POV: 3ª PESSOA
LAS VEGAS, 19 DE MARÇO DE 2029.
— Ela é a personificação humana do capeta. Totalmente doida, Eduardo. — Arthur dizia ao amigo na ligação telefônica.
— A nível de curiosidade, o que você aprontou? — Eduardo deu uma risada amigável enquanto ouvia as lamentações do melhor amigo do outro lado da linha.
— Fui rejeitado pela garota mais linda do curso de arquitetura e, como vingança, aceitei uma aposta que consistia em transar com quem me rejeitou e partir o coração da mesma, só que eu tomei uma bela pernada da ruiva que é mais vingativa que o diabo.
— Por que eu sinto que não é apenas sobre a aposta? — Edu sorriu do outro lado da linha. — Seu desespero demonstra outra coisa e acho que tu sabes do que estou falando. Seu desespero é por estar gostando da garota. Até deixou escapar que é a mais linda da turma. Já vi esse filme antes, só que você era um pré-adolescente. Agora é um homem de barba feita e virgindade perdida. Então, vamos criar vergonha na cara?
— Na boa, Edu, não é hora para sermão. Eu estou ferrado por causa dessa maluca, estou preso. — Arthur dizia eufórico na ligação. — Eu preciso que paguem minha fiança, é por isso que estou te ligando. Sei que mora em Boston, por favor, faça uma transferência para a conta da delegacia de Las Vegas. Assim que sair dessa espelunca, te pagarei.
— Arthur, o que diabos você fez? — Eduardo tinha um tom de voz preocupado e curioso ao mesmo tempo. — Despirocou após tomar um uísque na cidade do pecado?
— Billie Jean me acusou de assédio e atentado ao pudor, após me fazer ser pego pelado em um dos corredores do hotel em que estamos aqui em Vegas. Entende o meu pavor agora? Meus pais não podem sonhar com uma situação vexatória dessas. — Art dizia ansioso e com medo. — Se Serena Archibald descobre isso, estou na roça. — O louro diz se referindo à mãe, que é advogada.
— Eita, parece que dessa vez tu se lascou, arrumou uma desequilibrada que não aceita ser feita de boba. Meus pêsames. — Eduardo continua rindo. — Mas vou te ajudar, até o final do dia você volta a comer caviar e tomar banho em hidromassagem. Enquanto isso, vai curtir sua vida de detento, uma vivência interessante para contar para a próxima vítima do seu papo furado.
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LAS VEGAS, 20 DE MARÇO DE 2029.— Podemos conversar? — Arthur tinha um enorme buquê de rosas vermelhas em mãos, ao lado de uma caixa de chocolates da marca Amedei, que é de uma empresa italiana e são os favoritos da ruiva. Em outras circunstâncias, jamais faria o esforço que estava fazendo para se desculpar com uma garota, mas Jean despertava nele uma onda de sentimentos distintos.
— O que é que quer, sua ratazana de esgoto? — Billie Jean revirou os olhos ao vê-lo na porta de seu quarto. — Se começar a me perturbar dessa vez, eu me penduro nessas janelas e digo que você tentou me arremessar.
— Posso ao menos entrar, sentar e tentarmos conversar? — Art soava menos enrolado.
— Falou certo, vai tentar me convencer, mas não vai conseguir. — Jean ainda mantinha a mão segurando a maçaneta, e o louro permanecia do lado de fora, onde a ruiva via os doces e as flores nas mãos dele.
Ela abriu a porta por completo, dando espaço a ele para entrar. Arthur entrou no quarto e não conseguiu disfarçar a tentação ao vê-la com um pijama de renda preto coberto por um belo robe por cima. A peça nem sequer era tão provocativa, contudo, o corpo da ruiva, seu andar confiante e atraente eram o que estavam fazendo o rapaz salivar e sentir o órgão sexual dar sinal de vida.
— São para você, e nem venha com a história de que não gosta, porque eu sei que rosas vermelhas e chocolates Amedei são seus favoritos.
— Tem exatos dez minutos para falar o que quer e dar o fora do meu quarto, senão eu vou até a janela e faço um escândalo pior do que os corredores, e dessa vez te deixo preso de vez. — Jean falava muito sério, demonstrando que não era uma falsa ameaça.
— Eu te devo um pedido de desculpas por brincar com seus sentimentos e por ferir a sua dignidade enquanto mulher através de uma aposta ridícula. Você se abriu comigo sobre questões dolorosas e pessoais, e eu agi da forma mais canalha que uma pessoa pode agir com outra. Eu ganhei sua confiança, eu a induzi a abrir feridas e a iludi, insinuando que seria o responsável por curá-las. Não vou dizer que sinto muito, porque eu sabia o que estava fazendo, mas agora eu vejo o quanto te afetei. — Arthur encarava a garota, visivelmente ansioso por uma resposta.
Jean aceitou as flores e o chocolate, os colocou em cima da mesa, foi a uma mini-adega dentro do quarto, pegando uma garrafa de vinho e duas taças, abriu a bebida e serviu na metade ambas as taças, e indicou a ele que se sentasse e ele o fez.
Jean se sentou na cadeira em frente a ele, deu um belo gole no vinho, abriu a caixa de chocolate pegando um bombom e comeu lentamente. Arthur a analisava sem dizer nada, seus olhos sequer piscavam e era explicável, afinal ela estava fazendo aquilo para provocá-lo.
Billie deu outro longo gole na bebida alcoólica e comeu outro bombom e os olhos do rapaz continuava passeando por todo o corpo dela.
— Não gosto quando me analisam de barriga vazia e língua seca, por favor beba. — A ruiva pediu. — Belas paisagens devem se apreciar na companhia de uma bela degustação.
— Jean...
— Cala a boca, eu não disse que queria ouvir sua voz. — A ruiva se levantou indo até a cadeira de Arthur o encarou por alguns segundos e sem aviso sentou no colo dele. — Gosta do meu cheiro? Do meu corpo? Do meu beijo?
— Sim. — O louro respondeu com a respiração pesada, um misto de ansiedade com lesão e tensão o preenchia.
A garota riu diante do nervosismo dele. Jean pegou a taça de vinho que ele deveria tomar e jogou o líquido na face de Arthur.
— Tá maluca garota? — Arthur elevou o tom de voz, mas ela não deu chance para ele continuar, simplesmente o beijou, as mãos dela desceram por dentro da calça jeans masculina o fazendo sentir os dedos macios dela em seu membro.
— Desculpas não aceitas. — Ela dizia ao pé do ouvido do rapaz enquanto acariciava o pênis dele.
Arthur tomou a liberdade de tocar os seus dela, mas Jean retirou as mãos das partes íntimas dele e sem aviso desferiu uma bofetada agressiva no rosto do colega de classe.
— Nunca mais ouse brincar com os meus sentimentos. — Billie tinha um sorriso perverso nos lábios. — Eu vou te fazer rastejar aos meus pés, vou fazê-lo suplicar pelo meu perdão. E não se engane, você não tirou a minha virgindade.
— Sei que te machuquei, mas chega disso Jean, poxa eu te pedi desculpas. — Os vocais de Arthur eram trêmulos e receosos. — Isso não é uma aposta.
— Agora não é uma aposta? É uma aposta sim e todas as minhas cartas estão na mesa. Você procurou a mulher errada para fazer de besta e seu castigo doloroso.
— Sabe o que eu acho? E que sou seu primeiro homem sim e sua vingança vem disso e de certa forma faz muito sentido até pela sua timidez quando chegou na universidade e o medo de se relacionar comigo ou qualquer outro cara. — Arthur riu convencido. — Você quer uma primeira noite de princesa Jean? Deite na cama e eu vou te dar um bom trato.
Olá gostosas!!! Como estão? Segundo capítulo dessa fic que eu estou amando escrever acabou de sair do forno.
E aí: acham que a Jean perdeu o selinho com o Arthur ou realmente ela já era experiente?
O que estão achando do comportamento dos dois? Lembrando que ambos são sem vergonha 🗣️
Deixem os comentários e votos de vocês!!! Até a próxima sexta.
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Condenados Por Uma Noite.
RomanceBillie Jean Richter e Arthur Archibald tinham muito em comum: eram estudantes de arquitetura na faculdade de Harvard, rivais universitários, afortunados, tinham o mundo aos seus pés, eram ardentes como o fogo, feras indomáveis e tinham uma dose de a...