Capítulo 7

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Acordei com o pior barulho já conhecido no planeta, chamado "despertador". 5 horas. Que maravilha morar em São Paulo. Sair de casa 2 horas antes para chegar meia hora depois, grande metrópole!

Coloquei a roupa, ainda me acostumando com a falta de luz no meu quarto, assim seria por longos 200 dias letivos. "Aguente Aurora, você esta prestes a chegar no último nível, combater o Chefão, vulgo Vestibular, e depois mudar de jogo'.

O café estava forte, maravilha! Não sabia quem estava mais zumbi naquela mesa, minha mãe ou eu. Peguei meu material, novo, que custou quase meu apartamento, e fomos para o carro.

Cheguei ás 7h30, em ponto! Agradeci minha mãe e voei para achar meu nome em alguma lista de turmas.

Estava lá:

AURORA EULAMPIO OLIVEIRA - MATRICULA 34172 - 2ºB - BL D - SL 5

Não era a única a chegar em cima da hora, mandei algumas mensagens para as meninas mas nenhuma visualizada ainda (ah! como é ótimo o mundo da comunicação).

Entrei na sala, toda limpa, arrumada, nova, digna de uma reforma nas férias. O dinheiro da mensalidade foi bem gasto, pelo menos uma vez.

Não sei qual foi o anjo que nos ajudou, mas nossa 'gangue mercenária' estava toda reunida. Comemorei internamente. A última a chegar na sala foi a Clara, com um sorrisinho desconfiante na boca:

- E aí, gostaram da turma que vocês estão?

Respondemos quase uníssonos:

- Claro!

- De nada então.

Olhamos meio sem entender o que ela fez.

- Poxa Clara, logo você que reclama do nosso prefeito, fazendo corrupção para nós caírmos na mesma sala? - Gustavo brincou.

Demos uma risada, quase de desespero com a possibilidade.

- Ah Claro! Foi isso mesmo, besta... Minha mãe é amiga da coordenadora e ela só falou que teríamos amigos novatos e perguntou se a gente podia ajudar na 'sociabilidade' já que nos conhecemos. E a resposta, como podemos ver, foi sim.

Aplaudimos nosso "anjo" e nos ajeitamos nas fileiras, um dos nossos professores acabara de chegar.

Em um dos lances, vi Carlos no canto do olho com seus lindos (bota lindos nisso) amigos. Nem encarei, nem dei bola, mas meu coração deu uma leve apertada por Clara, que parecia estar bem firme conversando com David.

O dia passou quase voando, as aulas foram só aquela apresentação ensaiada do que iremos aprender, como isso e aquilo será cobrado, a nossa preparação para o vestibular, as responsabilidades, a interação social. Nada que eu não saiba, só faltando acrescentar o "entrar na peneira do Santos. Sábado!".

Já tinha feito minha inscrição, falei com Matheus e ele iria me apresentar os seus amigos do prédio para eu jogar essa semana no time, só para não chegar no dia toda enferrujada e passar vergonha. Teria jogo terça, quinta e sexta. Decidi não ir no último dia, iria me poupar, descansar, e tentar não sofrer nenhuma lesão. Deus me ajude.

A aula acabou, liguei para minha mãe e ela iria demorar no hospital, onde era nutricionista. Decidimos almoçar num centro comercial do lado do colégio, Clara, Matheus, David e eu.

Durante nosso pedido, notei Clara um pouco desconfortável, talvez algo relacionado ao David, mas sem nenhuma pista.

Iria tirar aquela duvida mais tarde, com certeza!

Matheus esperou até minha mãe chegar e depois foi para a estação do metrô. Ele era muito intenso, já tinha mandado um link da playlist que criou para nosso grupo, era meio engraçado sua forma de lidar com tudo, quase sempre tão prestativo, um belo de um amigo.

Entrei no carro e acordei com minha mãe estacionando no prédio. Estava exausta.

Feliz Ano NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora