A espera de você

Os dias foram passando, e a saudade chegando

a saudade parecia algo impossivel de não sentir, aquele sentimento de arrependimento também, eu só não queria ter feito o que eu fiz, e eu sentia que era tarde demais. Depois disso, tudo começou a desabar, as coisas não eram mais as mesmas, meus pensamentos mudaram, minha dor, minhas crises, meu jeito, tudo mudou, e eu só lamentava por isso. Antes, eu sempre sorria a qualquer momento, mas depois, eu só não conseguia mais, eu me senti caindo cada vez mais, a cada momento, e eu não tinha mais ninguém pra me puxar do meu proprio buraco, então eu apenas caia. Eu comecei a frenquentar mais o psicologo, pelo fato de eu estar muito mal com essa situação, mas, não era só isso que me deixa mal, era tudo, era meu corpo, era meus pensamentos, era minha familia dizendo o quanto eu era insuportavel, o quanto eu era chata e dramatica, meus amigos me deixando, as pessoas falando dos meus problemas como se fosse apenas uma fase, sabe? Mas não era uma fase, muitas pessoas achavam que eu gostava de estar triste, que eu gostava de chamar a atenção, mas, eu nunca escolhi estar mal, ninguém escolhe. Com tudo em cima de mim, eu comecei a me cansar, comecei a não ligar mais, parar de fazer o que eu gostava de fazer, parar de me arrumar, apenas, me deitar e dormir, era o que eu fazia. Quando eu acordava, eu não queria acordar, a culpa sempre chegava até mim, a dor chegava, o sentimento de não ser suficiente para nada, nem para mim mesmo, chegava, tudo chegava... E eu só não conseguia fazer parar. Eu tinha chegado a um ponto, que eu não conseguia mais, eu tinha crises de ansiedade todos os dias, e todos os dias eu sentia falta. As minhas crises de ansiedade eram a pior coisa, eu começava a ter sensaçoes ruins, sobre tudo, depois começava a chorar, as vezes até sem motivos, e tudo de ruim se passava em minha cabeça, eu chorava e um aperto dentro do meu coração chegava, a minha dor me sufocava e era difícil conseguir respirar, eu ficava quente, quente como se eu estivesse na praia com 40°C, mas eu tremia, tremia de um frio terrivel, porque afinal, por dentro, tudo estava frio, não existia mais nada, além de um vazio enorme. Eu pensei em morrer, milhares de vezes, a dor me cegava, a dor tampava meus olhos e não fazia eu enxergar o que eu tinha de bom na minha frente, eu só desejava morrer, e eu planejava, a minha propria morte, todos os dias.