S E X T A - F E I R A , 1 3 H R S E 3 5 M I N . D E N T R O D O C O L É G I O B U R Q U Ê S E M A J O N E S.
E u s a b i a que se eu não fizesse nada, demoraria um século para sairmos do colégio as pressas. O ditado popular que diz que o tempo vale ouro pode ser perfeitamente aplicado neste momento.
Vitória continua com seu andar cambaleante, enquanto sinto o peso de sua mão no pano da minha blusa.
Escorrego meu olhar para ela. Sua Maria Chiquinha que estava impecável, agora esta bagunçado, com os fios pulando para fora. Mas isso apenas contribui para o seu olhar angelical, — mesmo estando em um ambiente nada convencional no momento.
Mas agora, ela parece está bem mais tranquila do que estava minutos atrás.
— Vitória, você se lembra de quando foi em uma cafeteria acompanhada com um homem?— questionei, na esperança que ela se lembrasse daquele dia. Estava curiosa para saber quem era o homem que estava ao seu lado lendo jornal.
— lemblo. — ela levanta a cabeça rapidamente, fazendo com que seu olhar se encontre com o meu rapidamente. — Ele é o meu pai. Eu tava na casa da minha vó, ai ele foi me buscar.
— Ah, sim...
Por um breve momento, diante do seu silêncio, penso que ela não havia se questionado pela minha súbita pergunta.
— Como você sabe disso?
Mas, bom... Eu me enganei.
— Eu estava com uma amiga minha, ai vi vocês lá. — Rio ao lembrar do seu sufoco ao tentar abrir seu pirulito. — Você estava com dificuldades para abrir aquele pirulito.
— Eu tentei. Mas depois desistir e dei plo meu pai abli.
De repente, Vitória para de andar. Olho para ela, vendo seu rosto cansado e vermelhado.
— Vitória, você está bem?
— Estou.
Mas os seus olhinhos vermelhos, e o seu rostinho sardento, denunciam a sua mentira.
Eu sei que está sendo muito difícil para eu andar esgueirada na parede, carregando uma perna baleada, que a qualquer movimento brusco libera uma fisgada de dor. Mas Vitória é apenas uma criança, uma criança que não tem tanta força assim. Uma criança que não aguenta a sua pequena dor.
Ah Vitória...
Meus pés estão desconfortáveis e dolorosos. Meu corpo está fraco, e toda a minha força esta sendo sugada de em pouco em pouco.
Meus pensamentos voam para todos os momentos que minha vida foi posta em risco. Quando eu pensei que não conseguiria aguentar a dor que senti depois de ser jogada pela janela por professor Paulo; quando eu e Olivia estávamos na biblioteca e eu sabia que se ele me visse, me mataria, como sendo uma de seus alvos; Quando eu levei o tiro e o professor foi o único a me socorrer.
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Entardecer- Para Salvar Uma Vida
SpiritualCOMPLETA! AÇÃO/ ESPIRITUAL Ganhador de 2 posições! 2 ° de melhor livro na categoria espiritual 1° de melhor personagem da categoria Espiritual A música que a cerca e os momentos paralisantes registrados em sua câmera fotográfica, faz com que Ema...