-IF YOU LOVE ME LET ME GOOOOOOOOO- cantei juntamente com a música vinda da rádio, para evitar ouvir os outros condutores a gritarem-me para me calar.
Eu nunca faço estas figuras, porque nunca tenho razão para fazer, mas desta vez é diferente. Finalmente, passados 6 anos posso finalmente dizer que estou livre, livre dos meus problemas e preocupações.
Desde pequena que, sempre que os meus pais discutiam ou algo de mal acontecia, eu dizia a mim mesma "Não te preocupes Beatrice, mais uns anos e já te podes livrar disto tudo". Mas nunca pensei que quando eu tivesse 18 anos conseguisse mesmo sair de casa. E o facto de ir viver com a minha avó, a minha inspiração e a pessoa que mais amo neste mundo, e seguir os mesmos passos que ela (enfermagem), torna tudo ainda mais excitante.
Só que primeiro ainda tenho de ir àquele estúpido casamento da cabra da minha prima.
-Ughhh.- soltei um grande suspiro quando pensei nisso.
Não há nenhum aspeto positivo em ser dama de honor no casamento dela. Ela odeia-me, eu odeio-a, não me dou muito com o resto da família e o noivo dela, o Ashton, também não me suporta. Boa, isto vai correr tão bem.
...
Já tinha chegado a São Francisco e, depois de uns telefonemas à minha avó para saber onde era a rua da casa dela, lá consegui chegar a casa dela.
Tranquei as portas do carro e vi-a logo a abrir a porta de casa e a caminhar em minha direção.
Larguei logo as malas que tinha acabado de pegar e fui a correr tem com ela.
-Avó!- abracei-a.
-Querida, há tanto tempo! Deixa-me olhar para ti.- afastei-me e dei uma volta, tentando imitar as modelo, e eu e a minha avó rimo-nos da minha figura.
-Estás tão crescida. Tive tantas saudades tuas...- ela disse, ainda olhando para mim, a sorrir.
-Eu também vó...- sorri-lhe de volta. Aah como eu tinha saudades dela e de São Francisco.
Fui pegar nas minhas malas e segui a minha avó, para dentro de casa.
Ela abriu a porta e, surpreendentemente, a casadela dela não tinha cheiro horrível que as casas dos velhos têm sempre. Esta casa é diferente, cheira a nostalgia.
Quando eu era nova costumava vir cá quase todas as semanas, eu e os meus avós divertíamo-nos sempre imenso. Eles tinham gatos, cães, coelhos e eu adorava brincar com eles. Os meus avós deixavam-me sempre ires-lhe dar comida e trazê-los comigo para casa e uma vez até me deram um gato bebé, mas que teve que voltar passado umas semanass porque o meu não gostava dele.
Mas depois da morte do meu avô foi como se tudo tuvesse morrido com ele. A minha avó deixou de se preocupar com os animais e deu-os todos para adoção, e eu deixei de vir cá a casa tão frequentemente. A minha avó continuava extravagante, divertida e a mesma amável de sempre, mas já nunca mais foi a mesma.
Mas o ar que a casa transmitia ao entrar nela era de memórias, recordações. Cheirava à massa que eu e a minha avó fazíamos quando ela me ensinava a fazer pão caseiro. Cheirava ao meu avô quando ele voltava de ter ido dar comida aos animais todos. Cheirava ao jardim que a minha avô antes mantinha nas traseiras da casa.
Era uma sensação mesmo muito boa. Sentia-me bem, presente, segura. Como se tivesse chegado finalmente ao sítio onde pertenço.
-A casa continua a mesma.- a minha avó riu-se quando me viu tão espamtada a olhar pars a casa.
-Sim, eu sei. Já tinha saudades destas rendas.- ri-me, assim que avistei as típicas rendas molduradas penduradas numa das prendas do hall de entrada.
-Não gozes com as minhas rendinhas.- ela pôs-se à, tapando-as e apontou para as escadas à minha frente.
-O teu quarto é lá em cima, anda comigo.
Acenei com a cabeça, ainda a rir-me um pouco sempre que via as rendas, e segui-a.
Ajudei-a a subir as escadas e após um bocado chegámos ao meu quarto. O quarto onde eu costumava dormir quando era pequena.
Ao contrário do meu quarto em Sacramento, este transmkte alegria, paixão. Não é um lugar sombrio e assustador como o meu outro quarto.
-E pronto, é aqui que vais ficar, mas isso já devias saber.- e.a disse, piscando-me o olho.
-Obrigado vó, por tudo.- abracei-a mais uma vez. Ela abraçou-me de novo e começou-me a mexer no cabelo.
-Não tens de agradecer Bea.- aah como eu sentia saudades dela me chamar "Bea". Eu por acaso odeio essa alcunha mas quando é a minha avó nem me importo.
-Oh meu Deus já são quase 16h, vou pôr a mesa. Arruma as tuas coisas. Quando acabares vem para baixo.- acenei a cabeça.
Assim que ela saiu do quarto e fechou a porta deitei-me logo em cima da cama.
No teto, mesmo em cima da cama, esta um papel que eu colei quandi tinha 15 anos. Dizia "sê quem tu és, não quem os outros querem que sejas". Sorri para mim mesma e levantei-me da cama.
Abri a minha mala e tirei alguma da roupa que lá tinha e coloquei-a em cima da cama. Abri o armário que estava em frente ao lado da cama.
O armário estava vazio, a única coisa que tinha era um papel dobrado que devia ter caído de algum casaco da última vez que cá estive.
Desdobrei-o e li-o. "Amanhã tenho de voltar para casa e não quero porque as únicas vezes em que não choro é quando venho visitar os meus avós". Li a data, "10/6/2010". Era de 2010 por isso na altura tinha 14 anos.
Ao lembrar-me de como me senti no dia em que escrevi aquele bilhete, comecei a chorar.
___
a musica no inicio é a "This is Gospel" dos Panic! At the Disco, uma das minhas bandas favoritas ♡
-Vocês têm alguma alcunha? (mesmo que não seja relacionada com o vosso nome)
Há pessoas que me chamam leo mas eu odeio essa alcunha. Ás vezes (raramente :c) chamam-me lea, que nem me importo haha e a minha familia chama-me nônô //se algum de voces me chamar nônô considerem-se mortas :-) //
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Asleep || luke hemmings a.u. [PARADA]
Fanfiction"Sing me to sleep, and then leave me alone." [copyright © 2014 leonorwho]