o último suspiro do menino-inseto

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Naquela noite fúnebre

abortou daquele quarto escuro,

cambaleando num beco lúgubre.

Tateando cigarros com os dedos sujos.

a luz iluminou

DIVINAMENTE,

um louco,

um fracasso, um doente.

com suas longas pernas na rua,

um rabisco de vida,

nua.

Os anjos direcionaram-a para

es

    tra

          das

 de

    so

        rien (rien)

             tadas.

O vento comparou-se a minha estupidez e a cuspiu-me embora.

salvei,

vagamente,

esperanças que essa alma perdida

voltaria me abraçando.

perdido, vaguei nas frases vomitadas apressadamente.

Caiu, enfim, o rio sobre minhas vísceras.

a experiência emocional

atingiu-me no estômago

carregando-me de pensamento

e caí na rua.

apressei-me ao sono inevitável.

minha pele rasgando

em fino diamantes.

os cavalos avulsos sobre meu

crânio.

relógio sem tempo

sob nuvens negras em

um céu azul.

o último suspiro

do

menino inseto.

pelado.

inválido.

vivendo devagar.

vivendo fácil

com 10 centavos

para trompetes.

Poemas Cuspidos entre Dentes SujosOnde histórias criam vida. Descubra agora