O dia amanheceu tão bonito e eu acordei animada. Andei um tempo triste, pois já faz mais de dois meses que não vejo Davi. Ele se mudou para outro estado, há mais de seiscentos quilômetros para estudar. Passou para uma Universidade pública em Minas, para cursar medicina. Tentara por três anos seguidos e quando finalmente conseguiu, foi correndo atrás do seu sonho.
Eu ainda não havia digerido toda essa situação, pois tudo estava em seu perfeito estado. Nossa rotina, nossos círculos, tudo sempre se resumiu em como funcionávamos bem daquele jeito. Eu ia trabalhar cedo, enquanto ele ia para o cursinho preparatório estudar. A noite nos víamos e dormíamos juntos. Eu o conheci no último ano do ensino médio e desde então não nos desgrudamos mais. Davi sempre foi meu porto seguro. Meus pais e toda a minha família o amava. Era como se tudo fosse certo entre nós.
Eu sou uma mulher que gosta das coisas nos lugares e eu me sentia bem confortável com a rotina que criamos. Porém, quando foi morar e longe, logicamente, sentimos um pouco. Parece que a cada vez que nos falávamos por telefone, a distância parecia ser cada vez mais gritante. Ele bufava várias vezes, parecia cansado e era monossilábico. Nunca gostei muito de palavras e diálogos curtos. Davi sabia o como gostava de falar e ouvir sobre nosso dia.
Era estranho, todas nossas ligações eram bem curtas e aquilo vinha me incomodando há um certo tempo. Mas especialmente hoje decidi deixar de lado esse pensamento, afinal estávamos passando por uma fase nova. Mas íamos passar por mais essa, juntos. E hoje era feriado em todo estado. Davi virá para o Rio e vamos matar a saudade e provar que ainda funcionamos bem. A distância não seria um problema e esse final de semana mostraria isso para ele. Por isso, decidi me levantar cedo e dar uma geral.
Liguei o rádio na FM, abri as janelas do pequeno e aconchegante apartamento e comecei uma hidratação no cabelo, a fim de reduzir as pontas duplas, já que estava grande e eu andava sem tempo de cortar enquanto varria tudo. Ele deve chegar de tarde, mas coloquei o frango para assar, pois tenho certeza que estará com fome. Mandei mensagem para perguntar se já tinha saído de casa pelo WhatsApp, mas ainda não tinha visualizado. Estava animada e feliz. Finalmente animada para uma rodada de sexo. Depois de cinco anos de relacionamento, aquela empolgação toda vai diminuindo e hoje Davi veria uma performance minha que não via há tempos.
E diante desse pensamento, após varrer tudo, fui tomar banho, tirar o creme do cabelo e bater a Gillette na parede. Esse final de semana seria incrível e nos deixaria menos tenso com tudo isso. Depois de dar uma bela caprichada, saí do banheiro cantarolando "Pé na areia" de Diogo Nogueira, quando meu telefone tocou e vi na tela que era minha mãe. Ela morava em outro bairro, uns quinze minutos de ônibus. Mas já fazia tempo que não a via.
— Oi mãe! — atendi dando uma espiada no frango que estava no forno.
— Oi, minha querida! Que saudade! O que você fará no final de semana? — sua voz continha um ânimo do qual estranhamente sentia falta. Havia quanto tempo em que não fazia uma visita? Bem mais tempo que não via Davi, isso é certo. Me sinto culpada.
— Também estou com saudades, mãe. Esse final de semana Davi virá para casa. Vamos ficar juntos, mas podemos dar um pulo aí no domingo. — Respondo ouvindo a bagunça característica que sempre há na casa da minha mãe.
— Não esquenta minha filha. Aproveite o dia com o Davi, deve estar sentindo falta. — Sua voz sai distante e eu sinto que ando devendo uma visita.
— Nós iremos mãe, vamos almoçar aí. Avisa ao pai! Já faz um tempo que não vou aí.
— Certo, farei o prato predileto dele! Estarei à espera de vocês. Te amo, minha querida Loren!
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Ops! Baixei o tinder.
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