TRÊS: "Tão orgulhosa"

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Thomaz não conseguiu desviar o olhar enquanto a senhorita Belinda adentrava a estalagem e caminhava em direção ao balcão

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Thomaz não conseguiu desviar o olhar enquanto a senhorita Belinda adentrava a estalagem e caminhava em direção ao balcão. Por algum motivo, ele sentiu que não deveria deixá–la ali, onde, enquanto passava, os homens assentados às mesas velhas de madeira a olhavam como se fosse um pedaço de carne apetitoso, e aquilo o enfureceu em demasiado. Por isso ele ficou ali, esperando que o senhorzinho do balcão a entregasse a chave de um dos quartos e ela subisse até ele com segurança.

Mas isso não aconteceu. Na verdade, algo estava acontecendo lá dentro, porque ele viu quando Belinda disse alguma coisa ao velho que o fez fechar a cara. Ele pareceu ralhar alguma coisa e, temendo que ele fizesse algum mal à dama, Thomaz se aproximou mais da entrada para tentar ouvir. E ele ouviu quando o velho ralhou com Belinda. Todavia, ela o surpreendeu quando ergueu o queixo e praguejou, dizendo para o dono da estalagem que desejava que aquela espelunca caísse em cima da cabeça dele algum dia.

Thomaz riu, alto. Que mulher incrível! Se fosse qualquer outra, teria saído dali chorando e se lamentando. Mas não Belinda. Ela é a mulher mais diferente e intrigante que ele já viu na vida.

Foi quando ele viu. Santo Deus! Ela estava caminhando em direção à saída; em sua direção. E se ela achasse que ele a estava perseguindo? Por isso fez a primeira coisa que veio em sua mente e se agachou ao lado da roda da carruagem, fingindo estar checando se estava tudo certo, quando ouviu uma voz tentadora demais atrás de si.

– Oh, o senhor ainda está aqui. – Não foi uma pergunta.

Ele se levantou e a encarou, fingindo surpresa.

– Senhorita Belinda? Por que não está hospedada? – Ele desviou os olhos para uma das mãos dela, que segurava uma mala.

Ela suspirou.

– Resolvi que não quero ficar nessa espelunca. Está caindo aos pedaços. – Thomaz enrijeceu a boca em uma linha fina, engolindo toda a vontade de rir diante da mentira descarada. – Será que não há outra estalagem aqui por perto? Alguma mais... – Ela desviou os olhos. – Barata?

Thomaz não aguentou, e riu.

– Não seja orgulhosa, senhorita Belinda. Pode me dizer que não tem dinheiro suficiente para pagar a hospedagem. E sim, tem várias outras estalagens aqui por perto. Mas sinto lhe informar, cinquenta por noite é o mínimo que irá encontrar por aqui.

E pela primeira vez desde que a encontrou, a viu corar de vergonha.

Ela se sentou na base da escada da entrada da Estalagem Halfway Bridge, inspirou o ar frio, depois suspirou, parecendo exasperada. Foi quando uma lágrima escorreu pela bochecha dela.

– Ah, Deus. E agora? Eu não tenho para onde ir. Eu não tenho o que comer. Eu não tenho... – Ela colocou o rosto entre as mãos, e seu choro aumentou.

Thomaz se assentou ao lado dela. E quase – quase! – a abraçou. Seu coração caiu aos pedaços com aquela cena.

– Senhorita Belinda. Não precisa chorar. Ouça, eu posso ajudá–la. Pode ficar em minha residência até arrumar um lugar. Ou, se não quiser. Deixe–me pagar a hospedagem.

O Poder da Sedução [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora