Deslizes

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Jeongguk sentiu o corpo esquentar a medida que as mãos do príncipe percorriam seu corpo por debaixo da roupa que usava. Suas mãos não se mantinham paradas, e assim como Taehyung fazia consigo, explorava a pele amorenada do mais velho. 

O beijo era calmo, gentil. Uma gentileza que Taehyung fazia questão de demonstrar para Jeongguk a cada momento que podia. 

Arrastou a ponta do nariz sobre a bochecha de Jeongguk, deslizando os lábios pela tez clara do pescoço dele, deixando leves marcas. 

Jeongguk apertou as mãos sobre a borda da camisa do príncipe, tentando guardar para si qualquer som da sua boca que deixasse explícito a sua sensibilidade quanto aos toques alheios. 

Mesmo que estivesse familiarizado com os beijos doces por sua pele, pelas mãos que agora ajudavam-no a retirar a camisa que usava, pelo sorriso que lhe era dado, jamais conseguiria sentir-se menos enfeitiçado pelos gestos do outro. 

Desde como na primeira vez que o viu sobre a calçada suja de uma rua pela qual sempre passava para comprar seu café da manhã. Taehyung parecia muito mal, abatido, e como era sempre gentil, resolveu tentar ajudar. Foram poucas palavras ditas até que percebesse que nenhum dos dois estavam ali por pura coincidência. 

Descobrira seu nome e ajudara-o o tanto que podia, oferecendo um pouco do alimento que havia comprado e conseguindo água para ele. Taehyung olhava vez ou outra para o céu, como se algo nele o deixasse impressionado. Tal curiosidade que não passou despercebida por Jeongguk. 

Mesmo que estivesse disposto a ajudá-lo voltar para casa, Taehyung negou, dizendo que poderia fazer aquilo sozinho. A despedida aconteceu de forma especial, com rápidos sorrisos pequenos e tímidos. Intimamente, sabiam que estariam no mesmo lugar no outro dia em busca de se encontrarem novamente.

E assim foi. 

Com os dias indo embora, Taehyung passava a ficar cada vez mais próximo de Jeongguk, e em algum momento lembrou das palavras da divindade vampira que lhe apareceu antes de tudo aquilo. Em seu coração já não restava nenhum sentimento ruim, porque Jeongguk simplesmente os cobria com sensações boas demais.

Quando percebeu, já estava conhecendo o local onde Jeon morava e até mesmo passando vez ou outra o dia na casa dele, tomando cuidado para que o irmão de Jeon não o visse ali. Jeongguk disse que ele era muito cuidadoso, e que iria contar ao irmão sobre o relacionamento deles quando tivesse coragem. 

Taehyung respeitou aquilo. 

Nunca pensou que se envolveria com um humano, mas aquilo também não era errado. Sua raça só permitia o ingerimento de sangue caso houvesse algum relacionamento de carinho mútuo, onde a própria pessoa permitisse a mordida. Se não, seria errado. Mas isso não o impediu de ficar nervoso com o fato de Jeongguk poder imaginar várias atrocidades sobre si caso contasse o que de fato, era. 

A culpa de esconder algo como aquilo falou mais alto, e em um dia qualquer quando já estavam próximos ao ponto de confiar cegamente um no outro, Taehyung falou a verdade. 

Pensou que estava colocando todo o relacionamento fora, e que nunca mais veria o rosto da pessoa que amava, mas Jeongguk não o mandou embora.

Mesmo que no fundo estivesse receoso, pediu para que Taehyung explicasse aquilo melhor. E como amava-o, não conseguiu dizer que era impossível que aquele amor desse certo entre raças totalmente opostas. 

Não precisou de dias nem semanas para pensar em que resposta daria. Ele amava Taehyung, e Taehyung o amava. Fariam dar certo. E depois de quase dois anos juntos, aquela realidade parecia ainda mais verdadeira. 

Doce Veneno | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora