Capítulo 2.

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- Ah... Valeu. - Eu respondi, meio desconfiado.

- Hum... Então você vem sempre aqui? - Ele me perguntou, indo em direção ao outro balanço, do lado do meu.

- Só quando eu não me sinto bem comigo mesmo, ou seja, quase sempre. - Respondi sinceramente.

- E isso ajuda? - Ele perguntou.

- Veja por si só. - Respondi.

Então ele começou a balançar. Ele parecia ter gostado, já que começou a balançar mais e mais alto. Não tirava o sorriso do rosto.

- E não é que ajuda mesmo? Faz me sentir melhor. - Ele disse em meio aos gritos de felicidade. Parecia uma criança que tinga acabado de ganhar um brinquedo ou algo do tipo.

- E por que você precisaria se sentir melhor? Você é o capitão do time de basquete. - Eu disse, quase gritando pra ele poder me ouvir enquanto balançava cada vez mais alto.

- Você não me conhece... Eu tenho problemas. - Ele respondeu.

- Aposto que eu tenho mais. - Eu provoquei, começando a balançar novamente. 

- Ah é? - Ele me olhou. - Aposto que eu balanço mais alto. - Ele rebateu, dando um sorriso.

- Eu tenho medo de balançar alto... É um dos meus problemas. - Eu respondi.

- Eu não sei por quê eu parei de balançar, é muito divertido! - Ele estava muito empolgado. - Vem, sobe aqui!

- Ér... Esse é o máximo que eu consigo, desculpa. - Ele pareceu ter aceitado.

Ele balançou mais um pouco e pulou do balanço. Achei que ele iria embora, mas ele foi para trás de mim e começou a me balançar. Eu poderia ter rebatido ou simplesmente ter mandado ele parar, mas eu gostei. Uma adrenalina atravessou o meu corpo e era uma sensação muito boa. Uns gritos saíram, mas vamos ignorá-los.

- Isso foi emocionante! - Eu exclamei.

- E aí, quer ir de novo? - Ele perguntou.

- Não, obrigado. - Eu respondi.

- Que pena... - Ele disse fazendo um biquinho (que eu, sinceramente, achei muito fofo) e voltou a me balançar.

Mais alguns gritos escaparam, mas vamos ignorar novamente. Ficamos rindo enquanto ele me balançava cada vez mais alto. Eu estava me divertindo como nunca tinha me divertido em muito tempo.

- Cyrus?! - Ouvi alguém gritar meu nome. Era a Buffy. - Você tá bem? - Ela começou a correm em nossa direção. 

- Ér... Eu tenho que ir. - T.J disse. Ele parou de me balançar e virou para ir embora.

- Não, T.J! - Eu saí do balanço, alcançando-o. - Você não precisa ir. A Buffy não vai fazer nad... - Eu ia dizendo, mas ele me interrompeu.

- É... Eu sei, mas valeu por me lembrar como balançar. Isso ajudou. - Ele deu um meio sorriso.

Nos olhamos por um momento, foi como se tudo tivesse parado. Era como uma conexão intensa que parece te tirar da realidade. Achei que poderia ficar ali para sempre, porém eu sai do transe quando Buffy se aproximou.

- T.J? Ei, espera um minuto! - Ela disse, fazendo o T.J se virar para ela. - Você viu a minha mensagem? - Ela perguntou, me causando uma certa curiosidade.

Ele revirou os olhos. Pegou o celular do bolso e o ligou.

- Vi. - Ele disse, guardando o celular no bolso novamente. Parecia que toda sua aura alegre e feliz tinha sumido.

- Hum... Cyrus, você pode dar licença pra gente? - Buffy me perguntou.
Pra falar a verdade, eu não queria. Porém, eu percebi que tinha uma tensão no ar, algo que eles tinham que resolver e eu não  queria ficar ali no meio para me intrometer, então eu concordei.

- Posso. Hum.. Sabe aonde me encontrar. - Eu disse a ela. - E... Você também. - Disse ao T.J, que sorriu, mesmo que brevemente. Então eu saí, deixando os dois no parque para que pudessem se resolver.

Meu Abrigo - A Tyrus StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora