Não há culpados.
Há o tempo.
Há o amor.
Há a vida.
E ela muda.
Acontece.
Desvanece.Isabela Freitas
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Eu não sei se não estou sabendo lidar com essa nova fase de estar solteira ou se é coisa da minha cabeça, mas tenho a leve sensação que todos do meu trabalho estão olhando para a minha cara. E o pior é que estão cochichando. Será que todo mundo aqui sabe que levei um pé na bunda? Sacudi a cabeça afastando esses pensamentos pra longe e continuo andando como se nada tivesse acontecido.
Hoje resolvi me arrumar um pouco a mais do que o normal, pra ver se melhoro e se me animava um pouco. Pelo visto, deve ter dado certo, pois até os homens não param de olhar pra mim. Estou começando a achar que tem algo de errado com a minha roupa. Continuo andando e vou em direção a minha mesa que fica ao lado de Joana. O setor é formado por Joana, Ricardo, Flávia e eu. Estranhamente Flavia também não havia chegado e eu começo a ficar intrigada.
— Bom dia. — Cumprimento Ricardo que já está ligado em seu computador.
— Bom dia. — Ele está concentrado na tela do computador e eu começo a me ajeitar, coloco minha bolsa embaixo da mesa, ligo o CPU e fico o observando pra ver se fala algo.
—Por que Ana e Flávia não chegaram? Aconteceu alguma coisa?
Ricardo bufa revirando os olhos. Ele nunca foi muito de conversar, sempre está preso em seu próprio mundo e parece não gostar muito de socializar. Mesmo com um olhar fuzilante, ele responde:
— Joana disse que vai se atrasar, pois está tudo engarrafado e Flávia foi demitida, pois está a dormindo com o chefe
Arregalo os olhos e agora entendo por que todos estavam cochichando. Eu com meu complexo de perseguição estava achando que era o motivo de todo aquele burburinho. Que babado! Eu sempre soube que tinha caroço naquele angu! Será que Carlos também foi demitido? Nunca fui com a cara dele mesmo.
— Caraca! Como descobriram? Carlos também rodou?
— Esses detalhes eu não sei, mas Carlos não foi demitido. Ele continua sendo o coordenador do contábil. Aquela velha história, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco.
— Como sempre a mulher sempre leva a culpa! Já começamos bem a semana!
— Pois é, mas espero que o RH encontre uma pessoa pra substituir a Flávia, pois não estou nem um pouco a fim de trabalhar por dois.
— Compartilho do mesmo sentimento.
Respondo pensativa e me organizo na minha mesa. Respondo alguns e-mails, concluo alguns relatórios e Joana chega esbaforida se sentando ao meu lado.
— Bom dia, gente! Me desculpem pelo atraso!
— Sem problemas, Joana.
Trabalhamos em silêncio e o dia está tranquilo, apesar de sentir que o ar ficou um pouco pesado depois que Carlos deu as caras. Eu quase vomitei a olhar a cara daquele cretino, mas não fiquei muito tempo encarando. Já basta ter que lidar com meu chefe, Alex. Ele é um babaca também, sempre leva os créditos dos projetos em que eu desenvolvo. Raramente cita meu nome e sempre sai bem na fita as minhas custas.
Desde a época em que era estagiária. Ele me elogiava dizendo que queria uma pessoa como eu para trabalhar ao seu lado, mas depois que me contratou, todas aquelas histórias motivacionais foram pro ralo. Nunca me valorizou como profissional, não reconhece minhas ideias e meu esforço, mas sempre faz do jeito que sugeri, mudando um ou dois detalhes para no final dizer que tudo saiu daquela mente.
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Ops! Baixei o tinder.
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