Ao entrar na sala, vejo Nicolas sentado em meu sofá com as mãos cruzadas sobre as pernas, as quais tremiam. Eu não sabia o que estava acontecendo ali, mas assim que me vê, ele se põe de pé, paralisa e sorri.
-Uau! -são as únicas palavras que ele diz.
-Oi! -respondo enquanto observo sua reação.
-Bom, eu vou pro meu quarto. Já ví que estou sobrando. Boa noite pra vocês, se cuidem. -minha mãe diz nos deixando a sós.
-Nicolas? -eu chamo sua atenção, chegando perto.
Ele envolve minha cintura com as mãos e fala ao pé de meu ouvido:
-Você está linda. Eu estou sem palavras.
-Eu percebi -fico arrepiada com sua respiração em meu pescoço. - Não respondeu nem mesmo minha mãe.
-Me lembre de pedir desculpas por isso depois.
Eu me afasto e o encaro.
-Não vai me dizer pra onde vamos? -pergunto curiosa.
-Ainda não. Vamos? -ele estende sua mão pra mim.
-Espera, esqueci minha bolsa. -eu volto para o quarto pra pegar o que havia esquecido. Não a bolsa em sí, mas o presente que havia comprado a ele, tão pequeno que cabia na minha bolsa de mão, mas tinha muito significado. Pensei em entregar logo agora, mas acho melhor esperar um momento certo. Volto pra sala e vejo um Nicolas distraído em seu celular, encostado na parede e com uma das mãos no bolso da calça. Aquela era, sem dúvidas, uma cena perfeita.
-Vamos? -eu chamo sua atenção.
Seus olhos se voltam pra mim e eu estremeço. Seu olhar transmitia amor, e meu coração se aquece.
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Nicolas faz questão de abrir a porta do carro pra mim, mesmo após eu insistir em dizer que não era preciso. Ele abre dizendo que todo cavalheirismo ainda seria pouco para a noite de hoje, o que me deixa ainda mais intrigada.
Nicolas contorna o carro e senta diante do volante.
-Confia em mim? -ele me pergunta com os olhos brilhando.
-Confio, mas... -ele leva o indicador à meus lábios, me impedindo de continuar.
-Confia ou não confia?
-Confio.
Ele se inclina sobre mim e abre o porta luvas do carro. Nicolas surge com um tecido preto e me olha nos olhos.
- Tem certeza que ainda confia em mim? -ele brinca e eu confirmo com a cabeça. Completamente nervosa e ansiosa, eu me viro de costas pra ele poder amarrar a tal venda em mim.
-De onde saiu isso, Nicolas? -eu pergunto agora totalmente vendada.
-Eu tenho meus planos.
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Quando a chuva tem que cair... Ela cai!
Romansaa história vista pelos meus olhos, ou como eu gostaria que fosse.