Capítulo 11

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Amar é um deserto e seus temores,

Vida que vai nas celas dessas dores

Não sabe voltar

Me dá teu calor

Vem me fazer feliz por que eu te amo


POV KARA


Eu não sei em que momento da noite a Lena finalmente abaixou a guarda e me deixou aproximar-me. Talvez o segredo fosse não falar do passado e agir como se estivessem nos conhecendo agora e de novo adiando uma conversa que mais ou cedo ou tarde seria necessária. O álcool fazia-se presente mais nela do que em mim, talvez porque eu decidi beber menos em uma determinada parte da noite, antes que falasse demais. Voltei ao bar para comprar a garrafa que eu a devia e pegamos um taxi para a praia, já que ela havia vindo de carona com a Sam e eu com Winn, belos amigos por sinal.



– Chegamos – a olhei.

– Eu ainda não tinha vindo aqui – Lena olhava toda a praia com brilho nos olhos.

– Eu imaginei, porque aposto que desde que chegou está morando no seu escritório.

– Não posso discordar – riu.

– Aqui se tornou um dos meus lugares favoritos desde que me mudei depois da faculdade. Agora a noite não da pra ver, mas a cor da água me lembrava os seus olhos, então era uma maneira de me sentir próxima a você. – Confessei com medo de sua reação e notei um sorriso tímido em seus lábios, por Deus que belos lábios.

– Eu senti saudade. – Lena me falou com a voz embriagada, talvez por um choro tímido e contido, mas também algo confessado com dificuldade.

– Eu nunca te esqueci.

– Mas me trocou por outro alguém – Vi seus olhos marejarem, e aquilo me doeu o mundo.

– Nunca existiu outro alguém. – Eu estava falando a verdade, embora ela não fosse acreditar.

– Então porque me disse isso? Por Deus Kara, eu sofri o mundo – E seus olhos foram tomados por uma coloração mais escura por conta de suas lágrimas. 

– Eu não posso te falar, eu espero que possa um dia e que você me perdoe. – Eu só desejava poder ser sincera e contar tudo a Lena e acabar logo com esse pesadelo, mas eu sabia que do momento que eu contasse, o pesadelo só iria começar.

– Isso é egoísmo Kara, você me deixou e agora diz que a explicação não foi ter outro alguém e não quer me contar o que foi. Você destruiu a minha vida, e a nossa historia.

– Lena, por favor acredite, eu nunca amei ninguém como você – E num ato de coragem a abracei enquanto chorávamos juntas. Um choro de decepções e feridas abertas, que eu precisava fecha-las o mais rápido possível.

Lena afastou do abraço um pouco tempo depois, e percebi que ela já não chorava mais, pegou a garrafa na sacola, se aproximou do mar, sentou na areia e começou a beber. Eu admirava o quanto ela conseguia beber whisky assim, não parecia que ardia sua garganta como ardia a minha.

– Você não vem? – Gritou já que eu havia ficado parada apenas a olhando. Estávamos ficando craques em ignorar conversar e mudar de assuntos.

– Sim, eu não sei beber whisky – confessei com uma risada tímida.

– Você continua um baby, Kara Danvers. – riu

– Não é bem assim, eu só prefiro uma cerveja. – falei me defendendo.

– Como eu disse, você é um baby. – riu ainda mais

– Poderíamos apostar quem come mais rosquinhas em menos tempo, para essa briga ficar justa. – a provoquei, eu sabia que Lena não conseguira comer mais do que eu, porém sabia também que ela odiava perder qualquer aposta.

– Onde tem loja de rosquinhas? Vamos agora!

– Você nunca desiste de uma aposta, mesmo.

– Jamais.

Fui tentar acompanha-la na bebida e no segundo gole já me senti tonta, então decidi fazer algo para melhorar.

– Lena, quem chegar por ultimo é mulher do padre. – Falei na mesma velocidade que tirei as minhas roupas e o sapato e corri em direção ao mar. A feição de Lena mudou totalmente e vi seu desespero em tentar ser mais rápida.

– ISSO É TRAPAÇA – disse quase me alcançado.

– GANHEI – Sorri vitoriosa antes de ser derrubada por uma Lena Luthor furiosa e que tentava me afogar.

– LENA VOCÊ ESTA ME AFOGANDO

– BEM FEITO – Disse se divertindo com meu desespero, agarrei sua cintura e a derrubei na agua também, voltamos a ser duas crianças em guerra de água. Ficamos mais um pouco na água, ate decidimos sentar para ver o por do sol, eu havia me divertido tanto aquela noite, que nem nos meus melhores sonhos imaginaria estar assim de novo com Lena.



Você deságua em mim e eu oceano,

e esqueço que amar é quase uma dor.

Só sei viver

Se for por você.

Seul - SuperCorpOnde histórias criam vida. Descubra agora