1902

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Quase podia-se ouvir os sinos da igreja local, o casamento do ano aconteceria em um sábado de manhã que prometia estar ensolarado, a entrada da igreja estava decorada com flores brancas, as pessoas da cidade só falavam sobre isso: "Damon e Elena casal perfeito!"

Um mês antes em Mystic Falls...

—Mais uma dose por favor.
—A senhorita não acha que já bebeu demais?—escutei de um cara ao meu lado.
—Nem comecei ainda.
—Nesta cidade é difícil ver mulheres tão lindas como você.
Dei risada, era a cantada mais fraca que tinha escutado em anos.
—Mora aqui?
—Não, estou de passagem.
Meu foco mudou quando ao longe, alguém quebrou um copo e se cortou, fiquei hipnotizada, o sangue me chamava, quando aquele cara ao meu lado me tirou do transe tocando em meu braço.
—Está tudo bem?—segurei forte sua mão, quase pude quebrá-la, quando retomei os meus sentidos:
—Esta..
Larguei o dinheiro no balcão e fui em direção a saída do grill, quando esbarrei em alguém...
—Me desculpe!—disse enquanto levantava o olhar e quase caí novamente.
Não podia acreditar era ele! Podia escutar seus batimentos e o sangue fluido em suas veias, mais era impossível...Ele me olhou confuso, não tive outra reação além de fugir dali.
—Espera aqui Alaric—escutei ele dizer enquanto vinha atrás de mim.
Me escondi em uma beco, a noite estava a meu favor com muita neblina, ele entrou em seguida, não sabia o que fazer, resolvi sair e fiquei atrás dele...
—Damon?
Ele se virou e me analisou...
—Angel?

Talvez você não esteja entendo, mais vou contar como essa história começou... era o ano 1902 em algum lugar na Virgínia aonde as mulheres só saíam acompanhadas de seus pais ou maridos, os homens saiam para beber e as festas eram muito comuns entre a alta sociedade.
Fazia 38 anos que Damon e Stefan tinham sido transformados, porém eles se separaram e escolheram caminhos diferentes, Damon dedicou-se a tirar Katherine da igreja que havia sido aprisionada, porém com o tempo ele começou a se sentir sozinho, as vezes via Stefan mas não conviviam, para suprir isso ele se divertia com sangue humano. Em uma noite de junho ele saiu para uma dessas festas, como vocês o conhecem, sempre bem animado, porém nesse dia ele só queria tomar um bom whisky...
—Mais uma dose.
—Duas.
Ele olhou surpreso, ela parecia um anjo, cabelos loiros e ondulados levemente caídos sobre os ombros, olhos tão azuis como o céu e pele branca como uma nuvem, ela era uma visão, a dose foi servida e ela virou rápido com o coração acelerado, ele sorriu:
—Uma garota tomando whisky?
—Uma garota não pode?
—Seus pais sabem?
—Por que a curiosidade?
Ela tinha um pensamento bem superior à época em que vivia, era considerada rebelde por seus pais conservadores.
—Por nada, eles estão logo ali no salão ao lado e você aqui no bar pedindo uma dose.
—Como sabe que estou com meus pais?
—Você bebeu sem apreciar, ou está com seus pais ou seu marido...—ele à analisou.
—Só estou farta...—ela desabou no banco.— Estou com meus pais.
—Você merece mais uma, mais desta vez aprecie a bebida, eu fico de vigia—ele piscou charmoso.
—Muito obrigada, não gosto de beber, mas quando estou ansiosa vou na adega de papai e procuro a bebida mais forte geralmente é whisky.
—Temos o mesmo gosto em relação a bebida, whisky ajuda com a sede.—ela sorriu.—Seus pais estão vindo.—ele levantou e antes que ela pudesse agradecer ele sumiu.
—Querida o que faz aqui sozinha? Gostaria de apresentá-la alguém.
—Por favor Pai não quero conhecer ninguém...
—Angel!—ele a repreendeu.—Você vai conhecer e com um sorriso no rosto—ele se aproximou de seu rosto—Você bebeu?
—Não...
Eles foram em direção ao salão principal, "ela parece flutuar enquanto caminha" foi o que escutou enquanto a multidão se abriu dando para ver a pessoa que á esperava...
—Um prazer conhecê-la.—ele beijou sua mão.
—Querida este é Niklaus Mikaelson.
—O prazer é meu...—ela disse enquanto observava aquele homem, alto e loiro, olhos tão profundos e sedutores que a observavam também.
—Me chame de Klaus por favor, estes são meus irmãos, Elijah e Rebekah.—eles a cumprimentaram.
Ficaram conversando o restante da noite.
—Gostaria de levá-la em casa.—Klaus sabia o que queria e não escondia sua afeição por Angel.
—Ela vai com prazer...—seu pai respondeu, ele tinha grande interesse na relação dos dois para que seus negócios melhorassem, afinal Klaus era o que tinha mais poses da região. Durante o caminho, Angel só respondia aquilo que lhe era perguntado. Fazia muitos anos desde que Klaus havia se interessado por alguém e Angel realmente o deixava curioso.
—Obrigada por me trazer...—agradeceu enquanto ele abria a porta do carro para ela descer.
—Foi um prazer conhecê-la pessoalmente—ele se aproximou, ela ficou em transe com aquele olhar, ele poderia à ter hipnotizado mais algo o impedia, talvez seu jeito angelical ou sua personalidade marcante.
Depois disso, Klaus começou a frequentar a casa de Angel, eles conversavam sempre, ele falava de negócios com o pai e com o tempo ela começou a gostar da sua companhia como amigo, porém sempre notou uma posição firme e o temperamento forte que ele tinha, já haviam se passado dois meses e ela não tinha mais visto o rapaz misterioso da noite no bar, só conseguia pensar o porque não perguntou seu nome, mais Klaus estava presente em sua vida e de sua família, foi quando ele propôs casar-se com ela...
—Eu não...—ela não tinha resposta...
—É claro que ela aceita!—o pai a interrompeu.
Tudo aconteceu repentinamente, quando ela percebeu já estava experimentando seu vestido de noiva, a cerimonia e a festa seriam na mansão do Klaus, o casamento aconteceria em duas semanas e por alguma razão seu coração implorava por socorro, era um casamento arranjado e vantajoso somente para os negocias de sua família. Ela passou a viver com ele na mansão, junto com os pais, por conta dos preparativos.
Uma semana antes de seu casamento, dia 11 de setembro, resolveu falar com Klaus, estava inquieta com a ideia de casar-se, pensou que se conversasse francamente ele entenderia, visto que ela pensava serem bons amigos. Era tarde da noite, bateu à porta do quarto dele, porém sem resposta, pensou que estaria em seu escritório, começou a descer e escutou um barulho vindo do salão principal, foi andando devagar, pensou ser os empregados, tinha muita risada e em meio a isso escutou a voz de Klaus, a porta estava entreaberta, quando olhou viu algo aterrorizante, ele estava sentado em seu lugar favorito, os olhos, foi a primeira coisa que notou, estavam diferentes e o rosto assustador, havia sangue na camisa, e algumas garotas em volta dele e outra a seus pês quase que desmaiada com o pescoço machucado, seus irmãos em outros cantos da sala, com a mesma aparência, mais o que a fez despertar daquela cena terrível, foi ver Klaus cravar seus dentes no pescoço da jovem, ela não podia acreditar, ele olhou diretamente para ela, que se assustou e caiu, ele levantou, antes que pudesse sair dali, Kol estava atrás dela.
—Irmão deixa eu provar só um pouco—a voz rouca dele fez Angel estremecer.
—Não!—ele foi até eles.—Angel...
—Não me toque!—ela gritou assustada, ele segurou o rosto dela.
—Não vou fazer nada pra te machucar...
—Tire suas mãos, seu monstro.—ele se irritou e soltou ela.
—Irmão acabe logo com isso!—disse Kol impaciente.
—Klaus, seja prudente...—Elijah disse limpando as mãos e Rebekah logo atrás dele.
—Você deveria deixar eu cuidar dela!—Rebekah disse.
Ele volta a segurar o rosto dela e olhou bem fixamente em seus olhos quase pode ler sua alma:
—Você não viu nada aqui...
—Eu não vi nada.—ela repetiu.
—Você vai subir pro seu quarto e todas as noites não sairá de lá até que eu mande.—ela obedeceu e Rebekah a acompanhou até seu quarto, como se nada tivesse acontecido.
—Hipnotizá-la? Era mais fácil ter se alimentado dela.—retrucou Kol.
—Escuta aqui, você nunca vai tocar nela.—ele saiu irritado batendo a porta.
Na manhã seguinte Angel acordou decidida a conversar com Klaus. Ela desceu para o café, todos já estavam à mesa, menos ele.
—Bom dia, onde está o Klaus?—Rebekah e Elijah se entreolharam.
—Certamente caçando.—Elijah respondeu.
—Esta hora?
—Sim ele gosta de caçar cedo.
—Estou sem fome...—saiu em direção a biblioteca, Rebekah foi atrás dela.
—O que houve?—ela perguntou fechando a porta.
—Não sei, só estou...—Angel parou—confusa.
—Tem alguma coisa haver com o casamento com meu irmão?—Rebekah insistiu.
—Não...quer dizer...eu não sei, sabe?—ela desabou na poltrona de canto.
—Você sabe que te considero a irmã que nunca tive, pode confiar!
—Não sei se é o certo...—Rebekah a interrompeu.
—Vem cá...—ela pegou a mão de Angel e a levou para o outro lado da grande mansão.—Você ama meu irmão?
—Eu gosto dele, me sinto bem ao seu lado...
—Perguntei se o ama?—Rebekah foi firme.
—Sinceramente não sei...
—Pois recomendo que descubra logo, faltam apenas 6 dias para o casamento!
     Na mesma tarde, Angel resolveu sair para tomar ar fresco, estava olhando as flores quando escutou um barulho vindo da floresta, tentou ignorar mais algo dentro dela queria ir, entrou na floresta; alguns galhos se moveram atrás dela:
—Quem está aí?—ela falou assustada.—Saia!
—O que faz tão longe da prisão garota que bebe whisky?
  Aquela voz, só havia escutado uma vez, mas lhe era familiar...
—O que faz aqui?—seu coração disparou.
—Andando...e você?
—Também...—ela olhou pra baixo.
—Sério?
—Tentando fugir.—ela sorriu, por alguma razão ela não conseguia mentir pra ele.
—Ouvi dizer que vai casar...
—Como sabe quem sou?
—Angel, a garota que foge, te conheço, mais você não me conhece, sou Damon—ele pegou a mão dela e beijou, seu corpo se arrepiou.
—Damon...—ela repetiu em voz baixa.—Preciso voltar.
—Então nos encontramos aqui amanhã?
   Porque ela iria, ele era um estranho, mais seu coração concordou sem nem ao menos ela dizer uma palavra e quando percebeu ele sumiu.

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