Capítulo 27

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Thor estava no comando do navio, o barco cruzava o oceano com suas velas completamente infladas e o coração de Thor se encheu de alegria quando ele viu, no horizonte, sua terra natal aparecendo. O Anel. Tinha sido uma longa viagem para casa, ele e a Legião tinham deixado a Ilha da Neblina, navegado por águas agitadas, lutado para chegar até o mar e aberto caminho através da muralha de água. Eles haviam entrado nas águas abertas no meio de uma espessa neblina que os havia envolvido durante quase todo o caminho de casa. No entanto, a neblina evitou que eles fossem detectados pelo Império em todo o caminho de volta.

Agora, o Anel estava à vista, seus dois sóis raiando, revelando um dia claro e perfeito. As velas pegaram vento, o que permitiu a todos pausar os remos, contentes. Thor estava de pé ali, Krohn, como sempre, estava ao seu lado. Thor havia crescido bastante, suas pernas eram maiores, mais robustas e o sustentavam fortemente sobre a madeira, ele tinha ficado bem mais alto; mais ereto, seus ombros eram mais largos e o queixo mais proeminente. Ele olhava com seus olhos cinzentos e entrecerrados para sua terra natal, o vento soprava seus cabelos.

Na palma de sua mão ele segurava a faiscante pedra Oretista que ele tinha recolhido na costa da Ilha do Dragão. Ele podia sentir seu poder pulsando através dela e sorriu por antecipado ao imaginar o momento em que ele a daria a Gwen. Ele tinha sido incapaz de afastá-la de seus pensamentos durante toda a viagem para casa e percebia agora que ela era o que mais lhe importava naquele momento, mais do que qualquer outra coisa que ele pudesse reencontrar ao voltar para casa. Ele esperava que ela ainda se importasse com ele. Talvez ela tivesse seguido em frente com sua vida. Afinal, ela era um membro da realeza e era possível que tivesse sido apresentada a centenas de outros rapazes durante sua ausência. Ele apertou a jóia com mais força, fechou os olhos e orou em silêncio para que ela ainda se importasse com ele, pelo menos uma fração do quanto ele o fazia por ela.

Ele abriu os olhos e avistou no horizonte a densa floresta que delineava as margens do Anel. Ele respirava ansioso. Tinham sido longos cem dias, os mais longos de sua vida e ele ainda não conseguia acreditar que tinha sobrevivido. Sentia-se orgulhoso de estar voltando para casa, orgulhoso de ter sobrevivido e orgulhava-se de ser um verdadeiro membro da Legião. Ele lembrou-se da viagem, de deixar a floresta, de marchar através do Canyon, de deixar atrás o escudo de energia do Anel. Lembrou-se de como a princípio, ele tinha ficado assustado depois de deixar o Canyon. Ele estava admirado ao perceber como se sentia diferente agora. Ele já não temia mais nada. Depois de seus cem dias de treinamento exaustivo; de travar todo tipo de combate; depois de enfrentar o Ciclope e acima de tudo, o dragão, nada mais o assustava. Ele estava começando a se sentir como um verdadeiro guerreiro.

Thor ouviu um barulho estridente, familiar e olhou para cima para ver Estopheles. Ele estava voando em círculos acima dele, seguindo o navio. Ele desceu e pousou sobre a amurada do navio, ali por perto. Ele virou-se e gritou, olhando diretamente para Thor.

Thor estava feliz por voltar a vê-lo, era um lembrete de que se encontrava bem perto de casa.

Com a mesma rapidez, o falcão elevou-se no ar, batendo as asas largas. Thor sabia que ele o veria novamente.

Thor abaixou-se e colocou a mão livre no cabo de sua nova espada. Quando eles terminaram A Centena, antes de terem embarcado nos navios para voltar para casa, os comandantes da Legião tinham dado a cada um dos sobreviventes uma arma como lembrança, para simbolizar o fato de que eles agora eram verdadeiros membros da Legião. Reece tinha recebido um escudo cravejado com pedras preciosas; O'Connor, que agora caminhava coxeando e ainda se recuperava do golpe do dragão, tinha recebido um arco e flecha de mogno; Elden tinha recebido um mangual com uma bola de prata e Thor: aquela espada. O punho da espada estava envolto com o mais fino brocado de seda, sua lâmina era mais afiada e mais suave do que qualquer outra que ele já tinha visto. Ao segurá-la, parecia que ele segurava o ar em suas mãos.

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