Capítulo 24

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Andronicus estava sentado em seu trono, rodeado por uma dúzia de servas nuas e acorrentadas ao chão, elas o abanavam e colocavam frutas em sua boca. Ele se inclinou para trás com um sorriso e observou as festividades desdobrando-se diante dele. No piso circular da sala de seu imponente trono, os jogos da noite estavam começando.

Espalhados por toda a sala havia centenas de seus mais íntimos seguidores e multidões que haviam chegado de todos os lugares do império, usando todas as cores possíveis, para prestar homenagem a Andronicus. Eles festejavam, dançavam, bebiam e se drogavam naquela sala, tal como vinham fazendo noite após noite. Havia um fluxo interminável de dignitários que queriam prestar homenagem a ele. Se não o fizessem, ele mandaria seus exércitos aniquilá-los em um instante. Aqueles jogos eram o centro das festividades da noite além de ser o perfeito complemento para um longo dia de beber e banquetear-se.

O primeiro jogo da noite era sempre o mais emocionante e aquele prometia não ser a exceção. Eles tinham encontrado um Spokebull maciço, com três chifres, cujo queixo tinha o dobro da largura normal e oito conjuntos de longas presas. Ele tinha como adversário a um Livara, uma enorme criatura de aspecto leonino que tinha quatro conjuntos de asas. No ringue, o Spokebull arremeteu rugindo contra o Livara e o Livara devolveu o ataque. Aquela prometia ser uma boa disputa.

As duas criaturas, ambas enfurecidas, se encontraram no meio do ringue rosnando, cada qual afundou suas presas no couro da outra. Elas se batiam no chão e rolavam, a sala logo ficou cheia com os sons de seus rosnados ferozes. Dentro de minutos, o sangue e a saliva foram salpicados por toda a sala. Andronicus abriu um sorriu largo ficando agitado com a emoção, quando um pouco da mistura jorrou através do portão e atingiu seu rosto. Inspirado, ele estendeu o braço, colocou uma das mãos em torno de uma das garotas nuas e puxou-a para o seu colo. Antes que ela percebesse o que estava acontecendo ele estendeu suas enormes presas e mergulhou-as na garganta da jovem.

Ela gritou enquanto ele bebia o sangue dela, sentindo o jato de líquido quente descer pela sua garganta. Andronicus segurava a jovem com força até que ela finalmente parou de se contorcer. Finalmente, ela caiu ali, morta, em seus braços. Ele limpou a parte de trás de sua boca e deixou a jovem ali. Havia pouquíssimas coisas que ele desfrutava mais na vida do que segurar um cadáver recém-morto em seu colo. Aquela estava resultando ser, de fato, uma grande noite.

Um uivo de agonia soou e a multidão se levantou de um salto, rugindo, quando um dos animais levou a pior do outro. Andronicus se levantou e olhou para baixo para ver que o Spokebull havia vencido, ele tinha perfurado o peito do Livara com seu terceiro chifre e agora estava sobre ele, bufando, batendo o pé.

A multidão aplaudiu quando um assistente abriu o portão, preparando a próxima luta.

No entanto, enquanto o assistente fazia os preparativos, algo saiu errado: o Spokebull, enfurecido, arremeteu direto contra ele. O homem não pôde sair do caminho rápido o suficiente e o animal o calçou com seus chifres, perfurando seu estômago e jogando-o para o alto, sobre a sua cabeça e incrustando-o entre as barras da jaula da arena. Em vez de correr para ajudá-lo, a multidão gritou em delírio quando ele ficou ali pendurado agonizando. Ninguém foi em seu auxílio; ao contrário, todos eles desfrutavam a cena.

Três outros atendentes entraram correndo, segurando suas lanças e tentaram manter a besta afastada enquanto eles iam tentar resgatar seu colega de trabalho. A besta lançou-se contra eles, mordendo suas lanças e quebrando-as até que finalmente, outro atendente se adiantou com um enorme machado duplo e com um golpe certeiro, cortou sua cabeça. O cadáver da besta caiu para o lado, jorrando sangue por toda parte. A multidão gritou agitada de emoção ao ver a cena.

Vários outros atendentes correram para limpar a sujeira sangrenta. Logo uma porta foi aberta do outro lado da arena e mais dois animais foram conduzidos por ela, para a próxima rodada. Eram idênticos. Pareciam rinocerontes, porém seu tamanho era três vezes maior. Cada um deles foi levado para um lado do ringue, grunhindo e rosnando. Os quatro atendentes que os conduziam mal podiam contê-los com suas cordas.

Um Destino de DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora