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POV: Billie Jean

LAS VEGAS, 18 DE MARÇO DE 2029.

Permaneço estática na cama, sem mover um dedo. Sinto meu corpo se arrepiar devido ao ar-condicionado do quarto de hotel ligado numa temperatura gélida. Sou completamente atacada pela vontade de chorar, primeiramente porque sou humana e, segundo, pelo fato de que Arthur e eu tínhamos um lance.

Dito isso, fica óbvio que ele quebrou todas as minhas barreiras, principalmente depois de me ouvir falar sobre minha falecida mãe, sobre meus medos e inseguranças. Ele comprava doces para mim e, olha agora? O filho da puta foi ardiloso e eu sei que quer me enlouquecer.

Meu coração está em pedaços, me sinto destruída, mas isso não quer dizer que vou agir como uma coitada indefesa que sequer tem coragem de admitir que ama uma vingança.

— Não chores, Jean, não chores. — Meu subconsciente me diz, porque, ainda que Art tenha feito parte de bons momentos ao meu lado, nunca será merecedor de minhas lágrimas.

Pego meu aparelho celular ao lado do criado-mudo e envio uma mensagem para Amanda, pedindo para que venha até o quarto onde estou. Eu não dei detalhes, mas com certeza, Mandi percebeu que se tratava de algo urgente, pois poucos minutos depois a loura de 1,53 m bate na porta, com duas garrafas de vinho, doces e alguns salgados.

Indico à loura que se sente na cama e pressinto que Mandi está prestes a me perguntar o que está acontecendo. Me antecipo em dizer: — Por favor, não digas nada, apenas fica aqui. Eu preciso da minha amiga para me abraçar.

— Eu te conheço, Jean. — Amanda respondeu. — Então, sem perguntas ou rodeios para uma confissão, vamos beber, comer e assistir. Amanhã, outro dia se inicia, limpando toda a negatividade de hoje.

Sorrio, mas algo me diz que Mandi sabe de algo. Ela é quase uma anã de jardim, mas é perspicaz e esperta demais, e suas falas são bem suspeitas.

POV:  Arthur Archibald

LAS VEGAS, 18 DE MARÇO DE 2029.

Metade de mim sente muito por deixar a bela e quente Billie Jean na cama daquele jeito, porque eu vi em seus olhos a decepção, principalmente por eu tê-la conquistado, conseguindo quebrar suas defesas e muros.

Fui um príncipe, forcei bastante a barra enviando flores, comprando sorvetes, ajudando em seus afazeres acadêmicos, e etc.

Então sei que ela deve estar se sentindo despedaçada, desvalorizada, ou pior, como se não valesse nada.

Mas a outra metade vibra diante do ocorrido, por cumprir a aposta com Mia e também por conseguir a minha vingança pessoal contra a deusa de cabelos de fogo e olhos verdes.

Vocês devem estar me xingando de cretino para baixo, e tudo bem, eu admito que sou, sim, contudo, com Jean, digamos que as coisas tomaram uma proporção muito grande.

Primeiramente, porque inicialmente eu achei graça da proposta de Mia Monek, por se tratar de um pedido pautado totalmente em rivalidade feminina, com uma pitada de "descrença" da parte da morena com relação aos meus métodos de conquista.

Depois, se tornou pessoal entre mim e Jean, unicamente pela razão de que me senti envergonhado com o fora diante de uma classe toda. Ok, Billie também foi constrangida naquela noite pela forma como a abordei e, para completar, ainda recebeu o vômito de uma terceira pessoa bem em seus pés.

Entretanto, o meu ego de homem, conjuntamente com o ego de leonino, me impediu de agir com maturidade e me desculpar. Longe disso, minha mente arquitetou um plano maligno para me vingar.

Condenados Por Uma Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora