Querido cupido,
desejo que você morra atingido pela própria flecha!
Isabela Freitas.
*
A vida tem umas coisas meio loucas. E especificamente a minha parece que ultimamente vem pregando algumas peças. Aliás, os últimos acontecimentos dariam um belo roteiro de filme. E esse exato momento é a hora em que a "mocinha" da história perde a fala diante do cara que tira o fôlego e deixa sua calcinha molhada.
— Desculpe, senhorita. Sou um desastrado. — Vicente é mais rápido e pega meu celular que caiu no chão e para a minha tristeza a tela rachou. Para completar, fico um bom tempo em silêncio, pois além de quebrar meu celular, ele consegue me deixar sem voz.
— Droga! Acho que rachou! — Ele me devolve o aparelho e por uma fração de segundo nos tocamos. E merda... como queria que esse momento fosse congelado só para sentir o calor da sua pele.
— Nossa! Que prejuízo! Já reparou que toda vez que a gente se esbarra sempre as coisas fogem do controle? — Seus olhos me encaram e me levam pra merda do dia de ontem em que tenho certeza que foi sim sua boca na minha e seus braços a envolverem minha cintura até que ele sumiu.
— Sim. Desde ontem. As coisas estão meio confusas entre a gente. Você lembra de ontem? — Não sei de onde veio essa coragem, mas acho que não pensei muito e estou cansada de fingir demência. Qual é o problema a gente transar?
— Ontem? Como assim? Não lembro de tê-la visto. Não está me confundindo? — Seu olhar é confuso e depois assustado. Será que ele não percebeu que era eu? Será que estou delirando? Não é possível que esteja tanto desejando esse homem que criei isso tudo na minha cabeça.
— Ah, esquece... Estou me confundindo.
— De qualquer forma. Troque a tela do celular e mande seus dados bancários juntamente com a nota fiscal que lhe pago. Estava andando com pressa e não quero que saia no prejuízo. Afinal, é minha cliente. E breve estará no seu novo lar graças a minha corretora. — Vicente tira do bolso seu cartão e o entrega para mim. Só que ao invés dos dados da corretora, parece ser o e-mail e celular pessoal.
— Obrigada. Você realmente vai me proporcionar um novo recomeço. Eu amei meu novo lar desde aquele dia em que me mostrou e depois sumiu. — Disparo em tom de ironia e levemente irritada por ele não baixar a guarda nem um pouco.
— Fico feliz. Sei que esqueci meu lado profissional em dado momento e acabei ficando envergonhado pelo acontecido. Não quis lhe ofender.
— Não me ofendeu. Só me deixou com o gostinho de quero mais. — Tomo coragem e me aproximo o olhando bem nos olhos.
Nossas respirações estão descompassadas e meu coração bate tão forte que parece que vai pular do peito. Ele não se afasta e percebo que seus lábios perfeitamente desenhados estão entreabertos e as pessoas que circulam no shopping parecem não existir. É indubitável que a gente sente uma forte atração. É coisa de pele. E quando enfim iríamos nos beijar, somos interrompidos.
— Vicente! Vamos. O filme já vai começar. — Uma mulher morena, alta e com o corpo atlético nos interrompe.
— Tenho que ir, Loren.
Ele sai andando ao lado da bela mulher e eu fico com cara de tacho imaginando como teria sido novamente o nosso beijo.
Merda! Esse homem ainda vai acabar comigo.
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Ops! Baixei o tinder.
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