C.2

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       O som da porta sendo fechada anunciava a chegada da minha mãe. Peguei o papel na máquina e o coloquei junto com os outros na pasta amarela na primeira gaveta. Antes de sair do quarto, fui até a gaiola no canto do quarto e alimentei Anne, meu porquinho da índia. Há vários tubos de cores diferentes para que ela pudesse brincar e uma casinha feito de palha para que ela pudesse dormir. Acariciei seu pelo ruivo antes de beija-la, coloca-la de volta na gaiola e descer para ajudar a mamãe no jantar.

- Boa noite. – A cumprimentei assim que cheguei à cozinha. Como sempre, ela está usando um dos seus terninhos caros e o cabelo preso em um coque elaborado e apertado. Seus olhos azuis me encararam.

- Boa noite querida. Ajude-me com a mesa. – Pediu, enquanto organizava a comida comprada nas tigelas de vidro e o suco em uma jarra.

- Como foi o trabalho? – Perguntei, colocando a mesa.

- O mesmo de sempre – começou sem interesse. É o segundo mandato da minha mãe como prefeita da cidade. Ela se orgulha do que conquistou e nunca reclama das longas noites de trabalho. Seu esforço para com a cidade e seu carisma com os moradores, fez com que ela conseguisse chegar à prefeitura logo depois de terminar a faculdade. Não demorou muito para conseguir se tornar prefeita depois disso. – Até receber uma ligação do seu colégio. – Paralisei.

- Desculpe-me por isso mãe. – Falei calmamente, me virando para encara-la.

- Por que levou aquela detenção? – Ela sabe o que aconteceu, apenas quer que eu me explique. Ela sempre procurou ver o meu lado da historia, principalmente depois que fui acusada de roubar a boneca da Isabel no jardim de infância.

- Eu acabei presenciando uma briga no corredor, isso causou o meu atraso. – Expliquei sentando a mesa, ela me acompanhou. – A senhora conhece o meu professor de biologia, ele realmente estava exagerando, eu nem havia me atrasado tanto.

- Isso não muda o fato de que você se atrasou. – Falou na mesma hora. Confirmei com um aceno de cabeça. – Não se atrase novamente, isso pode manchar a sua imagem diante dos outros. Você é um exemplo. Haja como tal.

- Não vai mais acontecer. – Reforcei com determinação. Coloquei um pouco de macarrão em meu prato e salada fresca.

- Cotovelos Gina. – Censurou. Tirei os cotovelos da mesa rapidamente, e lhe enviei um sorriso envergonhado.

- Desculpe mãe.

       Comemos em silêncio. A comida é deliciosa como sempre, como minha mãe não pode fazer o jantar e ela me proíbe de fazê-lo para ter mais tempo para estudar ou ler. Sempre compramos comida do restaurante perto da prefeitura. O lugar é caro, mas minha mãe diz que vale cadê centavo pela refeição ser saudável e saborosa.

- Quase me esqueci de contar. – Falei um pouco animada. Ela me olhou enquanto tomava o suco. – Hoje na detenção, conheci o Christian MacTerry.

- Isso é uma coisa muito boa. – Disse ela, não tão animada quanto eu. – Eu esperava apresenta-los no próximo jantar da prefeitura, mas como isso já aconteceu você aproveitará essa oportunidade e se tornará próxima a ele. – Franzi a testa para sua declaração. Fiquei em duvida se ela quer que eu tenha mais um amigo para conversar, ou se tudo é apenas interesse na família mais poderosa da cidade.

- Como assim? – Perguntei, escondendo minha dúvida.

- Conheço a família MacTerry há anos, é o mais apropriado vocês se tornarem próximos. – Contou, me encarando com seus olhos azuis intensos. – A Bethany e eu deveríamos ter feito isso há muito tempo, infelizmente não temos tanto tempo e sempre acabamos nos esquecendo.

Querido, doce DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora