Quando se entregamos por inteiro/2

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Enquanto dirijo até o meu ap, fico pensando em tudo o que aconteceu na minha vida nesses últimos meses.
Até algum tempo atrás namorava a Mayara, ela é uma mulher muito bonita, sempre me tratou muito bem, não há motivos para me queixar... No começo eu até estava de boa com a situação, mas eu não sei, acho que meus pensamentos mudaram, e eu percebi que não sentia algo forte por ela, percebi que não poderia ficar com uma pessoa que eu não amasse de verdade. E desde esse momento, digo pra mim mesmo que só me comprometo com alguém se tiver a intenção de viver pra sempre com ela. Sim. Casar, ter filhos. Se não, não estarei com a pessoa que eu realmente amo, certo?! Se não, estarei com a mulher de outro, não é mesmo?!
Foi então que decidi terminar com a Mayara.
Ela não entendeu muito bem a situação, mas não posso culpá-la. Até hoje ela manda mensagens querendo conversar, mas faço questão de deixar claro que nada mais vai rolar entre a gente.

Até esse momento eu estava completamente estável com o momento da minha vida, assim, solteiro. Mas isso mudou desde que soube que faria um par romântico com a Ju...

Já quase chegando em casa, meu celular toca e vejo no visor: Minha mãe, Giselle.
-Oi, mãe? -atendo.
-Filho! Hoje foi seu primeiro dia não é? Vem aqui pra casa jantar com a mamãe? Eu e a Fefeca estamos com saudades, não é Fefeca? -Ela disse tudo assim, sem nem me deixar respirar. Ouço Maria Fernanda confirmar que estava com saudades.
-Mãe, eu jantei com vocês ontem... -digo. Minha mãe realmente é muito dramática.
-Ah, filho... Mas a mamãe tá com saudades igual, ué.
-Mãe...
-Por favor amor, vem e já dorme aqui. Teu quarto tá prontinho esperando por você... -ela fala fazendo dengo.
O que Giselle Prattes não pede chorando que eu não faço sorrindo?
-Tudo bem, mãe. Cê venceu. Vou só tomar um banho tá?
-Ok, mas não demora.
-Ta, tchau mãe.

Chego em casa, tomo um banho e vou pra casa da minha mãe. Ela sabe ser bem persistente quando quer. Quando Giselle põe algo na cabeça, nada a faz desistir.

Chego e sou recebido com um mega abraço de Fefeca.
-Nícolaas... -diz minha irmã.
-Oi, Fefeca! -eu falo dando um beijo de estalar em sua bochecha rosada. Minha irmã é a coisa mais fofa desse mundo, vestida com um vestidinho branco e seu clássico lacinho na cabeça. Hoje ela usava um na cor creme.

-Aaah, amor de mãe! -diz minha mãe apertando minhas bochechas -Fefeca, vê se esse menino não é a coisa mais linda do mundo?
-Mãe, chega... -digo.
-Meu menino cresceu, já mora sozinho... Cê sabe que a gente morre de saudades suas...
-Eu sei, mãe. Cê fala isso 10 vezes ao dia desde que me mudei, e olha que são todos os dias...

Continuamos conversando na sala, com a Maria Fernanda no meu colo e minha mãe ao meu lado no sofá, até que a comida que minha mãe pediu chega.

-Óh Nicolas, atende a porta. -ordena minha mãe.
-Sim, senhora... -digo em tom de brincadeira.

Atendo a porta e quase sou teletransportado para outro planeta com cheiro dessas pizzas.
Durante o jantar, me pego pensando nela e naquela piscadinha antes de ir embora. Aquela maldita piscadinha...
Eu estava decidido a conquistar aquela mulher, mas e se ela não quiser nada comigo por eu ser mais novo? Idade nunca foi um problema pra mim, mas talvez seja pra ela.
Acho melhor sermos só amigos mesmo, Ju Paiva é, digamos que muito areia pro meu caminhãozinho. Ela é extremamente encantadora, aquele sorriso, seu senso de humor...
-NICOLAS VOCÊ FOI ABDUZIDO? -Quase berra minha mãe -TÔ TE CHAMANDO A HORAS.
-Oi mãe. O que foi? -digo quando me desperto de meus pensamentos com o quase grito de Giselle. -Desculpa tava pensando em uma coisa aqui.
-Hummm... Eu conheço essa carinha. Uma coisa ou "Alguém" -Ela pergunta fazendo sinal de aspas com as mãos.
-Nem vem, não tem carinha nenhuma. E não, não to pensando em ninguém não. -desvio o assunto. Normalmente contaria à minha mãe a verdade, mas decide não contar, porque sei que minha mãe ainda gosta muito da Mayara e que ainda tem esperanças de voltarmos. Sem chance.
-Tá, cê pode tentar me enganar mas não vai.
-Se você diz. -dou de ombros -Mas o que cê queria? Me chamou quase a gritos...
-Mamãe tava te chamando porque eu falei com você e você não respondeu. -diz Maria Fernanda fazendo beicinho.
-Oh, minha linda. O que você falou? -pergunto novamente.
-Perguntei se você vai passar a manhã comigo.
-Amanhã não vai dar, Fefeca. Eu tenho treino amanhã cedo. -digo, mesmo louco de vontade de passar a manhã com minha irmãzinha.
-Viu Fefeca? Ele já esqueceu a gente. Sempre tem uma desculpa pra fugir de nós... -Faz drama, a minha mãe.
-É, to vendo. -Fefeca fala fingindo estar emburrada.
-Ah, o bom e velho drama... Tal mãe, tal filha.
-Bobinho! Amamos você, meu filhote.
-Eu também amo vocês, mãe.

Terminamos nosso jantar, que por sinal, estava ótimo e vou para o meu quarto dormir. Fefeca decide dormir junto comigo hoje. Essa minha irmã sempre me surpreendendo.
Ela coloca a mãozinha no meu pescoço, fecha os olhinhos e diz:
-Boa noite, Nicolas. Amo você.
-Boa noite, Fefeca. Eu também amo você.
Fico fazendo carinho em Maria Fernanda, e pouco tempo depois ela dorme.

Mais uma vez, me pego pensando na minha futura parceira de cena, meu futuro par romântico. Estou ficando maluco. Não consigo tirar aquela piscadinha da minha cabeça. Chego até ter uns pensamentos meios insanos quando lembro. Sem falar que ela é gostosa pra caralho.
E como se não bastasse, ela é extremamente doce. Tem um senso de humor incrível, eu ficava observando ela de longe hoje lá no estúdio, ela faz piadas e brincadeiras com todo mundo o tempo todo. Tem um sorriso que desmancha qualquer um. Essa mulher poderia ter o mundo em suas mãos se quisesse. Ela ME teria em suas mãos, se fosse da vontade dela, e eu não sei quando foi a última vez que senti isso por uma mulher, se é que senti.
Eu estava decidido. Definitivamente, Juliana Paiva é um mulherão da porra!


Quando a chuva tem que cair... Ela cai!Onde histórias criam vida. Descubra agora