Querido, doce Destino

C.13

          Tomei um gole do meu chá, enquanto observo minha mãe conversar com os pais do Chris. Tudo era só trabalho. Acomodei-me no enorme sofá de couro e tentei não encarar muito o Chris, que está sentado ao meu lado. Ele deve estar de mau humor, já que evitou me olhar e falar comigo desde que cheguei. Será que foi porque eu disse que éramos amigos?

        Olhei para o lado discretamente, Chris balança o pé de modo impaciente. Desviei o olhar para a xícara em minhas mãos e tomei outro gole em silêncio. Quase me assustei com a voz da senhora MacTerry.

- Chris, que tal você levar a Gina para conhecer a casa? – Comentou, deixando-me paralisada. Enviei-lhe um sorriso quando Chris levantou sem dizer uma palavra. Fiz o mesmo e deixei minha xícara na pequena mesa da madeira.

       Segui o Chris e fiquei aliviada quando deixamos a sala para trás. Respirei fundo e encarei suas costas e seus cabelos curtos. Mantive-me alguns passos atrás enquanto seguíamos pelo correr longo e muito bem decorado. Analisei as pinturas e os lindos jarros com flores. Chris continuou em silêncio, o que estava me deixando bastante incomodada. Ele me levou para um enorme jardim com um lindo lago. O lugar tem o cheiro doce das flores, as luzes amarelas deixavam tudo mais romântico e belo. Chris se sentou em um dos acentos no jardim. Lentamente me sentei ao seu lado e apreciei a linda vista. O escutei pegando algo, e quando em virei para encara-lo, ele colocou um cigarro entre os lábios e o acendeu.

- Você está chateado? – Perguntei por fim. Chris tragou seu cigarro e se virou para me encarar.

- Chateado? Por que eu ficaria chateado? – Questionou com um pequeno sorriso. Fiquei calada, vendo a fumaça escapar dos seus lábios e seus olhos negros me encararem seriamente.

- É porque eu disse que somos amigos? – Indaguei preocupada. Chris deixou escapar uma risada, mas não parecia achar aquilo engraçado.

- Não. – Respondeu, voltando a fumar calmamente.

- É porque fomos convidadas para sua casa? – Franzi a testa, sem conseguir entende-lo.

- Não. – Seus olhos continuaram me analisando. – Talvez você não saiba disso – ele começou, levando a mão livre até os meus cabelos e os acariciando lentamente. – Mas eu não gosto de dividir, principalmente uma garota. – Contou em voz baixa.

       Sustentei seu olhar, e senti seus dedos entre meus cabelos.

- Do que você está falando? – Questionei sem me mexer. Chris voltou a sorrir, puxando apenas um lado da boca. Seus olhos negros analisaram o meu rosto com cuidado e sem pressa. Ele está começando a me deixar nervosa.

- Estou falando do seu amigo Young.

- Já disse que somos apenas amigos. – Falei rapidamente.

- Isso é o que você diz, mas suas ações, como vocês se comportam e como conversam está longe de ser apenas amizade. – Rebateu quase me interrompendo. A conversa que tive com o Glann mais cedo, queimou em minha mente, ele deve estar falando sobre aquilo. – Você gosta dele? – Perguntei de repente.

- Claro que eu gosto, ele é meu melhor amigo. – Declarei timidamente.

- Você gosta dele de modo romântico? – Se corrigiu, deixando-me calada. Desviei o olhar para a gola da sua camisa e sentir meu rosto ficar quente. A sensação de ele me beijando e do meu coração acelerado não foi difícil de lembrar, muito menos da maciez dos seus lábios contra os meus. Limpei a garganta, sentindo algo quente descendo pela minha garganta.

- Não.

       Chris afastou a mão, soltando os fios dos meus cabelos. Levantei o olhar para encara-lo melhor, seus olhos negros continuam focados no meu rosto.