Quando a chuva tem que cair... Ela cai!

Quando se entregamos por inteiro...

Enquanto espero minha mãe no estacionamento do Projac, fico pensando nisso que acaba de rolar.
Nicolas e Leo me deixaram sem graça, principalmente a parte do "Química de Juliana e Nicolas". Como duas pessoas que nunca tiveram uma conversa longa, podem ter essa tal química?

Me distraio de meus pensamentos quando vejo dona Cristina estacionando.
-Oi dona Cris! Como foi seu dia de compras? -pergunto, tentando esquecer a tal da química.
-Foi bom, filha. Eu e seu pai compramos o seu shampoo, oh coisinha difícil de achar.
-Aaah, eu esqueci de lembrar. -abro a porta e já entro -Hoje quando fui tomar banho eu ví que tava acabando, mas acabei esquecendo de te lembrar. Obrigada, mamãe! -digo agradecida. Minha mãe é a melhor do mundo!
-Por nada filha. Vamos?
-Claro! -vejo o Nicolas entrando em seu carro. Deus que me perdoe, mas ele tem uma certa "bundinha"...

Minha mãe liga o carro e dá a partida, fazendo eu ter que dizer adeus para a visão que estava tendo.
-Então, filha, como foi o primeiro dia? -pergunta ela.
-Foi bom, mãe. Conheci o pessoal, são todos muito legais. -digo com um sorriso no rosto.
-Que bom, Juju. E o teu par? Como ele é? É legal? -questiona.
-É sim, ele é um pouco mais novo que eu, mas é super gente boa, e digamos que bonitinho. -falo sem muito detalhes.
-É? Bonitinho Ju? Quero ver.
-Peraí, deixa eu ver se acho uma foto do insta. -digo, já procurando a foto pra mostrar. Espero que dessa vez dona Cristina não faça seus famosos comentários. -Toma, aqui.
-Caramba, Ju. Ele é bonito mesmo hein! Que olhos...-exclama minha mãe.
-É, mas presta atenção no caminho aí, não quero morrer não.
-Vira essa boca pra lá, Juliana. Eu hein... Mas vem cá, a última vez que eu ví essa carinha assim, foi uns anos atrás que...
-Mãe! Pode parar. -digo, enterrompendoa.- Não vamos falar desse ser, foi bom enquanto durou e não mais.
-Tudo bem, Ju. Mas que tem uma pessoinha encantada tem. -ela diz sorrindo.
-Mãe, não. Ele é mais novo. Não posso negar que é lindo, mas ainda assim...
-E desde quando idade importa filha? E, o que, ele tem 10 anos? -Ela me fala com os olhos grudados na estrada, e então chegamos no nosso prédio.
-Não mãe, ele não tem 10 anos. Tem 21 se eu não me engano. -digo enquanto ela estaciona na nossa vaga.
Passamos pelo porteiro, e entramos no elevador.
-Ju, você tá com aquela cara. Ah, está. -ela diz me olhando de cantinho.
A porta do elevador abre e nós seguimos para nossa casa enquanto digo:
-Não estou, não. Para com isso mãe. E mesmo se estivesse, ele é mais novo que eu, nunca pensaria em alguma coisa seria comigo, a geração de hoje só quer saber de curtir, e a última vez que eu me deixei levar por essa curtição, fui traída, e passei meses chorando. -falo lembrando de tudo o que aconteceu com o Juliano, aquilo me deixou devastada, não podia deixar acontecer novamente, não agora, que estava tão bem comigo mesma.
Entramos em casa e deixo minha bolsa em cima do sofá, preciso comer algo.
-Tudo bem Ju, -continua minha mãe- não vou mais falar disso. -Ela me beija na bochecha e sobe.
Vou pra cozinha e encontro meu pai cozinhando, não tinha reparado, mas já são 21:16h.
-Oi, pai. Chegueeei! -digo dando um abraço meio sem jeito por ele estar cozinhando ainda.
-Oi minha Ju, como foi o dia? -ele pergunta retribuindo o abraço.
-Foi bom, e o seu?
-Foi ótimo -ele diz com um belo sorriso no rosto.
-Que bom pai! O que cê tá fazendo aí? Sinto cheiro de frango... -digo. Frango não era uma das minhas comidas preferidas, mas papai sabia como deixa-las gostosas.
-Vou fazer um assado com batatas, sei que você gosta.
Ele é o melhor pai desse mundo, sempre fazendo coisas para me ver bem, e a mamãe também.
-Humm, que delícia. Vou subir e tomar um banho, está bem?
-Sim, filha. Aproveita e chama sua mãe quando descer.
-Tudo bem.

Subo pra tomar meu banho. O dia foi ótimo, mas foi um tanto cansativo ficar o dia inteiro sentando e levantando.

Tomo meu banho e visto meu pijama. Passo no quarto de meus pais e bato na porta:
-Entra. -responde minha mãe.
-Mãe, o pai pediu pra te chamar para jantar.
-Tá bem, estou indo.
-Certo. -digo fechando a porta

Jantamos e subo pra dormir. Durante o jantar, mamãe me lembra que amanhã terei uma seção de fotos, então devo ir dormir cedo.

Já na cama, me pego pensando nas coisas que minha mãe disse a respeito de Nicolas.
Obviamente ele era uma pessoa encantadora, mas decido que seremos apenas amigos, nada mais que isso.