PRÓLOGO

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-Inglaterra (Janeiro de 1840)

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-Inglaterra (Janeiro de 1840)

Era inverno, e estava frio ali na proa do navio, de um modo que a capa que Valentina estava usando sobre os ombros não ajudava muito a aquecê-la. A verdade é que não estava acostumada com o clima inglês, que era frio mesmo no verão. De onde veio – Veneza, Itália –, era o contrário. Era bastante quente; prova disso é sua pele bronzeada pelo sol, que tinha um tom cor de chocolate. O céu acima estava cinzento com o amanhecer, e a neblina que perambulava pelas imensas águas do oceano e cobriam a base do navio era um pouco assustador. Não dava para ver nada à frente; era como se o transporte estivesse navegando às cegas.

Valentina suspirou mais uma vez, triste em demasiado com a solidão que se instaurou em seu peito desde que chegou ali. Já fazia dias que não colocava os pés em terra firme, e seu destino parecia nunca chegar. É verdade que ela sempre quis conhecer a Inglaterra, mas não naquelas circunstâncias, onde teve que deixar tudo para trás de última hora, inclusive suas oito irmãs, que planejaram tudo junto com ela. Também deixou seu pai, mas ele não era digno de ser lembrado. Era por causa dele que estava fugindo, afinal.

- Senhoras e senhores, chegamos ao nosso destino. – Disse a voz do capitão em um megafone, tirando Valentina dos devaneios. – Por favor, se organizem e façam fila ao descerem no Porto de Shoreham. E sejam bem-vindos à West Sussex!

Ah, graças a Deus! A mente de Valentina suspirou.

Ela correu até a sua cabine no interior do navio e pegou sua única mala. Colocou as luvas brancas até os cotovelos e um chapéu, então partiu para o lado de fora novamente, onde uma fila gigantesca de passageiros já tinha se formado para pisar – finalmente! – em terra firme.

Depois de muitos – e muitos – dias sem pisar em nada a não ser o piso do navio, Valentina sorriu quando seus tamancos fizeram barulho sobre o deque em direção ao porto. Mas ao chegar lá, a tristeza voltou novamente quando viu os passageiros abraçarem parentes e amigos, enquanto eles os ajudavam a carregar suas malas e partiam em suas carruagens.

Valentina não tinha ninguém esperando por ela, muito menos uma carruagem para levá-la para casa. Ela olhou para os lados pelas ruas estreitas de paralelepípedos, mas a névoa densa ainda atrapalhava sua visão, de modo a tapar qualquer coisa à frente. Não tinha para onde ir.

Foi quando algo gelado e molhado pingou em sua bochecha com um estalo de algo líquido, bem perto do seu olho esquerdo. Ela piscou e olhou para o céu cinzento, e uma torrente começou a cair.

 Ela piscou e olhou para o céu cinzento, e uma torrente começou a cair

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O Poder da Sedução [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora