SETE: "Visita inesperada (Parte 1)"

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Thomaz montou seu cavalo – ou melhor, o cavalo do duque de Norfolk – novamente, e estava prestes a continuar sua jornada à procura da Srta

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Thomaz montou seu cavalo – ou melhor, o cavalo do duque de Norfolk – novamente, e estava prestes a continuar sua jornada à procura da Srta. Belinda quando uma garoa começou a cair. Eram finas gotas de chuva que respingavam em seu corpo aqui e ali, mas que passaria para uma tempestade em alguns minutos, levando em conta todos aqueles trovões e relâmpagos que iluminavam o céu cinzento acima.

Ele cavalgou, mas não em direção ao Castelo de Arundel, e sim ao Solar Sussex; sua atual residência no viscondado. Sinceramente, estava com saudades de lá. Era um lugar extremamente grande – com imensos jardins italianos nas laterais e um estábulo que caberia dúzias de gado – e extremamente tranquilo. Já fazia tanto tempo que ele não colocava os pés lá que estava temendo não conseguir encontrar seu próprio quarto naquela imensidão de corredores e portas. E estava precisando de um momento sozinho, afinal; para dormir e pensar.

E como presumira, uma torrente realmente começou a cair, ainda mais forte que a última que caiu de manhã. A gotas que batiam em sua face provocavam uma certa ardência, por isso ele bateu com os calcanhares nas laterais do cavalo, que galopou com ainda mais intensidade. O Solar não ficava tão longe da cidade como o Castelo ficava, mesmo assim, chegaria lá completamente encharcado e, se a má sorte estivesse do seu lado, pegaria o pior dos resfriados. O que era péssimo, levando em consideração que já estavam no inverno.

A chuva estava tão forte e pesada que Thomaz não conseguia erguer o rosto, as gotas doíam contra sua face. Por isso continuou o trajeto de cabeça baixa, conhecendo apenas o caminho de terra que seguia em direção ao Solar. De todo modo, mesmo que conseguisse erguer o rosto para a frente, não conseguia enxergar nada. A chuva estava tão pesada que era como uma neblina muito espessa tapando a visão.

Então ele chegou. Rodeou o casarão e correu com o cavalo até os estábulos; colocou–o em uma das baias e partiu para a entrada de trás. Quando alcançou a varanda, seu maxilar tremia enquanto os dentes de cima batiam rigorosamente nos de baixo por causa do frio que estava sentindo. Ele tentou abrir a porta, mas a mesma estava trancada. Apalpou os bolsos do casaco e da calça em busca da sua chave, e só então que se lembrou de que saíra do Castelo sem as suas coisas. Infernos! Thomaz bateu com o punho cerrado na madeira tão forte e desesperado que quase partiu a madeira em duas. Ela se abriu, e um homem de meia–idade colocou somente a cabeça careca para fora.

– Mas o que é que... Ah! Lorde Thomaz? – Ele se espantou, e abriu a porta por completo.

Thomaz adentrou a propriedade, e o calor do interior o atingiu tão forte que foi como estar rodeado de cobertores. O calor o envolvendo como um grande casaco de lã grossa. Ele se virou para o mordomo que tinha acabado de fechar a porta, deixando a chuva e as trovoadas para trás. Ele franziu o nariz.

– Mas que barulho todo é esse? – Pergunrtou.

Realmente. Uma cacofonia de vozes e risadas e talheres sendo deixadas no prato pareciam vir da sala de jantar. O mordomo se empertigou no lugar.

O Poder da Sedução [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora