A casa está tão silenciosa, mas acho que isso seja somente um reflexo do costume em viver na solidão, estar sempre só nesse lugar que chamo agora de lar.
Malditos dias que levo, maldita vida que me colocaram e venho tomando, sempre sozinha, vivendo ao lado de alguém que nem se quer olha em minha cara e de minha presença quer distância. O que achei? Que as coisas talvez mudariam com o casamento? Que aquele papel de bom moço, cavalheiro e atencioso nos jantares de família ia ser para sempre? Realmente sou uma completa idiota, uma tola. Ele sempre deixou claro que não teria nada entre nós, mas também não imaginava que isso incluía excluir minha existência no ambiente de convivência. Como pode? Como ele consegue me evitar? Eu não entendo nem o porque estou incomodada? Eu não entendo o porque passei me importar. Queria ter o poder de acabar com tudo isso, por um ponto final nesse espetáculo tenebroso que já passou do tempo de acabar, já são exatamente três meses e me vejo a um passo do abismo da loucura, mas infelizmente não posso fazer isso.
A chuva lá fora cai intensa, e o seu reclamar está alto devido ao clarão que os raios emitem, combinando perfeitamente com meu estado de espírito.
Meu vestido longo de seda me impede de correr assim como os finos sapatos que uso, tardando minha chegada ao quarto.
Não faço ideia de onde ele esteja, não faço ideia se ele se quer me percebeu ali parada diante aquela cena desprezível, que ainda por cima estava bem vista para quem quisesse. Só por ele ser homem ele tem o direito de me humilhar assim? Eu não estou nem ai se ele sente ou não algo por mim, mas exigia dele ao menos um mínimo de respeito, somente ISSO.
O quarto coberto por uma leve penumbra, impedido somente de ser completo devido as luminárias em cada criado-mudo acesas, onde já começo a me descalçar bem no meio do ambiente sem muitas delongas, soltando o cabelo do coque delicado e bem feito, partindo de imediato para o banheiro, ligando o chuveiro e deixando a água tocar meu corpo, me levando a uma feroz onda de arrepio devido a sua temperatura gélida. Fecho os olhos, deixando ser afogada pela cascata controlada da ducha, para ver se tudo o que se sinto se esvazia e sai com a água, me sinto suja ao imaginar que aquela mão um dia me tocou sendo que tocava outra, mas sou rapidamente retirada de minha intenção quando escuto a porta do box ser aberta, me fazendo abrir imediatamente os olhos para ver quem está ali.
Meu coração que já está um compasso descontrolado, dispara ainda mais quando encaro serio a figura de Kim Taehyung a minha frente, paralisado somente a me observar inexpressivo.
O que ele está fazendo aqui? Como? Como? A que horas ele chegou...
- Porque saiu correndo daquela forma? – sua voz mais grave que o normal mas não deixando de ser bonita o suficiente, me levando a sempre ter a sensação de desarme, carrega uma leve chateação com um que do qual não consigo identificar, cortando meu silêncio atormentado.
A ducha havia feito meu fino vestido de seda grudar em meu corpo, revelando minhas silhuetas e contornos a pouco esforço. Não usava sutiã, e um mísero pedaço de mim ficou um pouco constrangida em imaginar o quão amostra estava mesmo que coberta, contudo não o suficiente para fugir dali ou ter a vontade de me enrolar em uma toalha, roupão, o que fosse, como muito fiz em sua presença.
Vi seus olhos vacilarem com relação à visão rara a sua frente mas nada tão demorado, logo tomando direção aos meus olhos vibrantes em raiva, diminuindo nossa distância.
O som da água era a única coisa que preenchia o ambiente, escondendo minha respiração descontrolada e até mesmo bufante.
Quem ele pensa que é para falar desse modo comigo?
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8 Letters [Kim Taehyung]
FanfictionSem medo, mas acho que estou me apaixonando. E não tenho orgulho disso pois algo me diz que vou me machucar. Nada me mata como você. Você vai direto em meu coração E estou chegando ao meu limite Mas o que fazer se meu coração enlouqueceu? *PLÁGIO É...