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As minhas aulas tinham começado há uma semana e eu ainda não tinha tido nem uma notícia do Luke.

Não é que eu me importasse, mas depois de tudo o que se passou um simples telefonema era tudo o que eu pedia.

Mas óbvio que eu não ia ter nenhum telefonema do Luke, ele é o Luke Hemmings. A única pessoa por quem ele se interessa é por ele mesmo.

-Bea, vens?- Max chamou-me. Max tinha sido aquele rapaz a quem eu perguntei por onde se entrava no meu primeiro dia de aulas.

Desde então, Max e eu tínhamo-nos tornado amigos e ele até me apresentou aos amigos dele.

É verdadeiramente aliviante finalmente encontrar alguém que partilhe os mesmo gostos que eu e, pela primeira vez na vida, não sou julgada ou olhada de lado por ser quem eu sou.

Aqui ninguém é julgado, não é como no secundário onde, por cada palavra que dizes, és logo repreendido.

-Sim, eu já vou Max!- gritei-lhe e fui ter com ele. Ao olhar para o relógio vi que já era altura de entrar na aula.

...

-Aqueles são os de direito.- Max apontou para um grupo de pessoas do outro lado da estrada.

Eram vários. Mais rapazes do que raparigas. Todos eles pareciam filhos de pessoas importantes. Talvez filhos de advogados que queriam seguir as pegadas dos pais.

Todos eles andavam como se soubessem tudo sobre a vida, como se conseguissem ler os nossos pensamentos. Vestiam-se muito bem, muito formais, e andavam sempre com os livros e cadernos nos braços.

-O que é que eles têm?- perguntei.

-Eles odeiam-nos, mas nada de especial. É tipo um ódio interior, porque por fora são todos muito amigos. Falsos, é o que eles são.- respondeu Ivy, uma das minhas novas amigas.

Eles continuaram todos a conversar uns com os outros enquanto eu olhava à minha volta.

Era tudo tão bonito. Só o simples facto de eu poder ter o privilégio de um parque mesmo ao lado da escola de enfermagem consegue-me alegrar logo o dia.

-Hey Hemmings, como é andas mano?- mas um Luke Hemmings, pelo contrário, consegue tornar o meu dia pior.

Olhei para trás e observei um dos caloiros de direito, aquele que gritou, a falar com o Luke.

Uma rapariga encontrava-se do lado direito do Luke, mas não seria namorada dele, ou a rapariga com quem ele curte, pois não estavam de mãos dadas e ela parecia mais interessada no outro rapaz do que propriamente no Luke.

Mas porque razão o Luke estaria a dar-se com os caloiros de direito? Seria ele também de direito? Não, impossível, ele nem se deve ter candidatado à faculdade.

-Oh loirinha, não devias estar com os teus amiguinhos?- finalmente acordei do meu 'estado de transe'. Tinha sido o amigo do Luke que me acabara de chamar à atenção.

Reparei, então, que estava há demasiado tempo a olhar para eles. Ou melhor, para ele.

-Não tens mais conversas para coscuvilhar?- o rapaz aproximou-se de mim e a única coisa que eu queria era passar despercebida.

Tarde demais. Luke tinha-se acabado de virar e eu não sabia o que lhe dizer.

-Seu cabrão, porque é que não me ligaste? Estive todos os dias à tua espera e nem um telefonema és capaz de fazer!

Era isto que lhe devia ter dito, logo ali, na cara dele. Talvez ele se sentisse culpado por me ter deixado pendurada, talvez...

-Tens algum problema?- o rapaz perguntou-me, a centímetros da minha cara.

-Uuh desculpa.- olhei para Luke, mas ele manteve-se no seu sítio. E pela expressão na sua cara consegui perceber que ele não ia fazer nada.

-Queres alguma coisa?- abanei com a cabeçaum 'não' assustado e despachado. Só queria que aquilo acabasse. 

-Então vai-te embora!- dei meia volta e ouvi todas as pessoas à minha volta a rirem-se. Os meus amigos tinham-se ido embora, provavelmente com vergonha de mim ou com medo.

"Cobardes" pensei.

-Quem é aquela sequer?- ouvi a 'amiga' do Luke perguntar.

-Ela só quer atenção, deixa.- Luke respondeu e foi aí que a realidade finalmente me atravessou.

Ele nunca quis nada comigo. Ele só me queria para o que ele quer todas as raparigas: sexo. E provavelmente achou-me um alvo fácil.

E ele tem razão: eu sou um alvo fácil. Luke entrou de tal maneira na minha vida que todas as opiniões negativas que eu tinha dele desapareceram. 

Eu deixei-o ver mais de mim do que eu queria e ele apoderou-se, deixando-me vulnerável.

Parei.

Só haviam duas coisas a fazer: dar meia volta e gritar para o Luke nunca mais falar comigo na vida ou então continuar em frente.

Mas eu sabia que havia algo que eu também poderia fazer, algo que eu não tinha a certeza se era o que eu queria.

Eu podia virar-me, correr para ele e abraçá-lo. Depois ele colocaria as mãos grandes dele sobre a minha cintura e beijava-me. Beijáva-me como nunca antes me beijara, e eu seria dele, e ele meu.

-O que é que ainda estás aqui a fazer?- a rapariga gritou.

Mas óbvio que isso nunca iria acontecer...

Por isso continuei em frente.

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desculpem fazer-vos esperar tanto, mas aqui tem o novo capitulo. e pff nao me matem 

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2014 ⏰

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Asleep || luke hemmings a.u. [PARADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora