra ter acontecido agora.
Desligo o chuveiro e enrolo uma toalha na minha cintura. Vou até meu closet pegar algo para vestir, estou decidido a ir atrás de Lissa e me desculpar pela burrada que fiz. O resto eu penso depois, minha prioridade no momento é ter seu perdão.
Depois de vestido, penteio o cabelo e passo um perfume, saio do quarto e vou descendo as escadas em direção à cozinha. Preciso comer algo rápido, vou até a geladeira e pego um copo d'água, bebo e o deposito na pia. Descido ir logo até o apartamento da Lissa, como algo pelo caminho.
Vou até meu escritório pegar as chaves do meu carro, quando passo pela porta do mesmo, cenas do dia anterior me vêm a mente. Lissa dizendo que estava esperando um filho meu. Eu a ofendendo profundamente. Ela saindo do meu aperto e dizendo que nunca mais queria me ver. Sinto uma pontada de dor no meu peito, só de imaginar em nunca mais vê-la, fecho fortemente meus olhos e suspiro. Preciso encontrá-la o quanto antes, só a ideia de nunca mais vê-la é angustiante, não posso nem cogitar isso.
Alcanço as chaves e sigo em direção a garagem. Ligo o carro, respiro fundo e rezo pra que tudo dê certo, que não seja tarde demais. Guio o carro até o portão de saída da mansão. Enquanto dirijo penso no que vou falar pra ela quando chegar em seu apartamento, como irei me desculpar ou explicar o quanto a minha atitude foi totalmente errada.
Uma música lenta toca no rádio e me deixa melancólico, vou o caminho todo observando os lugares, as pessoas, o modo como vivem. Algum dia serei normal assim? Terei uma vida leve com alguém do meu lado? Melissa poderia ser essa pessoa, eu quero que seja.
Estaciono o carro próximo ao prédio onde mora. Aperto o volante e respiro fundo. Coragem. Tenha coragem, Marco.
Desço e vou em direção ao prédio, minhas mãos soam. Estou nervoso, mas principalmente arrependido. Quero provar à ela o quanto a quero, a desejo.
Passo pelo portão do prédio e me aproximo da portaria.
— Bom dia! — lanço um sorriso nervoso ao porteiro — Pode dizer à Melissa que estou aqui?
— Bom dia rapaz! — recebo um sorriso — A senhorita Melissa foi embora esta manhã.
Embora? Mas... mas... como? E pra onde?
— Embora? O senhor sabe para onde ela foi? — pergunto com a esperança de que ele saiba.
— Sinto muito, mas a senhorita apenas entregou as chaves do apartamento e pegou um táxi, não disse para onde estava indo. — diz com pesar.
Mas que merda Melissa, pra onde você foi? O que eu faço agora? A magoei tanto ao ponto de deixar a cidade em questão de horas?
— Obrigado, tenha um bom dia! — dou um meio sorriso e me viro saindo do prédio para voltar ao meu carro.
— De nada, você também! — ouço sua reposta enquanto caminho lentamente.
O que eu faria agora? Para onde Melissa foi? Por que não esperou eu me explicar, me desculpar?
Ela largou tudo, sua casa, seu emprego. Como iria criar uma criança sem essas coisas? O que pretendia?
Decido telefonar para ela. Cai direto na caixa postal.
Sento no meio fio da calçada e coloco as mãos na cabeça. Estou perdido. Me sinto a pior pessoa do mundo. Insuficiente.
Sem rumo. É assim que eu estou e me sinto. Agora realmente a ficha caiu e percebo o quanto Melissa é importante na minha vida, no quanto errei com ela. No quanto a quero aqui, comigo.
Eu preciso encontrá-la, mas não faço a menor ideia de por onde começar.
Pondero enquanto estou sentado na calçada. Caso eu a encontre, como vou me explicar? A reconquistar? Pela forma como ela foi embora percebo o quanto pisei na bola, o quanto a magoei. Ela está ferida, e longe de mim, provavelmente muito longe.
Será que um dia vou conseguir me redimir com Lissa? Depois de tudo o que fiz e disse, ainda há redenção para mim?
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Redenção (pausada)
FanfictionMarco é um famoso jogador de futebol. Vive o ápice de seu sucesso em uma vida regada a festas, e principalmente, mulheres. Melissa chegou na Alemanha para fazer intercâmbio. Acabou por se encantar com o país e decidiu que ali queria viver pelo resto...