Bom, apesar de tudo,

33 3 0
                                    

eu me sentia um pouco sortuda, por ter uma familia, por ter amigos e ter "alguém" em especial. Eu ainda conversava com ele, diariamente, e era muito bom, mas eu tinha medo, medo de perde-lo, de gostar dele, de me magoar e magoa-lo. Eu me negava, eu fingia pra mim mesmo e dizia que eu não gostava, mas no fundo eu sabia que era inevitavel o que eu sentia, mas eu sabia que não podia, afinal, ele morava a 3h15min daqui, e pra mim, isso era muito, essa distância, era demais para mim. Eu sentia muita vontade em ver ele, conhecer, abraçar, beijar... Eu tinha planos de ir para sua cidade e conhece-lo, e ele também tinha planos de vir para cá, falavámos disso, eu tinha planos de vê-lo no final de 2018, no verão, como planejado. Apesar de nos darmos muito bem, começou aparecer alguns problemas, que pra mim, não era imagináveis, era algo comum de acontecer, comigo. Ele estudava o dia todo, fazia curso também, não tinha muito tempo, e o tempo que tinha, usava boa parte para falar comigo, mas muitas vezes ele não tinha tempo para falar comigo, e era muito comum dele me ignorar, e por mais que eu soubesse que não era intensional, eu ficava mal por isso. Eu me sentia chata demais, me sentia como se não fosse boa o suficiente para alguém querer algo, ou até mesmo conversar, eu sentia que eu era terrível, e que aqueles vacúos eram porque, eu não era uma pessoa interessante, mas eu engolia tudo isso, e continuava, era como se eu engolisse um espinho enorme, e ao engolir, me machucava por inteira. Quando ele percebia que eu tinha mudado, por me magoar sem saber, ele me perguntava, e eu dizia, e ele se sentia culpado, sentia que ele me magoava, e não queria magoar. Primeiro, foi os vacúos, depois ele começou a me tratar meio diferente, meio grosseiro, porque ele estava cansado, ele estava mal, estava em um momento ruim, e eu também, mas eu não dizia, apenas ouvia. Apesar disso, nós sempre fomos unidos, sempre conversávamos, sempre se ajudavámos, e isso me fazia bem, o fazia bem.

A espera de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora