Te Entrego

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Não me rendo de uma vez
toques acanhados
mãos e lábios escassos
soam como uivos de um lobo distante
rondando a casa
a pele de predador
os olhos de presa

Não te entrego uma só vez
perduro entre as noites
feixes de luz entre a pele
um sol frio despertando
nas primeiras falas da manhã
queimando sob o céu da boca

Te entrego mesmo que raso
mesmo entre o ar rarefeito
a cada passo e a cada espanto

Então sem qualquer aviso
me vejo lobo
me vejo sol
me vejo essa criatura errante
te erguendo minhas veias expostas.

Deus do Verão Preguiçoso Onde histórias criam vida. Descubra agora