Eu sei que te amo - Brovost

Brovost

MPS

Finalmente eu estava me sentindo mais quente e confortável sentada em um café muito simpático, Dom continuava me encarando com um enorme ponto de interrogação por toda a sua cara, eu não poderia culpar a bichinha, nem eu acreditava que estava ali para resolver esse rolê todo.

- Baby Girl senta aqui vamos conversar!

- Mel, comece respondendo o que diabos você está fazendo aqui?!!

- Ok! Vamos acalmar a xotinha ai Dominique? Vou explicar, agora senta que lá vem a história.

Bebi muitos cafés batizados daquele momento em diante, ocultei a pequena parte em que Katherine deu uma de CSI sapatão com os binóculos, tem horas que a ignorância é uma benção, vamos deixar esse pequeno detalhe para um dia em que ela estiver mais calma.

Dominique estava com uma cara que eu não conseguia decifra, eu estava entre, ou ela está muito puta, muito surpresa, ou com problemas de gases. Difícil saber ao certo. Mas eu contei toda a história e deixei a bichinha falar um pouco.

- Mel - Ela arcou os ombros como se estivesse se sentindo derrotada, aquilo cortou meu coração, Dominique triste não!

- Olha a Kat te contou a história toda certa pelo menos, mas a questão é que eu não merecia ser tratada daquela maneira por ela no telefone, não depois de tudo o que se passou entre a gente. Eu entendo que eu estou toda errada nessa história, afinal ela é a casada e eu não, mas poxa não custava nada ela me falar o que aconteceu, ao invés de me enxotar.

Não aguentei e abracei ela quando vi que uma lágrima rolou pelo seu rosto angelical.

- Ah Dom Dom, eu sei meu amor, eu sei e disse isso para ela, não foi a coisa certa para se fazer e ela sabe, ela está arrependida Dom escute ela pelo menos, eu te prometo que depois que você souber o que aconteceu, você vai entender o lado dela.

Com lágrimas nos olhos ela me olhou. Meu Deus do céu! Nem todo o bourbon do mundo era capaz de me fazer saber lidar com a Dom chorando, eu queria guardar ela em um potinho para que ninguém mais machucasse ela.

- Mel, eu até quero ouvir o lado dela, mas ela me machucou de verdade, e também não é só isso agora que a Elise entrou pro meio eu não sei bem o que estou sentindo, está tudo muito confuso, e quando eu estou com a Elise tudo é fácil e leve, eu não sei o que fazer Mel, me ajuda!

Ela caiu em prantos, essa não era o tipo de conversa que eu tinha na minha cabeça, eu tinha pensando em tantas piadas para fazer durante o caminho, mas agora eu não conseguia pensar em nenhuma delas.

Enxuguei o rosto dela e pedi que ela parasse de chorar e me escutasse por um minuto. Lindamente ela me obedeceu, que neném.

- Dom joguem o jogo da verdade, coloquem as cartas na mesa e revelem a pureza das suas intenções. Consulte o mais secreto do teu coração. Você já sabe de tudo, não adianta esconder nem disfarçar as evidências, você está inteiramente vidrada em Katherine Barrell e não é de hoje. Tenho provas do que afirmo, não me pergunte quais (ainda não estava na hora de revelar para ela que eu era uma Alice que shippava Brovost loucamente). Então continuei.

- Dom o amor fala, transborda em confidências, poemas, declarações, confissões, telefonemas, cartas, tudo o que produz voz e texto, tudo o que parece ser capaz de revelar seu mistério e acalmar os nossos sentidos. Ao juntar violentamente as sensações do corpo e da alma, como dois fios desencapados, o amor apaixonado nos coloca diante de um enigma. Não sabemos como lidar com ele. E então precisamos, desesperadamente, enunciá-lo. Para compreendê-lo, para comunicá-lo, para alimentá-lo e até mesmo para acabar com ele. Não existe amor mudo -  o amor não se completa no outro, mas na palavra.

- Digo com tranquilidade Dom você e Kat são pessoas raras procurando-se, vencendo vales e mares para se encontrarem, trançando as asas num vôo transgressor, banindo o trivial e tendo ali, com êxtase e dor, a sua recompensa, o amor. A paixão Dom no início é sempre um terremoto, um risco, mas uma glória.

Ela havia parado de chorar e agora me olhava atentamente me estudando de cima a baixo.

- Mel, você está bebendo só bourbon neh? Não tem nenhuma outra droga envolvida no meio disso não tem?

- Dom do que você está falando criatura? É claro que não!

- Então, Ual! Você deu uma tremenda filosofada agora, você disse tudo o que veio na sua cabeça ou de outro lugar?

- Já ta engraçadinha você neh? Devia ter te deixado chorando! Mas não, eu não disse isso da minha cabeça, eu li em algum livro, mas não é esse o ponto! Foca aqui! O ponto é que tudo o que eu disse é verdade e a Kat merece uma chance de se explicar, mesmo que depois você decida que não quer nada com ela. Deu pra entender? E outra coisa eu não vou aceitar não como resposta, você vai agora mesmo comigo encontrar ela e ter uma conversa honesta! Eu não atravessei o oceano para ver o meu shippe morrer assim!

- Shippe? Que shippe Mel? Do que você está falando? Você shippa a gente?

Eu e minha boca grande!

- Não você não está prestando atenção no que eu estou te falando! Já falei foco! Levanta baby girl ou vou ser obrigada a te carregar nas costas por Londres inteira! E ai como vai ser? Vai andando com os seus pezinhos bonitos, ou vou ter que te levar que nem boi amarrado?

- Ta bom! Ta bom! Eu vou, mas Mel e se você estiver errada?

- Eu não estou Dominique, quando você já me viu errar em alguma coisa? Não responda foi uma pergunta retórica!

Finalmente a pequena vegan se colocou de pé e nós fomos ao encontro da CSI Sapatão!

Meu Brovost não podia morrer ali, eu não admitia elas nadarem e morrerem na praia, meu shippe estava mais vivo do que nunca!