Fúria e Sangue

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Você dá mais um trago
derramando a ansiedade sobre a sua pele
como se fosse composta por cinzas
por sal
por maresia

Deixo você expor as marcas
que me correm como uma maldição
como se clamasse:
Aqui está
É isso o que eu sou
É disso que eu sou feito

Quantas vezes quiser
quantas noites puder
Não contarei a ninguém
não farei som algum

A vulnerabilidade estala
como uma sirene distante
mas as luzes já não nos alcançam
não há como voltar

Rasgue, fure, lacere
arranque a monotonia presa debaixo da minha pele
Prenda entre seus dentes e unhas
entre suas pernas
Me deixe entre sangue e fúria.

Deus do Verão Preguiçoso Onde histórias criam vida. Descubra agora