Serie Irmãos Bartholy - Drogo

Capítulo 11 - Um primeiro dia inesquecível - parte 3

Me despeço de Sarah e sigo na direção do ponto de ônibus. Meu celular vibra na bolsa, e eu o puxo. É uma mensagem, Sarah:

Hey, eu estava pensando, o que você acha de sairmos sábado para um Drink sábado à noite?!
Ps.: Não aceito não como resposta.

XOXOXO

Hesito por um momento. Mas o que há de mal nisso?!

Alisha:

Com prazer, eu não tive oportunidade de sair. Eu vou adorar conhecer a cidade.

Xoxoxoxo

Sarah:

Ótimo! Você vai ver, será divertido.

XOXOXO

Ahhhh nisso eu acredito. Meu celular vibra novamente.

Sarah: O q há entre vc e o Drogo?

A pergunta me pega de surpresa. Eu conjecturo se devo responder, mas tomada pelo momento de distância, eu descido abrir o jogo. Não sei se isso me torna covarde, mas não quero ter de ficar mais um minuto guardando isso para mim.

Alisha: Nós não estamos nos dando muito bem...

Eu espero alguns minutos pela resposta, mas Sarah é certeira, e quando menos espero, meu telefone vibra.

Sarah: Me permite te dar um concelho? Fique longe dele o máximo que puder.

Alisha: Eu vou tentar falar com ele.

Sarah: Ignore-o, isso vai ensina-lo.

Essa é a grande questão, será que eu consigo?

Alisha: Não sei... isso não funcionou antes. De jeito nenhum vou deixa-lo ter a última palavra.

Sarah: Pelo jeito o que há entre vcs então é mais complexo do que eu imaginava.

Você nem imagina!

Sarah: Mais uma razão para sairmos.

Alisha: Sim!

Só preciso falar com Nicolae agora sobre minhas folgas. Bloqueio o telefone e guardo novamente na bolsa. Um corpo grande bloqueia o sol na minha frente. Droga, logo agora que eu acabei de perder um ônibus e o próximo só passara daqui a 20 minutos.
– Olha só quem está aqui, se não é a caloura. Alisha, não é?
Não me dou ao trabalho de responder, sei que ele lembra do meu nome perfeitamente.
– Oi.
Olho para suas costas e tem outros 4 caras com ele. Loan me dirige seu sorriso cheio de segundas e terceiras intenções. Que só ele acha sexy.
– Sabe, poderia ser bem legal... eu e você. – Um bem longe do outro... é, poderia sim.
Seus amigos riem lascivamente e eu me afasto dele.
– Não obrigada.
– Você não sabe o que está perdendo... mais uma razão tentar.
– E a sua namorada, Samantha, né? O que ela acha disso?
– O que tem a Sam? Eu estou falando de nós dois... existe algo entre nós e eu sei que você sente também. – Asco.
Olho ao redor desesperadamente, mas as ruas estão cada vez mais desertas. Alguns alunos passam rapidamente a seus destinos, a uma distância considerável. Que falta a Sarah faz agora.
– Vamos Alisha... Relaxe um pouquinho. – Ele tenta passar um braço pelos meus ombros, mas eu desvio com destreza e seu braço cai solto em seu tronco.
– Eu cairia fora, agora, se fosse você. – Loan ri de mim e os amigos o acompanham. Ele me segura pela cintura me puxando na direção do seu corpo. Em pânico, lanço meu joelho para o meio das pernas dele. Ele se afasta bruscamente praguejando enquanto tenta se recompor das dores físicas e do Ego.
– Qual a porra do seu problema?! Nós só estávamos nos divertindo um pouco, só isso!
– Nos divertindo?! Pelo amor de Deus, Loan. Só me deixe em paz. – Ele me olha cheio de raiva.
– Meu carro não está longe, vou te levar para casa.
– Você perdeu a sua cabeça? Depois do que acabou de acontecer, acha realmente que eu vou entrar em um carro com você?
Me viro frustrada para ir embora, não faz mais sentido permanecer aqui. Posso dar um tempo em algum lugar enquanto eles não se afastam.
– Espera... Alisha... – Loan entra na minha frente, impedindo a passagem. Seus olhos azuis parecem arrependidos.
– Acho que nós começamos com o pé esquerdo...
– O que você tentando dizer é desculpe Alisha por eu ter sido um idiota. Mas não perca seu tempo, eu não tenho nada para lhe falar. Tchau Loan. – Tento desviar, mas ele continua parado na minha frente. Eu realmente devo ter atingido com força o frágil Ego dele.
Um carro vermelho esporte passa lentamente de ao nosso lado mas para alguns metros a frente e retrocede. Olho confusa, temendo se outro dos amigos de Loan. A janela do motorista desce devagar revelando o rosto confiante do motorista. Ele olha de mim para Loan.
– Ora, ora, se não é nosso atacante oficial. O que faz por aqui? Perdeu sua bola?
Drogo abre um sorriso de escarnio e espera a resposta de Loan, mas o mesmo se mante em silencio. Ele cerra os punhos e encara Drogo intensamente. Se antes eu tinha achado que já o vira irritado, eu não sabia de nada.
– Não se meta comigo Bartholy. – Drogo cai na gargalhada.
– Alisha mora na minha casa, então ela é meu problema. – não sei se me sinto grata ou ofendida. Ele olha para mim e acena na direção do carro.
– Entre no carro. Eu vou te levar para casa.
Loan olha de mim para Drogo e novamente para mim, os dois me encaram esperando uma reação. Eu hesito por um momento, com motivos óbvios e bastante convincentes, mas prefiro ceder a lidar com Drogo, o qual eu já conheço, do que me arriscar com um estranho. Antes de entrar no veiculo, Loan segura momentaneamente o meu braço. Drogo se irrita.
– Vamos lá, não me obrigue a sair do carro.
– Você acha que me assusta?
– Sim eu acho... Aliás eu tenho certeza disso, agora seja um bom menino e largue a garota.
Loan respira entre dentes, e dá um ultimato antes de me soltar.
– Sua sorte eventualmente vai acabar Bartholy.

Drogo arrancou o carro com velocidade sem chance de resposta para Loan. Uma vez sozinha com ele, passo toda viagem encolhida no canto, em parte por raiva do que aconteceu, mas também por precisar da sua ajuda, como se eu fosse uma donzela idiota em perigo. A viajem acontece em um piscar de olhos, e antes que eu perceba, estamos entrando na rua arborizada que leva a mansão. Passo todo o caminho em silencio.
– Um... Obrigada... por parar... Eu quero dizer.
Ele permanece em silencio, sua atenção voltada prioritariamente no caminho.
– Por que fez aquilo?
Drogo respira fundo e finalmente me olha de relance, suas mãos apertão o volante.
– Loan é um idiota, então se eu posso deixa-lo irritado, isso faz o meu dia. – Sinto um ponta de decepção, mas engulo de volta.
– Então não teve nenhuma relação comigo...
– Claro que teve... as aulas acabaram de começar, e não temos tempo para achar outra pessoa para a Lorie. – Ele dá de ombros. – Se for embora agora, Nicolae ficará mal-humorado e ele vai descontar na gente... eu fiz isso pelo bem da família.
– Certo... mas obrigada de qualquer forma.
– Seja mais cuidadosa da próxima vez. Eu não pretendo fazer de um habito passar meu tempo livre te salvando.
– Decerto, mas você sabe... eu posso me virar sozinha.
– É mesmo? Engraçado, por um breve momento eu pensei o contrário. Pode apostar, mais 5 minutos e você estaria sendo jogada no quatro por quatro do Huxley.
– Não acredito em você.
– Faça o que quiser Coitadinha, mas está avisada.
– Fala como se você se comportasse melhor do que ele... – Me viro para sair do carro, mas Drogo prendo meu braço entre seus dedos. De repente seus olhos escurecem, quase ameaçadores. Não consigo interpretar seu olhar.
– Mais uma razão para ser duplamente cuidadosa.
Passo como um furacão por um Nicolae confuso, certamente curioso para saber o que eu fazia no carro do seu irmão. Ao fundo Drogo grita alguma coisa, mas eu ignoro até estar segura no interior da casa.

Eu só tive três aulas e ainda assim estou me sentindo exausta. A parte boa de tudo foi que eu não pensei em meus pais um único momento. A dor ainda existe, mas parece diminuir a cada dia.