2ª Capítulo.

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O homem deitado no chão e coberto por trapos faz um sinal de silêncio...

— Se esconda naqueles arbustos e não mexa um músculo.

No mesmo instante ouço passos,junto a eles barulhos de correntes sendo arrastadas. Eu faço o que ele pede e me escondo no local indicado,minutos depois o som cada vez mais ia se aproximando.

Os passos param por um momento,era como se alguém estivesse bem ali,sua respiração era profunda e me transmitia um sentimento de agonia. A pessoa vai embora logo em seguida e quando tudo parece calmo eu saio do esconderijo.

— Livre finalmente. — Fala o homem ainda estirado no chão.

Ele se levanta. Sua pele mestiça estava suja e cheia de ferimentos,magro e de estatura média,os olhos verdes tinham um aspecto cansado e seu cabelo escuro era curto ao estilo corte militar. O homem usava uma calça branca que também estava suja e os trapos com que ele se cobria provavelmente era um cobertor.

— Finalmente eu consegui sair desse lugar,agora só resta achar a cidade. — Ele se agita — Coisa que você também deveria fazer.

— Que lugar é esse?. — Pergunto.

— Um hospício,lugar de dor e sofrimento,se eu fosse você não entraria ai. — Responde ele. — A propósito,meu nome Calvin.

— Sou Brenda,eu procuro por minha filha e o caminho me trouxe para cá...

Explico para Calvin um pouco da minha situação,ele parece compreender...

— Infelizmente eu não sei se você encontrará sua filha ai,mas há uma possibilidade. — Diz o homem.

— Por favor,você precisa me ajudar. — Fico tensa — Algo me diz que ela possa estar ai dentro.

— Sinto muito Brenda,eu estou aqui a mais de 3 anos,o dono é totalmente maluco,coisas bizarras acontecem ai dentro. As chances de sair com vida são nulas e eu...bom...tive sorte.

— Arrisco o que for preciso só para acha-la.

— Não queria entrar ai,sair pode não ser possível. — Calvin responde — Provavelmente eu não vou ter sorte na segunda vez.

O homem sai caminhando enquanto eu permaneço parada em frente ao prédio,só assim pude notar que sua perna direita era de madeira,pregos estavam cravados nela...

— O doutor é maníaco. — Calvin para de andar — Ele transforma as pessoas em criaturas,consegue atrai-las para cá e aprisiona-las logo em seguida. São 4 andares no total,se quiser encontrar sua filha terá que chegar até o último.

Ele retorna,passa por mim,abre os portões enferrujados e vai em direção a uma janela aberta.

— Por aqui,vamos. — Diz ele quasse sussurrando.

— Obrigada,de verdade mesmo.

Calvin não responde e pula para dentro,segundos depois é minha vez...

...

Por dentro o lugar estava totalmente em ruínas,gritos e todos os tipos de sons,que antes não se escutavam do lado de fora,agora estavam presentes. Eu ainda me encontrava totalmente perdida em relação a tudo que estava acontecendo,minha mente só estava em Elizabeth.

— O primeiro andar sempre é mais tranquilo. — Comenta Calvin enquanto andávamos por dentro do hospício.

— Sobre o doutor?... — Essa foi a única coisa que consegui perguntar.

— Ele sempre sai de manhã e retorna ao anoitecer,tudo sobre sua origem ou esse lugar são um mistério. Assim que fugi tive que me fingir de morto...isso sempre funciona.

— E sua perna? o que aconteceu?.

— Ele queria me transformar em um manequim. — Calvin da um leve sorriso — Está confusa,verdade?.

— Sim...

— Eu também fiquei no começo,mas logo me conformei com a situação.

Calvin me contou um pouco sobre ele,era advogado,durante uma viagem também sofreu um acidente e quando acordou estava preso em um dos quartos desse lugar. Já viu e viveu o pior aqui dentro,mas só hoje conseguiu escapar.

— Eu agradeço por me ajudar. — Falo de forma sincera.

— Sua filha,se ela estiver aqui eu não quero que aconteça uma coisa pior como...aquilo...

Nesse momento nós passamos por um corredor cheio de quartos,algumas portas estavam abertas outras aparentemente trancadas. Calvin aponta para o lado onde uma delas se encontrava aberta,a cena era de causar horror...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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