Vampiros : A união *parte 1 *

Relâmpagos

     Quando voltava da casa da Bia, já à noite e sozinha, vinha pensando em tudo que havia de misterioso em Rodrigo. Até que quando estava perto de casa, um relâmpago cortou o céu e com o clarão que predominou, pude ver um pássaro voando. Estranho, não chovia. Distraida continuei andando até que outro relâmpago tombou uma árvore na minha frente. No mesmo momento, senti ser arrastada para trás ,e caí.
     -Sabrina, acorda! falava uma voz conhecida para mim, com tapinhas gelados, mas leves em minhas bochechas.
     -Rodrigo! Quando pronunciei seu nome, em um salto ele estava de pé. Assim que me sentei na calçada começou a chover
     -Você está bem?
     -Acho que sim, respondi meio atordoada, levando uma das mãos à cabeça, enquanto a outra servia de apoio no chão. Por alguns instantes só podíamos ouvir o barulho dos pingos da chuva caindo por nossos ombros.
     Quando inclinei a cabeça para cima, havia uma mão esticada me oferecendo ajuda para levantar. Retribui o gesto, e Rodrigo, delicadamente me levantou envolvendo com seu outro braço minha cintura, para que eu não perdesse o equilíbrio. Era como se o mundo inteiro parasse ao nosso redor. Ainda abraçada a ele, comecei a perguntar:
     -O que aconteceu?
     -Uma árvore caiu perto de você.
     -Como você sabia que ela ia cair?
     -Eu não sabia.
     -Onde você estava?
     -Por perto.
     -Como chegou tão rápido?
     -Vim voando.
     Levantei minha sobrancelha demonstrando que não entendi, que ele não havia me convencido.
     Ele riu e começamos a andar. Três casas depois era a minha.
     -Está entregue, ele disse. Tocou a campainha e quando o portão abriu, continuou:
     -Tchau, nos vemos na festa.
     Perguntei:
     -Não quer entrar?
     -Fica para a próxima, já é tarde; aliás, mocinha, não deveria andar sozinha a essas horas. Seus pais sabem?
     -Não. Eu me atrasei na casa da Bia. Chegamos do shopping, você sabe, e começamos a conversar e perdemos a noção do tempo.
     -Ainda bem que eu estava por perto. Poderia ter sido pior. Da próxima vez que perder a noção do tempo, peça para o pai dela trazê-la, ou, se preferir, me chame.
     -Aham.
     Entrei, e quando olhei para fora, antes de o portão fechar, ele não estava ali. Fui para meu quarto. Por todos os lados que olhava, havia um pouco dele! Fechava meus olhos, vinha sua imagem. Uma imagem doce, que tomava conta de mim até nos meus sonhos. Adormeci.