FORÇA

5ª Capítulo.

A escadaria para o segundo andar parecia não ter fim,o barulho dos nossos passos ecoavam entre as paredes. O silêncio assustava bastante,mas não mais do que os outros sons espalhados pelo hospício.

— Você está bem?. — Calvin pergunta — Parece nervosa.

— É esse lugar,me da uma péssima sensação. — Respondo.

— Venho sentido isso também,mas acredite,é bem comum.

— Você está aqui a bastante tempo,provavelmente viveu mais coisas do que eu.

— Ah é... — Ele sorri — Mas isso não quer dizer que eu esteja 100% seguro.

— Calvin,é sério,para situações assim eu queria ter sua calma.

— Na verdade estou me tremendo de medo por dentro,é só olhar bem.

Ele me encara por um momento...

— Eu queria ter sua determinação e principalmente sua força. — Calvin mantem o olhar sobre mim — Se eu tivesse isso no começo já tinha fugido daqui de uma vez,mas que bom que fiquei,estou ajudando a encontrar Elizabeth.

— É... — Baixo a cabeça.

— Ei Brenda,nada de tristeza e pense positivo,garanto que sua filha está bem.

Seu comentário me faz sorrir involuntariamente. De repente ouvimos passos atrás de nós,alguém subia a escada e se aproximava cada vez mais,logo tivemos que apressar e subir o mais rápido que a gente podia. Infelizmente a perna de madeira do Calvin lhe dava certas limitações,ele mal conseguia subir um degrau,eu tive que ajuda-lo o apoiando em meu ombro.

...

O segundo andar estava menos em ruínas do que o primeiro,Calvin e eu tivemos que nos esconder em uma sala vazia até perceber que quem subia as escadas era um louco qualquer...

— Todo esse susto pra nada?. — Digo de forma indiferente.

— Temos sorte,pelo menos não é o doutor. — Responde Calvin.

O homem se senta de joelhos no chão e começa a conversar com um jarro de planta.

— Tá e o que fazemos com ele?. — Pergunto.

— Brenda,o cara tá mais maluco do que o resto da humanidade.

— Sério isso?. — O encaro.

— O que foi?...é a mais pura verdade. — Calvin coça a cabeça meio sem jeito — OK,vamos continuar.

Deixamos o louco onde está e seguimos em busca de Elizabeth. Nós caminhamos pelo típico corredor com várias portas,umas abertas e outras fechadas.

— Nesse andar as coisas são um pouco diferentes. — Comenta Calvin.

— Diferente como?.

— No primeiro andar os loucos são meio que livres pelos corredores,os daqui geralmente ficam nos quartos mesmo que a porta esteja aberta. — Ele responde — Não será agradável vê-los,mantenha o foco em linha reta.

— Não acho que pode ser pior do que eu já vi aqui.

— Você que sabe.

Depois daquele susto que tivemos no começo passamos a andar mais tranquilos. Calvin me assegurou que o doutor maníaco raramente vem para esse andar,talvez por ser calmo de mais...ou...sei lá.

— Não te deixa inquieto ficar sem saber alguma informação sobre esse lugar?. — Pergunto.

— Não,a muito tempo eu deixei de querer saber a explicação das coisas,foco apenas em algo que realmente seja útil,as pessoas deveriam fazer isso. — Ele responde — Haveria menos fofoca e todo mundo cuidava da própria vida.

— Desde que cheguei aqui um monte de dúvidas se formaram em minha mente. — Comento.

— É só não deixar isso consumir você.

Era meio difícil manter o foco em apenas uma coisa,ainda mais quando se está em um lugar confuso como esse. O segundo andar tinha um aspecto sombrio e triste muito diferente do primeiro...

Os pacientes estavam em seus quartos sentados ou deitados na cama,os olhares eram vazios e sem um pingo de esperança. Vejo um rapaz,estava de pé segurando uma boneca de plástico,mesmo seu quarto estando com a porta aberta ele não se preocupava em sair.

— Brenda,aqui... — Calvin chama minha atenção.

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(Continua No Próximo Capítulo)