Erec acordou de madrugada numa cama estranha e sentou-se, tentando se orientar. Então, ele lembrou-se: ele estava na taverna. Alistair.
Ele levantou-se e vestiu-se em instantes, preparando-se. Ele tinha estado desperto durante a maior parte da noite, mal pôde dormir, o sangue latejava em suas veias ao pensar em Alistair. Ele não poderia tirar o rosto dela de sua mente e mal podia suportar a ideia de que ela estava dormindo no final do corredor, sob o mesmo teto que ele. Ele também não pôde descansar, sabendo que ela ainda não havia dito se aceitava ou não a sua proposta.
Enquanto ele punha sua cota de malha, enquanto observava o primeiro raio de luz irromper através da janela torta, ele sabia que aquele seria o dia. O dia em que começaria sua nova vida, o primeiro de cem dias de torneios para ganhar sua noiva. Agora ele tinha um motivo para vencer. Se Alistair o aceitasse, ele iria lutar por ela.
Enquanto Erec observava a primeira luz do sol iluminando lentamente o mundo; as árvores em silhueta; enquanto ele ouvia os primeiros pássaros cantar, ele foi atingido por um sentimento do qual ele não poderia mais se desfazer: se ela dissesse que sim, aquele seria o dia em que sua vida mudaria. Durante toda a sua vida, ele tinha conhecido outras mulheres, porém ele jamais tinha vivido um sentimento igual ao que sentiu quando conheceu Alistair. Quando ele a encontrou novamente na taverna, ele não esperava sentir-se assim outra vez. Ele ficou surpreso ao perceber que o que ele sentia era ainda mais forte. Não era algo passageiro. Era um sentimento instantâneo de lealdade a ela. A sensação de que ele não poderia estar ao lado de mais ninguém. Ele não sabia se ela sentia isso também. E ele não poderia dizer se era porque ela estava atordoada ou porque ela simplesmente não estava interessada nele. Ele tinha de saber a resposta. Ele não poderia descansar até que ele soubesse.
Erec terminou de se vestir, reuniu suas armas e se apressou para sair do quarto, suas esporas tilintavam enquanto seus passos ecoavam pelo chão do corredor de madeira, que rangia sob seus pés. Ele desceu os degraus apressado, entrou na taverna que estava vazia, exceto por sua presença. Todos os demais ainda dormiam. Ele se sentou em uma das mesas vazias, esperando, abrigando esperanças. Ela estaria acordada? Ele se perguntava. Será que ela se importava com ele?
Momentos depois, a porta da cozinha foi aberta, o estalajadeiro meteu a cabeça para fora e olhou com desaprovação para Erec, e em seguida, fechou a porta rapidamente. Seguiu-se uma gritaria, um barulho de panelas atrás da porta fechada, e, momentos depois, a porta se abriu e ela apareceu.
A visão dela o deixou sem fôlego. Ela usava a mesma roupa da noite anterior, seu cabelo estava desgrenhado e ele podia ver que ela tinha sido despertada apressadamente. Ela também parecia cansada, como se não tivesse dormido muito bem. No entanto, ela parecia tão bonita como sempre. Seus grandes olhos azuis brilhavam na luz da manhã, deles emanava uma energia diferente de qualquer outra que ele havia encontrado antes.
Alistair se apressou em direção a sua mesa, segurando uma caneca de cerveja, sua cabeça estava baixa em sinal de humildade. Ela ficou diante dele, porém ainda não havia levantado a vista para encará-lo. Ele queria mais do que qualquer coisa olhar naqueles olhos para saber como ela se sentia com respeito a ele. Ele estava prestes a falar com ela, quando de repente o estalajadeiro apareceu atrás dela, dirigindo-se apressadamente até onde ela estava. Alistair ficou nervosa, esbarrou na mesa e acabou derramando um pouco de cerveja no chão.
"Olhe o que você fez!"O estalajadeiro gritou para ela. "Sua garota suja e estúpida! Limpe esse desastre!"
"Erec enrubesceu ao ouvir aquelas palavras duras, sua raiva foi crescendo.
Alistair virou-se nervosa e quando ela fez isso, por acidente, ela bateu na caneca de cerveja que passou deslizando por cima da mesa e caiu no chão com um estrondo. O líquido se espalhou por toda parte.
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Um Destino de Dragões
AcciónAo longo do caminho, os sonhos de Thor, juntamente com seus encontros misteriosos com Argon continuarão a atormenta-lo; a pressiona-lo para tentar aprender mais sobre quem é sua mãe; sobre qual é a origem dos seus poderes. Qual é o seu destino? (Ter...