Seol.

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Maya

O restaurante de frutos do mar ficava a uma distância pequena da EyD, mesmo com o trânsito que a hora do rush proporcionava, o caminho foi curto e eu posso dizer que aproveitei a maior parte dele para imaginar diferentes formas de arrancar cada um dos dentes perfeitos de Alec Richie. Ele era um lambedor de sacos profissional, uma pessoa tão mutável e sem personalidade, um quadro em branco. Pronto para se transformar em qualquer coisa que você precise e eu arrancaria meus olhos para ter essa habilidade.

Estalo a língua e descruzo minhas pernas só para cruza-las novamente, pelo canto de olho vejo o sr. Jeon se remexer de maneira desconfortável. Aquilo não estava sendo agradável para ele também.

Por enquanto, Jeon Jungkook era neutro. Não tinha nada nele que eu gostasse e estaria mentindo se dissesse que eu o odiava de alguma forma. Na maior parte do tempo eu simplesmente esquecia que ele estava ali, só quando eu via os relatórios prontos e recebia as ligações, eu lembrava que havia um garotinho coreano na sala ao lado da minha, buscando seu lugar ao Sol.

Sabia que ser o meu secretário não estava sendo a realização de um sonho e, sendo sincera, estava pouco me importando com isso. Justine esperava de forma paciente que ele desistisse para poder mostrar para todos que o problema estava em mim. Por ora, JCokiee não podia quebrar e ceder.

-Senhorita Stewart.- meus olhos estavam na janela do táxi e um aceno de cabeça é tudo o que ele precisa para continuar.- O que eu vou fazer exatamente? Digo, como eu devo me portar?- viro a cabeça. Os olhos negros estavam mais estreitos que o natural, ele parecia preocupado.

-Você ouviu o Richie.- lembrar da forma altiva que fui tratada pelo meu VICE fazia meu olho esquerdo tremer.

-Sim, eu sei, ser simpático.- percebo quando ele tenta não parecer impaciente.- Mas isso não é algo que sai naturalmente quando é imposto, entende?

-Entendo? Aparentemente eu não sou a melhor pessoa para comentar sobre simpatia, sr Jeon.- ajeito os óculos que escorregavam pelo meu nariz, ainda lembrando da conversa com Richie. A importância numérica da opinião dele sobre a minha personalidade era equivalente a menos um, todavia não era satisfatório que o Presidente também achasse que eu não era boa com pessoas. Passei três anos escondendo isso dele.

-Sim, a senhorita tem razão.- ele concorda com a cabeça e se vira para a janela, perdendo o meu fuzilamento ocular.

-Não me acha uma pessoa sociável, sr. Jeon?- questiono, o prendendo com o olhar quando seus olhos se voltam novamente para os meus.

-É uma pergunta séria?- parece genuinamente inocente, não percebendo o quão perto do fogo estava.

-A sua ignorância é o que te mantém vivo.- murmuro, notando que já havíamos chegado no restaurante e não seria de nenhum proveito começar uma discussão momentos antes do encontro com os acionistas. Quando o táxi estacionou, puxei o dinheiro da bolsa e o passei pela divisória que separava o motorista de nós, me apressando para sair do carro.

A entrada do restaurante era de vidro negro, havia uma placa de madeira bem em cima da porta de entrada e o nome também não era promissor, Blue Sole. Odiava linguado.

-Foi você que escolheu o restaurante?- pergunto quando Jeon se coloca ao meu lado, nós já estávamos entrando no lugar, sendo recepcionados por uma moça sorridente que só estava ali para dizer um bem-vindos e um, estou apenas supondo, volte sempre. É realmente interessante como algumas pessoas conseguem trabalhos fáceis nos EUA.

-Não.- responde rapidamente.- Eles escolheram e eu fiz as reservas.- ajeitava o terno e a gravata, parecendo nervoso enquanto esperávamos em uma fila pequena para falar com o maÎtre.

WORKING MAN!Onde histórias criam vida. Descubra agora