Capítulo 4

252 24 42
                                    

Marco Reus

Aprendi a viver sem a companhia de Lissa. Para ser mais sincero, tive que me conformar a viver sem ela.

Fiz tudo que podia para encontrá-la, porém quanto mais eu a procurava, mais ela se escondia.

Lissa não queria ser encontrada, e se eu realmente sentia algo por ela, tinha que entender e respeitar.

E foi então que desisti de procurar. Depois de meses tentando entrar em contato decidi que a melhor, e única, opção era deixá-la ir.

Me dediquei inteiramente ao time e ao meu bem estar físico, as lesões já não eram tão frequentes e estava fazendo uma boa temporada.

— Então cara, você não vai se arrumar? — Mário me tira do meu devaneio.

— Já está na hora de irmos?

— Falta menos de uma hora pra começar a comemoração e você tá aí sonhando acordado. — pula por sobre o sofá e se senta ao meu lado encarando-me — Qual o motivo do seu devaneio? Ou devo dizer, quem? — me olha sugestivo e com um sorriso presunçoso no canto dos lábios.

— Não começa cara. — levanto — Vou me arrumar.

— Só não demora muito princesa, odeio chegar atrasado.

Dou as costas e sigo em direção ao meu quarto.

Vamos comemorar nossa vitória no primeiro amistoso da seleção depois da copa, que havia sido um fiasco por sinal.

Ainda não tinha superado por completo nossa curta campanha na copa, mas a vitória nesse amistoso já era um começo e caminho pra nossa seleção se reerguer.

Desligo o chuveiro e enrolo uma toalha na cintura, saio do banheiro e vou procurar algo pra vestir essa noite. Visto algo informal e adequado para uma boate. Penteio o cabelo e por fim passo meu perfume.

Me olho no espelho e até que não está tão mal assim, e por quê estaria?!

Coloco meu relógio no pulso e pego minha carteira e celular. Saio do quarto e vou até a sala ao lado encontrar o Mário.

— Estou pronto, vamos?

— Pra que esse perfume todo cara? — reviro os olhos, esse garoto tá me irritando hoje.

— Não vou nem te responder pra quê Gotze. Vamos logo, não é você que odeia chegar atrasado? — faço uma voz fina e gesticulo o imitando.

Mário mostra o dedo do meio pra mim e levanta do sofá.

Checo se não esqueci nada, abro a porta e espero Mário passar, tranco-a e vamos para o elevador.

— Então... — murmura enquanto estamos no elevador.

— Então?

— Sabe, aquela garota com quem você tava saindo, é sério?

— Não, nada pra mim é sério desde a... você sabe. — olho fixamente para a parede a minha frente.

A porta do elevador se abre e atravessamos o hall em direção à saída do hotel.

O táxi já estava nos esperando. Fico pensativo o caminho todo, hoje pensei em Lissa mais do que o normal e acho isso estranho.

*

Eu a observava de longe.

Pouco depois que cheguei na boate pra comemoração eu a vi. Lissa. Em carne e osso.

Redenção (pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora